TERCEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM
Domingo, dia 21 de janeiro
Evangelho segundo São Marcos, cap. I, versículos 14 – 20
Na Galileia, Jesus proclamava o Evangelho de Deus e dizia: “Cumpriu-se o tempo, e o reinado de Deus aproximou-se: convertei-vos e crede no Evangelho.” Eis que neste domingo o filho de Deus feito homem nos diz o que faz séculos disse aos judeus: convertei-vos e crede no Evangelho.”
Cumpriu-se o tempo, porque quando chegou a plenitude dos tempos Deus enviou o seu filho nascido de mulher sob a lei para remir os que estavam sob a lei.” O reino de Deus aproximou-se porque o “verbo se fez carne e habitou entre nós” e nós vimos a sua glória, porque aquele que era desde o princípio junto de Deus Pai se manifestou a nós, para que por meio dele que se fez nosso caminho pudéssemos chegar até o Pai.
Dado, pois, que cumpriu-se o tempo e o reinado de Deus aproximou-se, que nos resta fazer? Façamos e sem demora o que Cristo nos diz no Evangelho deste domingo: convertei-vos e crede no Evangelho.
O filho de Deus não foi o primeiro nem o único a dizer a todos os mortais que todos devem se converter continuamente a Deus. Praticamente, não há um só livro bíblico que não contenha insistentes e veementes apelos à conversão, bem como o que nos pode suceder caso não nos convertamos. Todos sem exceção estamos obrigados a procurar a conversão cotidiana. Eis porque o profeta, ciente de que assim devia ser, pedia a Deus: “convertei-me Senhor e eu serei convertido.” (Jr 31, 18)
Deus nos diz hoje por meio do profeta Oséias: “converte-te a teu Deus.” (Os 12, 6) Diz-nos Deus através de Zacarias: “Convertei-vos dos vossos maus caminhos.” (Zc 1, 4) Jesus, que não podia de modo algum se enganar, porque é Deus, disse em certa ocasião: “Se não vos converterdes, todos igualmente perecereis.”
Pede-nos o Senhor que nos convertamos daqueles maus caminhos nos quais habitualmente insistimos em andar, que mudemos o quanto antes de conduta, que nos convertamos das trevas em que jazemos para a luz, do erro que cega e acorrenta para a
verdade que liberta, do pecado que mata para a graça que vivifica, das criaturas que nada são para aquele que é o tudo.
Converta-se quem rouba e pare de roubar; converta-se quem vive atolado no pecado e pare de pecar; converta-se quem vive fazendo o mal e passe a praticar o bem; converta-se quem vive unicamente para as mentiras do mundo e volte-se para aquele unicamente no qual há de encontrar aquilo que debalde fora dele procura.
Convertamo-nos cristãos enquanto nos podemos ainda converter. Não adiemos para um amanhã que talvez não venha para nós a obra tão urgente quão necessária de nossa conversão. Urge que nos convertamos, pois a vida é breve, o tempo voa e a morte se torna sempre mais próxima à medida que os dias se vão para não mais tornar.
Dirigindo-se aos judeus outrora, Pedro lhes disse: “Convertei-vos!”(Atos, 2, 38) “Convertei-vos e voltai a Deus”(Atos 3, 19), disse ele em outra ocasião. No Apocalipse, Deus nos diz: “Arrepende-te pois”(Ap 2, 16), isto é, converte-te.
Várias vezes Deus fez um apelo ao seu povo para que este se convertesse a ele. A mensagem dos profetas pode ser resumida com uma única palavra: convertei-vos. João Batista outra coisa não pregou. Cristo e seus apóstolos não cansaram de pregar: convertei-vos. E a Igreja, que continua Cristo pelos séculos afora, hoje, neste domingo, uma vez mais nos diz o que já tantas vezes foi dito: convertei-vos e crede no Evangelho.
Eis pois o que nós devemos fazer: converter-se e crer; converter-se sempre mais para crer com uma fé cada vez maior, e crer com uma fé cada vez maior para nos convertermos sempre mais.
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