Operacionalização e gestão são entraves para aterro no Cariri
imagem da internet de um aterro sanitárioRepresentantes do Cariri deram prosseguimento, às discussões sobre a regulação do Consórcio de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (CGIRS-Cariri), que deve solucionar o antigo problema de lixões na Região Metropolitana do Cariri. Através da cooperação Brasil-França, representantes dos municípios e do Estado do Ceará debateram, junto à Delegação da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), temas relacionados ao aterro consorciado, projeto que se estende há anos.
A entrada do município de Juazeiro do Norte foi a responsável pela mudança do nome de Consórcio para CGIRS. Agora, falta aprovação da Câmara Municipal de Vereadores para realização de processo licitatório voltado à criação da Central Municipal de Resíduos – equipamento que deve fortalecer as políticas de destinação dos resíduos. Eraldo Oliveira, superintendente da Autarquia de Meio Ambiente de Juazeiro do Norte (Amaju), conta que a prioridade de Juazeiro é investir nas políticas préaterro.
Ele conta que o Governo do Estado se comprometeu com o aterro público, mas dificilmente sairá este ano. “O local ainda não foi definido, mas os estudos técnicos deverão apontar. Ressaltando que em qualquer local se pode fazer um aterro sanitário, porque a técnica, hoje, permite que um aterro funcione ao lado de hospitais, escolas, na zona urbana, conforme ocorre em alguns países”. “Um aterro não tem odor, não pode ter animais, como urubus, por exemplo. De modo que, com a técnica, hoje, é possível. Os principais fatores são a não-contaminação do lençol freático, os odores e o problema de gestão”, completa.
O superintendente explica que o grande problema atualmente é referente à gestão. A obra em si é um produto mais fácil de se fazer, porém a operacionalização, com custo muito alto, e a gestão, que necessita de pessoas qualificadas, são entraves para implantação. Outro ponto é a necessidade de investir em políticas préativas. Ele afirma que “deve-se investir no catador, na coleta seletiva, nos ecopontos, no distrito industrial da reciclagem, onde a política é exatamente o que está na lei: não gerar, reutilizar, reduzir, reciclar, tratar. Por último, são os rejeitos, que é a política de enterrar. Então, deve ser investido em educação ambiental”, conta, ao completar que, agora, se chama aterro de rejeito – e não mais aterro sanitário, como se chamava anteriormente.
Sobre a visita da comitiva francesa, o prefeito de Crato, Zé Ailton Brasil, que está à frente do Consórcio de Gestão, afirmou sobre a questão ser relevante para toda região. Como citou, o momento representa um grande passo na implantação do consórcio, que tende a gerar emprego e renda, principalmente com uma organização maior dos catadores. “Essa é a oportunidade de colocar em prática o aterro do Cariri e possibilitar o fim dos lixões”, enfatizou. Além de discutir com representantes caririenses, a AFD participou de reunião com a Agência Reguladora do Estado do Ceará (Arce) para conhecer e discutir pontos essenciais à regulação da concessão do Consórcio de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (CGIRS – Cariri).
Conforme apresentou a Arce, no encontro, foram tratados assuntos relacionados às competências e responsabilidades de cada ator da regulação e da fiscalização nos documentos da concessão. Entre os serviços contemplados na concessão, cita-se o de transbordo, tratamento e disposição final de resíduos em aterro. Também foram discutidas as principais ações regulatórias pertinentes à concessão, incluindo eventuais necessidades das coordenadorias de saneamento e econômico-tarifária da Agência Cearense, além de formas de cooperação técnica entre a AFD e a Arce.
fonte: jornaldocariri.com ed. 3022
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