O conferencista da noite desta quinta-feira no V Simpósio Internacional sobre o Padre Cícero: "Reconciliação... e agora?" foi o professor e antropólogo Carlos Alberto Steil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ele falou sobre "Caminhos da Reconciliação no Juazeiro do Padre Cícero para uma platéia que teve dentre os presentes o teólogo Leonardo Boff, que será o conferencista das 15 horas desta sexta-feira sobre o tema: "Padre Cícero à luz do Papa Francisco".
Para Carlos Steil, a reconciliação nem começa e nem termina num documento expedido por meio de uma autoridade da Igreja, mas envolve muitos do passado e a todos nós já que não dá para pensar na questão colocando-se do lado de fora. Ele considerou que o caminho foi aberto e não poderá se fechar após definir o Padre Cícero como o santo mais popular do país. Segundo declarou, o sacerdote não se deixou seduzir pelo projeto de modernização e romanização imposto pelo clero reformador.
O conferencista disse mais que Padre Cícero não se envergonhou do primitivismo e procurou se inserir na cultura do povo pobre cuidando e amando a todos sem jamais trair sua consciência após escolher Juazeiro para sua missão. Mesmo assim, Carlos Steil observou que a reconciliação impulsiona a ação de Padre Cícero no seio da Igreja como sacerdote que foi na defesa de um projeto que incluiu os pobres na modernidade indo de encontro às elites.
Em meio aos debates, a Irmã Annette Dumoulin lembrou que, durante 19 anos de vida sacerdotal, Padre Cícero gozou da estima dos dois primeiros bispos do Ceará no caso Dom Luiz e Dom Joaquim Vieira por conta do modelo de evangelização. Depois, passou a ser mal visto e até condenado. Antes de encerrar sua conferência, Carlos Steil revelou que quando está em Juazeiro é contaminado pela paixão e observou que as coisas acontecem com bastante velocidade por aqui.
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