Quando era criança sempre ouvia, com muito medo, histórias de terror ocorridas aqui. Ouvia falar de lobisomem, de casas mal assombradas, de almas errantes que vagueavam pelas ruas e por aí vai. Hoje, relendo o livro de Senhorzinho Ribeiro, Juazeiro no túnel do tempo, me deparei com uma história verdadeira sobre um lobisomem que perturbava o sono das pessoas e achei bastante interessante para divulgar no Portal de Juazeiro, para conhecimento da gerações atuais, pois relata um episódio ocorrido no Juazeiro de antigamente. Eis o texto:
A LENDA DO LOBISOMEM
“Juazeiro sempre foi uma cidade de misticismo e gente supersticiosa, que acreditava em histórias de Trancoso, contos da carochinha, Mula sem Cabeça, Saci Pererê, Burra do Padre, Boi Milagroso e Lobisomem.
Acredito que pela falta de informação da época ou mesmo pelo atraso cultural, o povo acreditava em tudo que se criava ou comentava.
Nas primeiras décadas do século passado, o Salgadinho, hoje bairro central da cidade, era completamente desabitado, só existindo a casa do Tenente José Dias. O matagal era intenso e favorecia àqueles que quisessem praticar atos indecorosos não aprovados pela sociedade.
Surgiu, então, um boato de que no trecho compreendido entre o Rio Salgadinho e a Praça São Vicente estava correndo, nas noites de lua cheia, uma criatura com corpo de homem e cabeça de lobo, que uivava pela madrugada inteira. A história tomou conta da cidade e ninguém mais saía de sua casa à noite, principalmente andando por aquela redondeza.
Perto do referido local, morava um senhor disposto, chamado Pedro Perigo, e que gostava de tomar pinga. Já não suportando as conversas e boatos em torno da famosa criatura, esperou uma noite de lua cheia, preparou um facão rabo de galo, tomou algumas doses de cana e entrou na mata pronto para enfrentar a fera e desencantar o mistério.
Precisamente à meia-noite, ao clarão do luar, encaminhou-se ao local preparado para realizar a corajosa missão. Não demorou muito quando surgiu de dentro do matagal, aos roncos, um enorme animal preto.
O disposto cidadão não se intimidou. Partiu para a luta com a fera, porém, logo descobriu que o animal era inofensivo. Tratava-se de uma enorme porca pertencente ao Tenente José Dias.
Fatos como este se repetiram em Juazeiro, contudo, no final, nada de sobrenatural existia e na maioria das vezes, tratava-se de homens que durante as noites andavam à procura de aventuras amorosas e vez por outra, eram desmascarados por pessoas corajosas”.
Assim era o nosso Juazeiro!
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