NENHUM CUIDADO É DEMAIS COM ELA!
De
tudo que li no texto do citado professor, alguns trechos me impressionaram
vivamente, conduzindo-me a uma profunda reflexão sobre o tema nele abordado,
aliás, de suma atualidade.
“James
Williams, ex-estrategista do Google, faz o alerta: era pago para criar
estratégias de “captura da atenção das pessoas. Quando percebeu que tinha sido
fisgado, “deu um tempo. Foi estudar em Oxford e tentar decifrar o problema. Ele
diz que vivemos uma epidemia. Que há uma indústria inteira focada em capturar
aquilo que cada um tem de mais importante: nosso tempo e nossa atenção.”
Noutra
parte deste texto que todos deveriam ler atentamente, porque utilíssimo, lê-se:
“Há uma tonelada de estudos que mostram a conexão direta entre o uso intensivo
de redes sociais e o aumento da ansiedade e do estresse.” Ora, se o uso
intensivo – é raro que os usuários façam
uso moderado ou bem limitado – verdadeiro fenômeno de massa espalhado por todo
o globo, gera dois dos maiores responsáveis pela existência de um difuso
mal-estar cada vez mais generalizado nas pessoas, conclui-se que o “uso
intensivo” de que muitos são vítimas, não é nem pode ser uma coisa boa, na
medida em que produz efeitos nefastos, neste caso, o estresse e a ansiedade.
Prossegue
o professor Fernando: “Um grupo de pesquisadores da universidade de Pittsburg
conduziu um amplo estudo identificando uma significativa associação entre o uso
das mídias sociais e o aumento da depressão.” No último parágrafo do texto, o
autor permitiu-se dar um sábio e mais que oportuno conselho: “Larguem um pouco
a internet. Em especial as mídias sociais. Há quem ganhe dinheiro com isso, mas
não são muitos. A maioria só perde seu bem mais precioso, o tempo, esse bem
fugidio, que apenas vai escorregando, sem que a gente perceba, e cujo preço, no
final, vem na conta de uma tristeza morna por tudo aquilo que deixamos de
viver.”
Há algo sobre o qual convém que reflitamos
muito. Em geral, quem ganha dinheiro não é nenhuma espécie de aficionado
compulsivo. Ganha dinheiro, mas sabe bem que não deve perder muito tempo com o
que no final das contas poderá deixa-lo doente. Inversamente falando, o usuário
comum, o anônimo no meio da multidão nem ganha dinheiro e ainda por cima perde
um tempo precioso que bem poderia consagrar a algo de mais útil e proveitoso
para si mesmo.
Conta-se
que o filósofo Platão, tendo uma vez surpreendido um dos seus servos a jogar
dados ter-lhe-ia feito a seguinte reprimenda: “Não te repreendo pelo dinheiro
gasto, mas pelo tempo perdido que jamais será recuperado ainda que saias
vencedor.”
Walcir
Carrasco, autor de novelas de grande sucesso exibidas pela rede globo, chegou a
dizer que o “whats é invasivo, está virando uma neurose. É uma praga do nosso
tempo.”
Concluo
este texto com alguns testemunhos de pessoas de grande projeção social, os
quais começaram a perceber que certas coisas não fazem bem. Convenceram-se dos
vários riscos a que se expõem todos os que vivem a navegar em um mar cheio de
perigos.
“Hoje,
as redes sociais estimulam mais problemas de saúde mental, como depressão,
síndrome do pânico, insônia.” (Leandro Karnal, historiador, escritor e
professor)
“O
celular mata a saúde mental. É a nova droga que está enlouquecendo as pessoas e
causando dependência.” (Nizan Guanaes, empresário e publicitário brasileiro,
fundador da empresa que trabalha para alguns dos principais grupos empresariais
do Brasil)
“As
mídias sociais são altamente prejudiciais. O que precisamos de fato é sair das
redes porque elas estão afetando nossa saúde. Muitos dos meus amigos que
pararam de usar esses serviços e plataformas reconhecem estar mais felizes
agora.” (Orkut Buyukkokten, engenheiro turco, que desenvolveu a rede social
Orkut)
“As
redes sociais foram criadas para capturar a atenção e o tempo dos usuários,
mesmo que de forma apelativa, com o único objetivo de lucrar cada vez mais.”
(Brittany Kaiser, ex-diretora de desenvolvimento de negócios da Cambridge
Analytica)
“O
facebok é uma coisa do mal. O whatsapp também. É uma coisa que serviu para nos
deixar desconfiados e com medo o tempo inteiro. Estamos sendo usados.” (Ignácio
de Loyola Brandão, escritor e membro da Academia Brasileira de Letras)
“Evito
as redes sociais pela mesma razão que evito as drogas.” ( Jaron Lenier,
americano, cientista da computação e um dos precursores da realidade virtual,
autor do livro “Dez argumentos para você deletar agora todas as suas redes
sociais.”
colaborador : Dom Samuel Dantas, OSB
Dom Samuel(Émerson Dantas de Araújo), é natural de Mauriti- Ce. Monge professo solene de votos perpétuos do Mosteiro de São Bento da Bahia, Salvador. É licenciado em Filosofia e Bacharelado em Teologia pela antiga faculdade de São Bento da Bahia e mestre em Filosofia pela UFBA(universidade Federal da Bahia)
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