50 anos após , elas se reencontram para agradecer e comemorar a vidae a amizade
Normalistas formadas em dezembro de 1972 se reuniram neste dia 09 de abril
Na programação uma missa celebrada por Padre Luciano Pinheiroda parórquia São Miguel com as professoras Dona Auxiliadora Balbino, e Socorro Gondim.
Encontro dos 50 anos da turma de normalistas formadas em 1972, alunas do Monsenhor Murilo de Sá Barreto.
Iniciaram com a acolhida do Padre Cicero José que enalteceu os 48 anos de sacerdócio de Monsenhor Murilo dedicados a Matriz de Juazeiro do Norte.
A missa aconteceu na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes - São Miguel, às 15:30h com o Padre Luciano Pinheiro. Logo após , as normalistas foram a Escola Normal Rural, hoje Centro Educacional Prof. Moreira de Sousa, para registrar o momento, e seguiram para a Basílica Santuário Nossa Senhora das Dores deixar flores no túmulo do saudoso professor Monsenhor Murilo, na Capela do Encontro.
Na homenagem, a sra. Sávia Ferraz fez uma retrospectiva das aulas, encerrando com o canto da Débora Callou, emocionando a todas.
Padre Cícero José, falou da sua experiência dos 10 anos a frente da Basílica. E nos deu a benção.
E para encerrar esse jubiloso encontro, socializamos com um jantar no Restaurante Sirigado do Pedro.
" Obrigada por tudo, inesquecível professor Padre Murilo , rezaram e agradeceram o dom da vida e os ensinamentos dos professores ,citando também o professor Monsenhor Jose Alves. As professoras Socorro Gondim, Dona Auxiliadora Balbino e prestigiaram com suas presenças o evento
Uma visita ao tumulo de Monsenhor Murilo um inesquecivel professor desta turma
Texto em Homenagem aos 50 anos da turma de 1972 da Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte, redigido pela Sra. Sávia Maria Ferraz Vieira da Cunha , uma das normalistas.
Caros Professores e Colegas,
Minhas palavras iniciais são de gratidão...gratidão a Deus por nossas vidas; gratidão por esse reencontro recheado de significativas lembranças e afetos verdadeiros após cinco décadas. O tempo passou rápido, mas deixou marcas indeléveis em nossa memória.
A escola Normal Rural do Juazeiro do Norte, primeira escola Rural do Brasil, foi berço do nosso rico aprendizado. Num contexto distante dos grandes centros, as principais novidades chegavam através dos livros, rádio, revistas e jornais que constituíam a nossa ponte com o mundo. A escola normal já se prenunciava como um centro educacional que se preocupava com a formação e o futuro de seus educandos. Sob a direção competente de dona Amália Xavier de Oliveira, reuniu em seu corpo docente, os melhores dos melhores! Nossos professores não subestimavam, a capacidade e inteligência dos seus alunos. Preocupavam-se com a nossa formação de forma integrada, repassando, além dos conhecimentos técnicos, conceitos substanciais sobre valores morais e éticos, essenciais para o desenvolvimento de uma consciência crítica sedimentada. Cultivou-se respeito às diferenças individuais, ideológicas e religiosas, embora a grande maioria fosse católica.
Nesses moldes, vivenciamos boa parte da nossa adolescência com hormônios em ebulição, sob os olhares atentos dos nossos mestres em constante vigilância e tolerância frente às nossas rebeldias. Como um grande coral, sob a batuta da maestrina Dona Amália Xavier, a quem todos temíamos por sua seriedade e rígida disciplina e a despeito das nossas assinaturas no famoso “livro negro”, conseguimos cantar a nossa vitória com louvor. Vivíamos a dicotomia dos desafios diários tentando vencer nossas próprias limitações e inseguranças típicas da idade e ao mesmo tempo: apreender, compreender e por vezes até decorar os ricos conhecimentos que nos eram repassados de formas variadas.
O respeito aos mestres, aos nossos pais, aos símbolos da pátria e da nossa cidade forma realçados com atividades como a organização de filas na entrada da escola. O hino nacional e o hino de Juazeiro eram cantados por todos. Os avisos e admoestações para quem ousava diminuir o tamanho das saias, chegar com atraso, fumar escondido no banheiro, faziam parte da nossa rotina educacional. O respeito à natureza e ao homem do campo era ressaltado por nossas rotinas na área campal anexa à escola.
Hoje, aqui, junto ao túmulo do vigário do Nordeste, nosso inesquecível professor de Português, Padre Murilo de Sá Barreto, exímio educador e "encantador de almas", que desde o princípio de sua missão desafiou a todos, consagrando e estimulando a fé ao Padre Cícero, acolhendo em nossa cidade aos romeiros, que contribuem até hoje para o crescimento social, demográfico e econômico da região do Cariri, ELE, despertou em todas nós o prazer de ler, de discutir textos, de adentrar no mundo maravilhoso da literatura, dos autores nordestinos e mundiais.
Padre Murilo desafiava e estimulava com provas sempre surpreendentes, com notas que costumávamos festejar quando chegavam ao ponto máximo de obter um oito ou um sete, exigia o melhor de cada uma. Fomos e somos uma turma privilegiada, com os melhores educadores. Com o Padre José Alves, nosso professor de Filosofia, exercitamos nossa capacidade de pensar sobre questões significativas: Amor, morte, vida, crenças. Ele nos apresentou aos grandes pensadores sempre com paciência e bom humor diante de nossa santa ignorância! Saudades desse maravilhoso guerreiro, sacerdote e educador!
Por intermédio desses dois educadores citados, queremos agradecer por tudo que aprendemos com vocês, queridos mestres! Pela dedicação, pela tolerância, paciência, por seus conhecimentos técnicos, mas sobretudo pelo exemplo de dedicação e amor ao magistério.
Lembramos com imenso carinho o tempo que passamos juntos e queremos dizer a vocês: “Não foi em vão”. A turma de 1972 gerou mulheres guerreiras, educadoras competentes, mães comprometidas, médicas, advogadas, enfermeiras, assistentes sociais, mestras, artistas, escritoras, farmacêuticas, empresárias, cidadãs de primeira classe. Em cada uma a marca da disciplina, da tenacidade e vontade de fazer o melhor que vocês nos repassaram.
Ah, como lembramos “Do acendedor de lampiões”, do suave milagre das aulas de educação física, das artes domésticas tão úteis nos nossos vôos para a sonhada independência! Das horas incontáveis nos debates das regras de três. Das aulas de francês com o professor que tentava nos convencer que Paris era o céu! Das aulas de Inglês “Tão difícil de falar”...das aulas de música, das técnicas educativas! Tanta riqueza e amor não pode ser traduzido só com palavras. Registramos em nossa memória detalhes de momentos únicos vivenciados com cada professor. Todos foram importantes e inesquecíveis. Solicitamos as colegas presentes para citarem os nomes desses queridos mestres.
Não há como esquecer os vigilantes olhos azuis de Laurinha e dona Leni Callou…
As nossas colegas de diferentes origens, tornaram-se uma única e unida turma. Aprendemos a valorizar e realçar em sala de aula os talentos que cada uma trazia em si. As líderes destacavam-se pela sua capacidade de organizar e tentar convencer a todas que “éramos moças bem comportadas”. Muitas tornaram-se amigas e quase irmãs. Outras, mesmo distantes geograficamente preservaram o carinhos e as boas lembranças, assim como os “apelidos” e designações.
Por isso tudo, por nossa vitórias, pelas dificuldades vivenciadas por cada uma, mas principalmente por gratidão, hoje reunidas e unidas em ação de graças por nossos mestres, por nossa querida escola Normal, por respeito e admiração a essa turma de “meninas maduras”, que nem o tempo, nem a distância, nem mesmo a pandemia conseguiu separar.
Registramos nossa profunda saudade com os colegas que partiram desse convívio.
Queremos ainda agradecer e aplaudir aos organizadores desse processo histórico e tão rico de significados através da nossa colega Zélia Sobreira , Salma e toda a equipe. Esse momento sinaliza o nosso respeito ao passado, amplia os nossos laços de afeto, esperança e amor na construção de um mundo bem melhor para os nossos filhos e netos! Muito Obrigada!
Parabéns as professoras da turma de normalistas da escola Normal Rural de Juazeiro do Norte, pelo brilhantismo desse cinquentenário!
Sávia Maria Ferraz , Fortaleza, Março de 2022.
Todas as ex alunas observaram o avançado estado de deteriorizacao do prédio da Escola Normal berço de tantos profissionais competentes, fonte de uma educação esmerada. Foi mencionada pela professora Socorro Gondim a necessidade urgente de providências do poder público para preservar um equipamento social e educacional tão importante para os juazeirenses.
Encerraram com muita animação com um jantar e corte de bolo, brindando no Restaurante de Pedro do Sirigado ao maravilhoso som de Gardenia
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