Neste 10 de setembro de 2014 a família do Sr. Valdo Figueiredo comemora seu centenário de nascimento. A data tem significado especial também para Juazeiro do Norte, por conta dos relevantes serviços prestados pelo homenageado a sua terra natal, como farmacêutico na antiga e famosa Farmácia Brasil de propriedade do Dr. Manoel Belém de Figueiredo e como empresário, dono da Lojas Credilar. Neste ramo se destacou como um dos baluartes pelo desenvolvimento comercial juazeirense, inclusive na fundação do Clube de Diretores Lojistas, hoje Câmara de Dirigentes Lojistas.
Outra grande contribuição dele foi quando uma comissão de empresários juazeirense se mobilizou para trazer uma agência do Banco do Brasil para esta cidade. E aqui, por um dever de justiça e gratidão, vale a pena contar um fato que poucos conhecem. Quando a direção do BB estava para decidir com parecer favorável à reivindicação juazeirense, impôs uma condição para definir a aprovação: exigiu que o prédio da agência fosse o localizado no cruzamento das Ruas São Pedro com São Francisco, sendo este de propriedade de seu Valdo. Aí surgiu um grande impasse, pois o prédio estava alugado e o inquilino, sabedor do fato, exigiu uma boa indenização para desocupá-lo. E foi justamente seu Valdo, com seu ardente amor à Juazeiro quem arcou sozinho com a vultosa indenização e alugando o prédio ao BB por dez anos, a um preço praticamente simbólico para o poderio desse rico estabelecimento bancário.
Por coisas assim é que este homem cujo centenário de nascimento hoje se comemora faz parte merecidamente da Galeria dos Construtores de Juazeiro do Norte.
Por ser pessoa bastante conhecida nos meios socioculturais e empresariais de nossa cidade, sua morte ocorrida em 26.12.2003 deixou lacuna nas áreas em que atuou.
Biografia do homenageado
A biografia de seu Valdo, contada abaixo por sua filha Socorro, casada com Francisco Silva Lima, muito conhecido como empresário e desportista, é muito interessante e por isso o Portal de Juazeiro a publica, pois representa um atestado eloquente de um homem que, com garra e muita determinação, soube vencer as dificuldades, constituir família e ao se aposentar, em 1985, estava feliz, consciente do dever cumprido e grato a Deus pelos amigos que fez e a família que teve.
VALDO FIGUEIREDO – Por Socorro Figueiredo
Nascido em Juazeiro do Norte - Ceará, filho de Raimundo Bento de Figueiredo e Felismina Pereira da Silva, casou-se com Maria Macedo do Nascimento Figueiredo, carinhosamente conhecida como Maroli, natural de Missão Nova. A união conjugal resultou numa prole de sete filhos: Edna Marta (empresária), José Rômulo (engenheiro e coronel do exército), Mariluce (professora), Maria Socorro (professora e empresária), Fernando Antônio (engenheiro), Francisco Evaldo (engenheiro) e Maria (os dois últimos falecidos). A descendência prossegue com 15 netos, 12 bisnetos e 1 tetraneto.
Desde criança teve um comportamento exemplar que chamou a atenção dos seus professores, chegando ao conhecimento do Padre Cícero, o qual fez convite à sua mãe (que era sua afilhada) para educá-lo em colégio de outra cidade que oferecia melhores condições. No entanto, declinou do convite, justificando que precisava mandar com ele outro irmão, mas desse jeito o padre Cícero não concordou.
Dotado de bons princípios, passou a trabalhar ainda menino, com o propósito de ajudar a família numerosa de poucas condições. Tornou-se o principal provedor da família, papel que exerceu com todo amor. Inicialmente trabalhou com seu pai, que era portador de deficiência visual, auxiliando-o no trabalho como feirante. Depois trabalhou como aprendiz de sapateiro e finalmente na profissão (farmacêutico) que o tornou conhecido em Juazeiro, como balconista, gerente e sócio da Farmácia Brasil (Farmácia de Dr. Belém). Foram 32 anos de labuta diária naquela conceituada farmácia onde também funcionava um laboratório de manipulação de remédios. Habilitou-se para exercer a sua profissão, estudou muito e participando do Concurso para Oficial de Farmácia promovido pela Universidade Federal do Ceará, realizado em Fortaleza em 1951, foi classificado em 1º lugar, fato que teve excelente repercussão em Juazeiro. Com isto, passou a ajudar muito mais os pobres que a ele recorria, para indicação de um remédio ou tratamento, já que existiam poucos médicos e nenhuma condição financeira destas pessoas. Foi um competente manipulador de remédios.
O empresário
Mas foi com o falecimento prematuro de um cunhado querido, (Luiz Pereira e Silva, mais conhecido como Lulu) que possuía um negócio com grandes perspectivas - "Lojas Credilar" - que a família o incentivou a adquiri-lo para garantir o patrimônio da cunhada Zeneida, uma vez que ela tinha uma família numerosa e não conseguiria alavancar o negócio, ainda muito novo e complexo. Sob seu comando a Lojas Credilar cresceu, multiplicou-se, sem ele, no entanto, deixar de pensar no progresso da sua cidade, pois era um visionário apaixonado. Participou de movimentos importantes, inclusive o que culminou com a instalação do Banco do Brasil em nossa cidade. Mas uma coisa que lhe trouxe muita satisfação foi ter contribuído decisivamente para a instalação de uma unidade do Clube de Diretores Lojistas (hoje Câmara de Dirigentes Lojistas) em Juazeiro do Norte, sendo seu primeiro presidente. Graças a sua excelente administração continuou na função por mais três mandatos, perfazendo um total de oito anos.
Religioso
Devoto de Nossa Senhora das Dores, foi membro ativo da Congregação Mariana da Paróquia de Nossa Senhora das Dores.
Foto de Seu Valdo no quadro de formandos do Curso de Oficial de Farmácia |
O casal Valdo-Maroli |
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