Registramos um triste
capítulo da nossa história no Cariri. Aos 22 dias de dezembro de 2019,
iniciou-se na Chapada do Araripe um incêndio de grandes proporções entre as
cidades de Barbalha e Jardim. Muita fumaça, ameaçando não só a saúde dos
moradores próximos a estas áreas, mas ameaçando a flora e a fauna existente. Vários
focos dificultaram o trabalho dos bombeiros e de alguns voluntários. Sabemos da
importância da nossa FLONA e como todos os caririenses ficamos pedindo chuva
que chegou na virada do ano e contribuiu, depois de todo esforço dos bombeiros,
para o término de todo fogo. Porém, o
fogo escreveu em poucos dias uma história que a água imediatamente apagou, mas,
não a água não apagou seu rastro e todo prejuízo ambiental que esse fato
significa, e como tudo que atinge a natureza, tem um alto preço e comunga com o
tempo, levaremos muito para recuperação, não só da FLONA , mas da agro economia
dos próprios moradores da região que sobreviviam das culturas locais como a cata
do piqui, entre outros.
Transcrevo a matéria publicada pelo site G1 sobre esse incêndio.
O incêndio de grandes proporções que atingiu a Floresta Nacional
do Araripe (FLONA) foi controlado na última quarta-feira (1º), mas deixou uma
área destruída que levará aproximadamente 30 anos para ser recuperada, segundo
especialistas. As chamas atingiram cerca de 2 mil hectares, o equivalente a
dois mil campos de futebol, na região da Chapada do Araripe, interior do Ceará.
A destruição impactou
diretamente a produção de pequi, importante fruto colhido por famílias
extrativistas da região para subsistência. Cerca de 80% da produção de pequi
foi atingida.
“O impacto socioambiental
foi grande já que estamos falando do sustento e da complementação de renda de
muitos moradores”, lamenta a representante da Unidade de Conservação, Verônica
Figueiredo.
Devido a dimensão do
incêndio, equipes do Corpo de Bombeiros, Instituto Chico Mendes de
Biodiversidade (ICMBio), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e
voluntários atuaram para debelar as chamas.
A Floresta Nacional do
Araripe é uma Unidade de Conservação (UC) brasileira, situada na Chapada do
Araripe e administrada pelo ICMBio. A área corresponde a um importante reduto
da Mata Atlântica brasileira e é fundamental para a manutenção de espécies
nativas e garantia hídrica no semiárido cearense.
Embora os prejuízos ainda
estejam sendo calculados pelo PrevFogo, estima-se que levará, pelo menos, 30
anos para a área ser recuperada. “Mesmo assim, a região nunca volta a ser o que
era antes”, ressalta Verônica, representante da Flona. “Na questão da
biodiversidade, nós perdemos muitas espécies de animais típicas da região e da
flora local também”.
Além da importância na
preservação ambiental, segundo o ICMBio existem aproximadamente 110 comunidades
com atividade extrativista na região, impactando diretamente no modo de vida
destes povos tradicionais. A maior parte das famílias estão localizadas nos
municípios de Crato, Nova Olinda, Barbalha e Jardim.
Incêndios de grandes proporções
O incêndio registrado na Floresta
Nacional do Araripe começou no dia 22 de dezembro de 2019. Os primeiros focos
foram registrados entre os municípios de Barbalha e Jardim, por populares que
passavam pelo local quando perceberam a presença das chamas. Este é um dos
maiores incêndios já registrados na região.
Em 2019, o Prevfogo, que atua
prioritariamente em unidades de conservação federais, assentamentos rurais
federais e territórios indígenas ou quilombolas, atendeu 20 ocorrências no
Ceará. O número representa decréscimo em relação a 2018 (27), mas um aumento em
termos de área atingida. Em 2018, foram cerca de 500 hectares, já em 2019, este
número saltou para 1.300.
Outro incêndio de grandes proporções,
no ano, foi registrado em 17 de outubro, na Serra de Santa Maria, em
Quixeramobim – o fogo chegou a 514 hectares do território. Além dele, o
distrito de Uruquê, também em Quixeramobim, sofreu um incêndio que impactou
245,95 hectares de área – ele ocorreu no dia 7 de setembro de 2019.
O PrevFogo esclarece que “o regime
pluviométrico no segundo semestre do ano, que faz com que a vegetação da
Caatinga fique mais seca e vulnerável à propagação do fogo, as queimadas
irregulares e sem autorização e demais fatores físicos como baixa umidade
relativa do ar e direção e velocidade dos ventos”, são fatores que explicam o
aumento destas áreas.
Fonte: G1 CE
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