Esse texto é do Heitor feitosa macedo sobre Roberto Junior, historiador que admiro como desbravador e compromisso pelo que realiza .
"Hoje, foi dia de receber um dos maiores pesquisadores do Cariri em minha casa. Um "caba" com quase dois metros de altura, parecendo o "pau da cruz", apelido dado pelos sertanejos gaiatos a um outro grande pesquisador, o inglês Henry Koster, ou Henrique Costa. Roberto Júnior, além de amigo, é um desses historiadores que devotam a vida à pesquisa. Mas não àquelas pesquisas egoísticas ou academicamente elitistas e hierárquicas.
Roberto pesquisa porque tem prazer em descobrir, redescobrir e compartilhar. Escarafuncha tudo que está pendurado na linha do tempo. Despido de preconceito, partidarismo, ideologias da moda, sem lado esquerdo ou direito, sem discursos de doutrinação. Tem na essência a alma dos grandes estudiosos, com faro refinado, eloquência, sagacidade, inteligência. É leve, mas firme em suas convicções. Palmilha o sertão cavalgando uma bela alimária branca, lutando contra o esquecimento. É figura quixotesca, no bom sentido da palavra.
Não poupa esforços nem seus parcos recursos de pequeno estudante-empresário na sua labuta quase diária, a pesquisa. Não vá pensando que as investigações dele se resumem à leitura de livros e documentos. Ele também é, sobretudo, empírico. Sai do gabinete com frequência e vai da fonte escrita à oral. Sobe serra, atravessa a chapada, cai na caatinga, rola em cima da sela se desviando de espinhos, mandacarú, xiquexique e favela, mas só para quando, enfim, peia o barbatão, colocando-lhe careta e chocalho.
Volta trazendo na garupa um punhado de histórias, de imagens, amizades, de vidas coloridas em diferentes aquarelas. Seus estudos não se propõem à oficialidade cartorial de monografias, dissertações e teses. É mais amplo, é mais cabal, é mais real, é mais poético. Já idealizou o Cariri das Antigas e, por sua qualidade, atrai leitores de todos os tipos, inclusive alguns daqueles que se intitulam de críticos, mas que nunca foram capazes de lançar sobre o espelho uma só gota do potencial hidrogeniônico. Porém, seria inglório percorrer um caminho sem espinhos, principalmente nesse tempo da ressurreição dos maniqueístas.
Hoje, foi um prazer receber essa entidade que é Roberto Júnior, no meu irrevogável linguajar matuto, um "cabra caceteiro". Na ocasião, recebí dois exemplares de sua novíssima revista, simples, pequenininha, mas bonita que só ela. Vou parar por aqui, antes que você ache que estou fazendo babação ao Roberto. É só reconhecimento, mesmo, viu! (Texto: Heitor Feitosa Macêdo/ Foto: Marília Feitosa).
Parabéns ao grande pesquisador ,amante dos causos e historia do Cariri Roberto Junior .
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