Um novo exame de sangue foi desenvolvido por pesquisadores britânicos para diagnóstico do câncer de mama. Chamado de teste Trucheck, a técnica apresentou 92% de eficácia em detectar a doença, cerca de 5% a mais que o exame tradicional de imagem. Além disso, foi capaz de reconhecer o tumor mesmo em estágios iniciais da doença, com um acerto de 70% na fase mais precoce – o estágio 0. Os resultados são parte de um estudo publicado na revista científica Cancers.
O trabalho envolveu amostras de sangue de dois grupos, um de 9.632 mulheres sem diagnóstico de câncer de mama e outras 548 com a doença.
O teste identificou o tumor de forma correta em 92% dos casos, mas a eficácia foi de 100% em pacientes com estágio 3 e 4, os mais avançados do quadro. Entre os com estágio 2 e 1, o percentual também foi alto, de 96% e 89%, respectivamente. E, no chamado estágio 0, conseguiu identificar o câncer em 70% dos casos.
“Caso esse teste se mostre de fato eficaz em detectar todos os tipos, eu poderia, por exemplo, dizer a mulheres que, se o exame deu negativo, que não precisam realizar a mamografia naquele ano. Poderia também aumentar o espaçamento dos exames de imagem”, diz a patologista do Grupo Fleury Mônica Stiepcich, doutora em Oncologia.
O exame funciona a partir da coleta de 5 ml de sangue e a procura de células tumorais circulantes (CTC) na amostra. No entanto, Mônica o método, embora se mostre eficiente, não consegue mostrar onde o tumor está localizado, e por isso não pode substituir por completo as mamografias.
— Essas técnicas são muito sensíveis e conseguem identificar moléculas liberadas pelo câncer no sangue. O problema é que esses exames não apontam onde está localizado exatamente o tumor, então eles têm sido aplicados mais para pacientes que já tiveram a doença e já se recuperaram a fim de monitorar se o câncer reapareceu — explica a especialista.
Em relação aos exames chegarem ao Brasil, ainda é preciso mais testes e posterior aval da Anvisa. Shcolnik, da Abramed, afirma que o país tem capacidade técnica para incorporar novos métodos, porém o maior desafio será relacionado ao valor do exame, que pode não oferecer um bom custo-benefício.
Fonte: O Globo
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