Num Brasil triste e empobrecido de esperança, onde muitos morreram pela proscrastiNAÇÃO "rir é um ato de rebeldia" palavras do agora eterno Paulo Gustavo e sair da real pra entrar no reality (BBB) pra entreter a mente e sobreviver é ainda estar sã. A arte , a cultura e a fé nos salvou neste momento como brasileiros, gente boa, nordestinos arretados e invocados e cuida que Juliette nos representa empoderada e grandemente: "Só os loucos sabem".
Num país "trancado" nas suas casas onde impera o medo e a insegurança e por vezes a falta de esperança , a televisão tem sido um refúgio, inclusive por se tratar de um lazer "acessível" para muitos e muitos e muitos. A internet ainda não chega a todos. E não se admire se a gente torce por uma vitória de um(a) candidato(a) num programa de reality.
Ontem , 04 de maio, após 100 dias, encerramos um programa em que uniu , somou, dividiu o país com torcidas organizadas , ou não, mas onde a vencedora, e os demais participantes nos entreteram , por momentos, com suas "cachorradas" e mostra de nossas faces expressadas por VIPS e xepa como a vencedora e ganhadora do prêmio de R$ 1,5 milhão, com 90,15% dos votos: JULIETTE, injustiçada , onde a xenofobia, e outros preconceitos se apresentaram nitidamente, quando estamos " esquecidos sob câmera permanente".
Perseguida até pelo sotaque arretado do Nordeste, mostrou uma brasileira que é a maioria de nós. Gente boa, verdadeira, que acredita e demonstra cotidianamente seu lado bom e incentiva os outros, apoia, e como todos nós também "surta e arenga", mas defende amorosamente, se cuida e cuida dos outros. Acredito Juliette que foi isso que nos encantou em você, que nos mostrou num espelho frágil o que tem sido se dizer brasileiro, e concomitantemente nos iluminou.
Sua articulação, suas "jogadas" se assim me permite, por ser uma participante de um jogo, não era combinado, nem elaborado. Juliette foi e é de verdade . Ela existe em nós e por isso tanta identificação com essa mulher, nordestina, arretada, invocada e fervorosa que ora em música : "Deus ME PROTEJA DE MIM e da maldade de gente boa , da bondade da pessoa ruim..." e nos permite reacreditar que somos melhor do que estamos.
CACTUS é seu sobrenome e representa a resistência, mas também nos presenteia com flores, perante uma seca de educação, de saúde, embora o SUS nos alimenta e protege neste momento. (Imagina o que seria de nós sem o SUS! Tendo orgulho de ter trabalhado na implantação do SUDS antecessor do SUS, década de 80), fome também da arte , da cultura, e tantas e demais fomes.
Valeu e vale mostrar que somos milhares de Juliettes. Esse Brasil merece "dias melhores pra sempre"
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