O Hoje é Dia desta semana exalta manifestações culturais populares, sobretudo, do Nordeste brasileiro. Agosto começa trazendo datas dedicadas a um gênero literário e a uma manifestação popular: o cordel e o maracatu.
Vinda de Portugal para o Brasil no século XVII, a literatura de cordel adquiriu traços da cultura nordestina e se transformou em expressão da região. Impressos de forma artesanal em folhetos, os cordéis eram popularmente vendidos em feiras dispostos em cordões – daí veio o nome desse gênero literário.
A poesia dos cordelistas é feita para ser declamada. Para ser considerada literatura de cordel, as obras devem obedecer certas regras de métrica, rimas e variações linguísticas. Os temas, no entanto, percorrem os mais variados assuntos – desde aventuras de heróis da cultura nordestina a piadas.
Ainda no dia 1º, é dia de um ritmo folclórico nacional, que mistura dança e música, e é reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. É o maracatu, celebração popular de origem africana surgida em Pernambuco no século XVII.
Há dois tipos diferentes de maracatu: o maracatu rural, ou de baque solto, e o maracatu nação, ou de baque virado. O primeiro acontece durante os períodos de carnaval e Páscoa, sobretudo na região da Zona da Mata nordestina. Esse ritmo mistura outras manifestações culturais, como cambindas, bumba-meu-boi, cavalo-marinho e coroação dos reis negros.
Já o maracatu nação está presente principalmente na região metropolitana de Recife. Essa expressão artística apresenta um conjunto musical percussivo e um cortejo real, que sai às ruas para desfiles e apresentações durante o carnaval.
Na quarta-feira (3), outra manifestação de origem africana é lembrada: o Dia do Capoeirista. Luta disfarçada de dança e criada por escravos africanos (sobretudo de Angola), a criação da capoeira data do século XVI. Atualmente, três tipos de capoeira são praticados no Brasil: a capoeira de Angola, a contemporânea e a regional.
Primeira mulher na Academia Brasileira de Letras
Há 45 anos, uma mulher se tornava uma imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) pela primeira vez. A escritora Raquel de Queiroz foi nomeada em 4 de agosto de 1977 para a cadeira nº 56, após o falecimento de Candido Motta Filho.
Cearense nascida em Fortaleza, Raquel de Queiroz ganhou reconhecimento nacional aos 19 anos com a publicação do romance O quinze, que narra a luta do povo nordestino durante a grande seca de 1915. O Recordar é TV lembra a trajetória da escritora.
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