O grupo de 32 pessoas que chegará de Gaza na noite desta segunda-feira (13) ficará hospedado em instalações na Base Aérea de Brasília. De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), a hospedagem foi solicitada pela Secretaria Nacional de Justiça.
“Além disso, será oferecida alimentação com cardápio adequado às necessidades dos repatriados durante todo o período de estada, bem como o grupo também poderá utilizar, caso necessário, os serviços de saúde do Hospital de Força Aérea de Brasília (HFAB)”, informa.
Segundo a Presidência da República, os repatriados ficarão hospedados dois dias na estrutura da Base Aérea.
O secretário nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho, informou que uma parte do grupo irá, nos próximos dias, para outras partes do país onde estão familiares. Outros, que não têm onde ficar, serão abrigados no interior de São Paulo, em instalações preparadas para acolhimento de refugiados.
“Estamos preparados para o tempo que for necessário, para que essas pessoas possam se integrar ao país. Não há prazo limite fixado. Estamos prontos para recebê-los da melhor forma. Eles ficarão em um local com longa experiência de acolhimento de refugiados da forma mais completa, mais digna, sem prazo”, afirmou Arruda Botelho, em publicação da Presidência da República.
O voo com os repatriados deverá chegar à capital federal por volta das 23h30 (horário local). A aeronave VC-2 (Embraer 190) decolou do Cairo, capital do Egito, às 6h51 (horário de Brasília) desta segunda-feira, com paradas previstas em Las Palmas, na Espanha, e na Base Aérea do Recife, antes de pousar na Base Aérea de Brasília.
O grupo é formado por 17 crianças, nove mulheres e seis homens, sendo 22 brasileiros e dez palestinos familiares dos brasileiros, que estavam há mais de um mês aguardando pela saída da zona de conflito entre Israel e Hamas.
Desde o início da guerra no Oriente Médio, o governo brasileiro, por meio da Operação Voltando em Paz, resgatou 14.77 pessoas (1.462, 11 palestinos, três bolivianas e uma jordaniana) e 53 animais domésticos. O voo de hoje é o décimo da operação.
O conflito atual da palestina contra Israel foi iniciada teve inicio em outubro de 2023 quando o grupo terrorista Hamas lançou mísseis e invadiu Israel.
fonte: agenciabrasil
Em pronunciamento depois de receber os repatriados na base aérea de Brasília, Lula prometeu que seu governo manterá os esforços diplomáticos para trazer de volta os brasileiros que quiserem deixar a região de conflito, assim como os parentes desses cidadãos que não forem brasileiros.
"Eu nunca vi uma violência tão bruta, tão desumana contra inocentes", disse Lula, referindo-se aos ataques israelenses no enclave que já mataram mais de 11 mil pessoas, 40% delas crianças.
A ofensiva israelense foi uma resposta a ataques realizados pelo Hamas em Israel no dia 7 de outubro, nos quais 1.200 pessoas foram mortas e 240 sequestradas e levadas como reféns para Gaza. O ataque do Hamas foi classificado por Lula, em mais de uma ocasião, como um ato terrorista.
"Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo e fez o que fez, o Estado de Israel está cometendo vários atos de terrorismo ao não levar em conta que as crianças não estão em guerra, ao não levar em conta que as mulheres não estão em guerra", disse Lula.
"A gente vai tentar fazer todo o esforço que estiver ao alcance da diplomacia brasileira para trazer todos os brasileiros que lá estão e que querem vir para o Brasil, inclusive alguns companheiros que tinham parentes eu pedi para trazer os parentes mesmo que não fossem brasileiros, que a gente trataria de legalizar aqui no Brasil", prometeu.
Hassan Rabee, um dos repatriados que foram recepcionados por Lula, disse ao presidente diante da imprensa que acompanhava a chegada que o que está acontecendo em Gaza é um "massacre" e pediu que o governo brasileiro ajude a trazer sua mãe para o Brasil. Ele mora em São Paulo e foi a Gaza para um casamento.
"O que está acontecendo lá é um massacre. É difícil para todos vocês entenderem o que a gente passa lá, as bombas caem por todo lado, as minhas filhas ficaram muito chocadas lá, muito tristes. Na primeira e na segunda semana a gente ficava mentindo, falava que os ataques, as bombas, eram explosões de festas de aniversário, mas a gente não conseguiu segurar muito tempo", contou.
"Quando elas começaram a entender o que estava acontecendo, quando passava um avião militar israelense elas fechavam a janela achando que quando fechavam a janela estavam protegidas."
Lula disse ainda que tentará nesta terça-feira fazer um telefonema com o presidente da China, Xi Jinping, para manter a pressão no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) em busca da preservação da vida de civis no conflito. O colegiado está atualmente sobre presidência rotativa chinesa.
(Reportagem de Ueslei Marcelino; Reportagem adicional de Eduardo Simões, em São Paulo) fonte www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/lula-recebe-brasileiros-repatriados-
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