No dia de hoje, tivemos duas importantes reuniões para esclarecimentos e reivindicação da classe artística para a permanência do CCBNB Cariri em Juazeiro do Norte.
No primeiro momento, os artistas se reuniram com o Prefeito Municipal, o Sr. Gledson Bezerra. Foi uma conversa oportuna para aproximar a classe artística do executivo municipal. A percepção é que temos um executivo, disposto a negociar com o Banco do Nordeste, foi reafirmado que a prefeitura pode ceder o Centro Marcus Jussier, A REFESA, o hotel municipal e a CEART.
Uma informação relevante é que a prefeitura, através do PREVIJUNO é cliente do Banco do Nordeste, o que pode ser um motivo de afinidade na negociação da prefeitura com o banco, com o acordo que defina o CCBNB ficar em Juazeiro do Norte.
No segundo momentos, estivemos com Ricardo Pinto e o Sr. Murilo que são gerente do CCBNB Cariri e gerente da célula da Cultura do Banco do Nordeste respectivamente, são servidores efetivos do Banco do Nordeste. Eles afirmaram que em nenhum momento houve resistência da prefeitura em negociar, mas que existem dificuldades, ajustes e acerto dos recursos que no momento impede uma negociação mais efetiva.
De fato, é preocupante, porque o que poderia ser uma negociação apenas entre a prefeitura de Juazeiro do Norte e o Banco do Nordeste, para definir o novo local na cidade onde ficaria o CCBNB; se tornou um campo de disputa, onde outras administrações municipais, sabendo da importância do CCBNB, estão encontrando nesse impasse a oportunidade de conseguir levar o CCBNB para suas cidades.
Essa mobilização tem sido desgastante para a classe artística e produtores de Juazeiro do Norte. Porque foi dito pelos representantes do Banco do Nordeste que a prioridade é Juazeiro do Norte, mas, que outras cidades despontam como mais articuladas, por que estão oferecendo mais vantagens.
A primeira ideia, foi que um lugar ideal para abrigar o CCBNB seria o Teatro Marquise Branca, um projeto que o Banco do Nordeste começou a pleitear ainda na gestão passada, mas que não avançou. Implica, novamente perguntar, a prefeitura estaria disposta, para não perder o CCBNB Cariri, a ceder o Teatro Marquise Branca, com a reforma necessária para o Banco do Nordeste sediar o CCBNB?
Essa resposta implica em uma alta performance de resignação da administração, além de uma grande articulação para levantar os recursos necessário, mas, convém dizer que no primeiro momento seria difícil e até poderia adiar o atual projeto que a administração tem para o Marquise branca, mas que a curto e médio prazo a prefeitura teria as vantagens que é ter o CCBNB atuando na cidade, fazendo uma política cultural subsidiária junto com secretaria da cultura.
Posteriormente a administração poderia entregar até o final de sua gestão, o projeto idealizado para o Marquise Branca, reformando e inaugurando a escola de artes nos prédios da REFESA, SANDU, CEJA E Escola Virgílio Távora.
Assim definiu os servidores do Banco do Nordeste, numa prévia avaliação dos espaços oferecidos pela prefeitura. O prédio da REFESA e Centro Marcus Jussier são pequenos para abrigar o teatro, biblioteca física e virtual, salão de exposição, administração e auditório que são os espaços do CCBNB atualmente.
Que o prédio da CEART poderia ser um bom lugar, mas que não deve ser aprovado pelo setor jurídico do Banco do Nordeste, já que existe problema na documentação do prédio. Uma última alternativa, seria o hotel municipal, ainda não visto pelo Banco do Nordeste.
O que vemos é que existe uma dificuldade enorme de avançar. Já poderíamos ter um acordo firmado entre a Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte e o Banco do Nordeste, onde ambas instituições devem reconhecer o princípio do direito adquirido nesses mais de quinze anos de atuação do CCBNB em Juazeiro do Norte.
Num cenário mais coerente e lúcido, não teríamos essa disputa entre as cidades do Cariri, para conquistar o CCBNB. Esse vale tudo, de quem dar mais. Precisamos que cada cidade tenha um equipamento cultural e não deslocar o único de uma grande cidade. “Descobrir um santo para cobrir outro” é uma máxima de sabedoria que se aplica nesse caso concreto e representa um equívoco.
Os lugares que estão sendo oferecidos ao Banco do Nordeste, passarão por uma avaliação, do setor jurídico e principalmente financeiro. O Banco do Nordeste, deverá acatar aquela proposta que for mais vantajosa, na questão financeira de investimento, o banco, sendo uma instituição que sabe como lucrar, provavelmente queira o menor custo benefício. Foi dito que outros municípios como Crato e Brejo Santo ofereceram propostas bem melhores que Juazeiro do Norte.
As categorias de artistas e produtores, diante desse impasse, entendem que essa negociação depende de vontade política, de articulação política e de negociação financeira, para definir os investimentos necessários. Nesse momento é fundamental que a Prefeitura de Juazeiro, possa cobrir as ofertas mais vantajosas que o Crato e Brejo Santo estão oferecendo. Caso contrário, entraremos para a história como a cidade que deixou um importante equipamento cultural, que faz o papel de uma secretaria de cultura adjunta, sair da cidade.
Criticamos aqui a Secretaria de Cultura do Estado que nem se manifestou diante desse problema. Manifestamos através da ouvidoria estadual, para que houvesse um apoio do Estado para a prefeitura de Juazeiro, com contrapartida de recursos, já que a prefeitura vai precisar para poder garantir a permanência do CCBNB em Juazeiro. Até o momento não tivemos resposta do secretário de cultura do Estado.
Não queremos com isso, atacar a dignidade do prefeito municipal, o Sr. Gledson Bezerra, mas se a gente perder o CCBNB Cariri. A classe artística e até mesmo a população atribuirão por muito tempo essa lamentável fatalidade, alcunhando o executivo de não articulado, a culpa cai sempre no prefeito, é natural das massas. Ficará na memória como o prefeito que deixou o CCBNB sair de Juazeiro do Norte.
Assim falamos diretamente, ao Sr. Prefeito Municipal, inicialmente agradecendo por ele defender a ideia do CCBNB ficar em Juazeiro, oferecendo alguns espaços. Mas, diante do exposto pelo Banco do Nordeste, o caso exige mais. Precisamos de articulação e mobilização política para uma concretude.
Nós artistas e produtores estamos engajados nessa luta, vamos usar as tribunas dos espaços legislativos, acionar o Ministério Público e buscar outros apoios institucionais. Queremos que o CCBNB fique em Juazeiro do Norte. Queremos que todos venham somar com a gente, pois a política nacional tem ido de encontro com os artistas e precisamos de mobilização.
Fica assim nossa expectativa, esperamos e torcemos para um ajuste ou acordo que garanta a permanência do CCBNB, por que Juazeiro do Norte merece. Com as graças do Padre Cícero e da Beata Maria de Araújo, perguntamos: Juazeiro do Norte merece o CCBNB Cariri? Essa cidade merece muito mais.
Assim, lamentavelmente podemos ter um desfecho negativo para a imagem do executivo, se o CCBNB for para outro município. Mas, acreditamos em um final feliz, principalmente para o prefeito Gledson Bezerra, queremos que ele fique na história como o prefeito que fez o CCBNB ficar em Juazeiro do Norte.
JOSÈ ANDRÈ DE ANDRADE
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