domingo, 20 de julho de 2014

POR QUE PADRE CICERO FOI EXCOMUNGADO?

José Pereira Gondim

Há mais de cem anos a Igreja Católica Apostólica Romana excomungou o Padre Cícero Romão Batista, todavia, ultimamente já chega a celebrar missas em honra de sua memória, nas quais lhe dá "vivas" em abundância, muito embora nunca tenha sinalizado com uma data certa, onde um perdão oficial por parte dessa Entidade seria adicionado a sua trajetória de bom cristão. Durante longo período, no Brasil e por todo mundo católico, beatos e santos foram surgindo, no entanto, um ato de amor e perdão por parte da Igreja, e no tocante ao Padre Cícero, jamais foi cogitado, o que suscita as indagações: Onde andará esse amor pregado pela Igreja? E o apregoado perdão, onde reside? O Imperador Romano Flávio Valério Constantino (São Constantino) foi "guindado" a santo pela Igreja, apesar de ter mandado matar um filho, a esposa, dois meios irmãos, três sobrinhos e o sogro, enquanto o Padre Cícero não se enquadra em nenhum ato de violência. Muito pelo contrário foi conselheiro da massa, dos miseráveis, Prefeito, Deputado Federal e Vice-governador do Estado do Ceará. Foi também eleito o cearense do século, homenageado com a terceira maior estátua de concreto do mundo, e, além do filho mais ilustre de Juazeiro do Norte, a segunda maior cidade do Ceará, seu nome, literalmente é responsável por uma das maiores romarias do Brasil, ou a visita, exclusivamente a seu túmulo, anualmente, por 2,5 milhões de romeiros, ou pessoas de todos os extratos sociais do Nordeste, do País.

Quando a Igreja vai devolver as ordens sacerdotais do filho mais ilustre do Juazeiro, Padre Cícero Romão Batista excomungado há mais de um século?

Quando também devolverá os restos mortais da beata Maria de Araújo exumados clandestinamente por monsenhor José Alves de Lima visando o seu "descanso" em local conhecido e de acordo com a tradição cristã?

O entendimento do pretenso milagre do Juazeiro é uma questão meramente de fé (assim como falou Pio XII sobre a existência de Jesus, num Congresso sobre História, em 1955), pois os fatos "miraculosos" envolvendo sangue, como San Genaro, em Nápoles, e outros mais na Europa, além de polêmicos não são unanimidade quanto à procedência sobrenatural. Se você é juazeirense, nordestino, simpatizante da causa da reabilitação do sacerdote, romeiro residente ou não na Cidade, admirador ou não do Padre Cícero, mas, uma pessoa inimiga de injustiças tem plena condição de atuar na reversão do quadro (devolução in memoriam das ordens sacerdotais) mostrando a Igreja que faz parte daqueles que não veem com bons olhos esse comportamento cínico (celebra missas, e dá "vivas" ao Padre Cícero, no entanto, se nega a dar-lhe o perdão) e oportunista da Entidade. Junte-se a mim nessa "cruzada" e quando formos milhares, milhões a gente marca a data desses eventos, pois nada nesse mundo pode ir contra a vontade do povo unido e ciente do que quer, e nem mesmo a Igreja. O Vaticano sabe disso pode crer!

"Não seria justo e honesto trocar-se tanta missa e "vivas" em homenagem ao Padre Cícero por um pouco de amor e perdão através da Igreja e traduzidos na devolução de suas ordens sacerdotais"? "O "perdão informal" é ganhar tempo, não tem valor"!

"A Igreja pode até não querer, mas, os devotos e admiradores do Padre Cícero exigem dela a devolução de suas ordens sacerdotais, plenamente confiantes de que a 'voz do povo é a voz de deus', ou essa Entidade ignora ou não sabe disso"?

O perdão do Padre Cícero só depende de você! Use uma camisa, porte um cartaz ou uma faixa exigindo esse perdão que a Igreja cede. Faça circular um manifesto igual a este, na próxima semana, no próximo mês que a Igreja muda de atitude!

Durante quase um século, os fiéis, devotos e admiradores do Padre Cícero rezaram benditos, jaculatórias e nada conseguiram. E chegado o momento dos "manifestos, das passeatas", do contrário vamos morrer sem constatar a mínima mudança!

Afinal, que significam amor e perdão para a Igreja? Esperar mais cem anos? Já basta de Comissão de Estudos que a nada leva. Se a Igreja a não muda, mude você!

Assim como eu tome a iniciativa e reproduza esse manifesto, ou crie outro, no entanto, junte-se a mim e quando formos milhões a Igreja acorda, desce do muro!

NOTA: Não vai ser completamente estranho pra esse Autor, se pessoas que se dizem devotos, admiradores do Padre Cícero, mas, que nunca tiveram qualquer tipo de iniciativa para com o problema, ou de se exigir formalmente uma solução da Igreja sobre o assunto entenderem que o mesmo procura se promover. Pensem o que quiserem, mas, seu objetivo está ligado ao combate à injustiça tomando por base uma declaração de Martin Luther King: "Para criar inimigos não é necessário declarar guerra a eles, basta somente que você diga o que pensa". AMÉM!

José Pereira Gondim é um cidadão que abomina oportunismo e injustiças, autor das trilogias (livros): A Forja do Cinismo e Jesus e o Cristianismo, onde esse e outros temas conflitantes são tratados com responsabilidade, mas, sem eufemismos. Como não se trata de denúncia anônima o documento é assinado, pois a Igreja poderá optar em excomungá-lo, processá-lo, ou mesmo torná-lo "persona non grata" por se manifestar diferentemente da maioria.





6 comentários:

Geraldo Moreira de Oliveira disse...

Não me surpreendi com o escrito do Sr. José Pereira Gondim. A perseguição ao Padre Cícero, até hoje, não se pontifica por algum erro que involuntariamente tenha cometido, mas pela maneira diferenciada de agir, numa época em que imperava a lei do mais forte, sem contestação, na discordância, mudava ou morria.Naquele tempo era comum o padre ter família constituída, de conhecimento público; de eleições realizadas pelos coronéis dentro dos templos, terminando, por vezes, em morte.O analfabetismo, fonte negativa do desenvolvimento humano, era moeda corrente.O Padre Cícero foi vítima do amor que nutria por seus semelhantes, pela capacidade de construir obras físicas e morais, de proteger os necessitados, independentemente de sua condição social, racial, etc. Acredito que, se o Padre Cícero tivesse a filosofia de vida compatível com a época, provavelmente, estaria numa situação bem diferenciada diante da Igreja Católica e, quem sabe, estaria fazendo companhia ao Santo Constantino e,também, esquecido. Ocorre que o Padre Cícero veio ao mundo para trazer o bem, buscando corrigir os errados, com suas orações simples e inteligíveis. O Greenpeace foi buscar,também, nos Conselhos Ecológicos do Padre Cícero uma forma positiva de melhor proteger o meio ambiente. O meu entendimento é de que a Igreja Católica é que tem que se REABILITAR perante a alma do Padre Cícero e de todos nós que cremos no poder sobrenatural que lhe foi concedido.Sou católico porém não comungo com alguns procedimentos de representantes desta. Lembro-me, quando criança, quando Padre Feitosa foi visitar nossa casa e exigiu de minha mãe que arrancasse a imagem do Padre Cícero da parede da sala, entre Jesus e a Família Sagrada. D.Dãozinha, que nunca engoliu sapo, foi categórica: Padre eu não mais irei a sua Igreja e nem o senhor vem a minha casa. Passou a assistir missa em Juazeiro, mensalmente. Por fim, espero adquirir a nova publicação do livro do Gondim.

Unknown disse...

Estive, pela primeira vez, em Juazeiro esta semana! Chega a assustar a adoração ao Pe Cícero em tal cidade!

Lucena disse...

Creio que o Código de Direito Canônico não foi abolido ainda... se na época o que ele fez, e a Igreja em sua autoridade julgou como erro, o descumprimento de ordem (desobediência) a Igreja, da qual é pecado grave principalmente aos padres que no dia da ordenação prometeu ao bispo e a todo o povo de Deus presente, sua obediência a Santa Mãe Igreja. Deste modo, pela conduta errônea, e sob autoridade dá Igreja, FOI EXCOMUNGADO. Agora, falar a torto direita... que a igreja fala uma coisa e faz outro, tendo em vista seus membros e não a Igreja como todo é um erro, até podemos dizer que é um erro de interpretação se houver. Outro erro comum, é julgar o passado com os olhos de hoje sem se colocar ou fazer uma contextualização da época e os reais motivos do fato, dai dizemos Anacronismo (segundo os grandes estudiosos da Historia). creio que antes de dizer ou falar algo devemos estudar... Podem até dizer que isto é um pensamento meu, mas se o que aqui falo, não estiver em concórdia com a Igreja mesmo estando fundamentado no que ela (a igreja ensina, então outros tantos estarão?

Helio Rosas disse...

Quanta infantilidade. Querem que a igreja se curve a seus caprichos. A igreja só vai anular a excomunhão se os supostos milagres forem comprovados, não por pressão.
E ainda perguntam onde está o amor que a igreja católica prega. Amor não significa passar a mão na cabeça diante dos erros. Muito pelo contrário, amar implica dar limites, disciplinar se for necessário.

Anônimo disse...

Um comentário agressivo à própria Igreja gera outros comentários agressivos.
E a respeito a adoração ao Padre Cícero, não há. O que há é um profundo amor e consideração por quem tanto amou os seus filhos espirituais. É preciso ter amor pra comentar os atos de quem ama. É preciso conhecer a pessoa, antes de julgá-la. Sou juazeirense e sempre fui cuidadosa com essa devoção ao Padre, mas hoje compreendo que uma pessoa carismática e santa agrada não só aos homens, mas a Deus, e Deus opera milagre pelas que dá aos que fazem a sua vontade.

Anônimo disse...

Que infeliz decisão!

*Santo ou não, iletrado ou não, excomungado ou não, nada irá mudar a cabeça dos irmãos nordestinos, em relação ao Padim Cicero. Agora o escritor da matéria do blog, desafiar a igreja Católica Apostólica Romana, chantageando-a, como se fosse o padre Cicero mais importante que o Próprio Deus, querendo a todo custo dr a ele o título de santidade, simples assim, como um titulo imerecido de honrarias a um poltico politiqueiro, aí é demais...

* Padre Cicero desafiou e se declarou inimigo da igreja, quando desobedeceu todos os quesitos impostos pela Santa Sé. A lei canônica é muito clara, e o perdão da igreja não quer dizer necessariamente um caminho para o reconhecimento de santidade...

* Não precisamos nem sitar as inúmeras irregularidades ditas causadas pelo Padre, o fato é que existiram e a Santa Igreja não cede ameaças nem chantagens.A santidade é obra de Deus, então acalmem-se esperem, porque se a Deus prover, e ele for merecedor, será canonizado UM DIA, enquanto isso, o choro é livre, mesmo oriundo do orgulho desnecessário do povo cearense. E que Deus seja louvado

* E não preciso me esconder por traz de um título anonimo, Sou:

Padre Ramonn de Andrade Guvieras de Lins - S.J.SL