sábado, 4 de janeiro de 2020

A Realidade da Chapada do Araripe após longo incendio


Registramos um triste capítulo da nossa história no Cariri. Aos 22 dias de dezembro de 2019, iniciou-se na Chapada do Araripe um incêndio de grandes proporções entre as cidades de Barbalha e Jardim. Muita fumaça, ameaçando não só a saúde dos moradores próximos a estas áreas, mas ameaçando a flora e a fauna existente. Vários focos dificultaram o trabalho dos bombeiros e de alguns voluntários. Sabemos da importância da nossa FLONA e como todos os caririenses ficamos pedindo chuva que chegou na virada do ano e contribuiu, depois de todo esforço dos bombeiros,  para o término de todo fogo. Porém, o fogo escreveu em poucos dias uma história que a água imediatamente apagou, mas, não a água não apagou seu rastro e todo prejuízo ambiental que esse fato significa, e como tudo que atinge a natureza, tem um alto preço e comunga com o tempo, levaremos muito para recuperação, não só da FLONA , mas da agro economia dos próprios moradores da região que sobreviviam das culturas locais como a cata do piqui, entre outros.

Transcrevo a matéria publicada pelo site G1 sobre esse incêndio.

O incêndio de grandes proporções que atingiu a Floresta Nacional do Araripe (FLONA) foi controlado na última quarta-feira (1º), mas deixou uma área destruída que levará aproximadamente 30 anos para ser recuperada, segundo especialistas. As chamas atingiram cerca de 2 mil hectares, o equivalente a dois mil campos de futebol, na região da Chapada do Araripe, interior do Ceará.

A destruição impactou diretamente a produção de pequi, importante fruto colhido por famílias extrativistas da região para subsistência. Cerca de 80% da produção de pequi foi atingida.

“O impacto socioambiental foi grande já que estamos falando do sustento e da complementação de renda de muitos moradores”, lamenta a representante da Unidade de Conservação, Verônica Figueiredo.

Devido a dimensão do incêndio, equipes do Corpo de Bombeiros, Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e voluntários atuaram para debelar as chamas.

A Floresta Nacional do Araripe é uma Unidade de Conservação (UC) brasileira, situada na Chapada do Araripe e administrada pelo ICMBio. A área corresponde a um importante reduto da Mata Atlântica brasileira e é fundamental para a manutenção de espécies nativas e garantia hídrica no semiárido cearense.

Embora os prejuízos ainda estejam sendo calculados pelo PrevFogo, estima-se que levará, pelo menos, 30 anos para a área ser recuperada. “Mesmo assim, a região nunca volta a ser o que era antes”, ressalta Verônica, representante da Flona. “Na questão da biodiversidade, nós perdemos muitas espécies de animais típicas da região e da flora local também”.

Além da importância na preservação ambiental, segundo o ICMBio existem aproximadamente 110 comunidades com atividade extrativista na região, impactando diretamente no modo de vida destes povos tradicionais. A maior parte das famílias estão localizadas nos municípios de Crato, Nova Olinda, Barbalha e Jardim.

Incêndios de grandes proporções

O incêndio registrado na Floresta Nacional do Araripe começou no dia 22 de dezembro de 2019. Os primeiros focos foram registrados entre os municípios de Barbalha e Jardim, por populares que passavam pelo local quando perceberam a presença das chamas. Este é um dos maiores incêndios já registrados na região.

Em 2019, o Prevfogo, que atua prioritariamente em unidades de conservação federais, assentamentos rurais federais e territórios indígenas ou quilombolas, atendeu 20 ocorrências no Ceará. O número representa decréscimo em relação a 2018 (27), mas um aumento em termos de área atingida. Em 2018, foram cerca de 500 hectares, já em 2019, este número saltou para 1.300.

Outro incêndio de grandes proporções, no ano, foi registrado em 17 de outubro, na Serra de Santa Maria, em Quixeramobim – o fogo chegou a 514 hectares do território. Além dele, o distrito de Uruquê, também em Quixeramobim, sofreu um incêndio que impactou 245,95 hectares de área – ele ocorreu no dia 7 de setembro de 2019.

O PrevFogo esclarece que “o regime pluviométrico no segundo semestre do ano, que faz com que a vegetação da Caatinga fique mais seca e vulnerável à propagação do fogo, as queimadas irregulares e sem autorização e demais fatores físicos como baixa umidade relativa do ar e direção e velocidade dos ventos”, são fatores que explicam o aumento destas áreas.

Fonte: G1 CE




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