Essa era a manchete da matéria do Jornal o Povo do correspondente Daniel Walker sobre a publicação na famosa revista o Cruzeiro na década de 60, em 02 setembro de 1965. A Reportagem falava sobre a peça " O Chão dos Penitentes" , cujo escopo era acabar com o mito de Juazeiro: Padre Cicero.
Inclusive a revolta da conterrânea Marieta Camilo, que indignada com a reportagem :
ESCREVE O LEITOR
JUÀZEIRO
Dona Marieta Camilo, de Juàzeiro do Norte, Ceará, escreve para protestar contra a peça " O chão dos penitentes", de Francisco Pereira da Silva, encenada por Kleber Santos, no Rio. Diz a leitora que o autor da peça, munido de falso
documentário, mentiras e calúnias, "procura aviltrar a memória do Padre Cícero Romão Batista".
Ainda sobre a peça encontramos o seguinte comentário :
"Em 1965, o Teatro Jovem estréia um ambicioso texto de Francisco Pereira da Silva sobre a saga do Padre Cícero, no Ceará, e a luta dos camponeses da região de Juazeiro e Crato pela terra, que culmina com o massacre do Caldeirão, na serra do Araripe. Chão
dos Penitentes é a primeira peça brasileira encenada que se propõe a interpretar cenicamente um fenômeno histórico-social através de meios formais inspirados no teatro épico moderno. O autor opta pelo despojamento e pela rígida economia de meios para
solicitar do espectador sua participação intelectual e não emocional. Segundo o crítico Yan
Michalski, a maior qualidade do texto é sua "linguagem densa, simples, enérgica e esclarecedora, de uma força dramática raramente encontrada na nossa literatura".2 Por outro lado, a excessiva fragmentação da peça,
em que predominam cenas curtas e de ação dispersa, dificulta o encadeamento narrativo, impede que o texto se concretize em uma unidade temática e que, portanto, a pretendida função crítica seja alcançada. A direção de Kleber Santos escolhe apenas algumas cenas
para construir plasticamente, e se, por um lado, consegue unidade estilística por meio da neutralidade e da secura, por outro, unifica as interpretações na composição caricata. Segundo o crítico Yan Michalski, esta linha "transforma o Padre num pobre coitado,
por vezes quase um débil mental, sem o menor magnetismo pessoal, sem a menor inspiração mística".3 A música ao vivo, executada e cantada pelos atores, ambienta o espetáculo no Nordeste popular e lança mão da projeção
de slides com documentos de época para dar a dimensão de realidade histórica".
Os clippings acima fazem partem do acervo do professor Daniel Walker zeloso guardião da história de Juazeiro e que sua amada Tereza Neuma tem colaborado continuamente, nutrindo o portal de novas matérias sobre a memória histórica de nossa Juazeiro.
contatos: pautiliaferrazararuna@gmail.com
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