Dias atrás, vi no Portal
de Juazeiro uma nota sobre o único viaduto existente em Juazeiro do Norte. Na
verdade, trata-se de um “ferroduto”, de dimensões bem modestas. Mas não deixa
de ser importante, justamente por ser o primeiro e ainda o único viaduto da
cidade. Vi também em um dos blogs de Juazeiro
uma cobrança referente à construção de um
viaduto no triângulo Crajubar. Este sim, um projeto muito grandioso, que
visa solucionar o problema de trânsito já existente naquele local. Realmente,
aquela rotativa do triângulo apresenta pelo
menos três perigosos gargalos, constituídos pelas interseções nos percursos de Juazeiro/Barbalha, Barbalha/ Crato e Crato/Juazeiro.
O problema tende a agravar ainda mais, devido à tendência do aumento da frota de veículos nos próximos
anos.
A construção de um complexo viário,
constituído de no mínimo dois viadutos, apresenta-se como a solução óbvia para o problema de trânsito naquela
rotatória. Mas acho que antes de se optar pela construção de um complexo de
viadutos no triângulo Crajubar, devem
ser analisadas outras alternativas.
A implantação de um viaduto é demorada e normalmente
acarreta consequências danosas do ponto de vista econômico, de meio-ambiente e até social. No caso específico do triângulo, podemos
imaginar a possibilidade de ocorrer alguns
problemas, tais como: desvalorização dos
imóveis nas proximidades, prejuízo para os estabelecimentos comerciais próximos devido à eliminação de
acessos, custos elevados de indenização, alteração drástica no paisagismo do
local com grande impacto visual e desativação da praça do Giradouro. Também, a
exemplo do que existe em grandes cidades, há a possibilidade de o viaduto ser
usado na sua parte inferior como
estacionamento, depósito de materiais e de lixo, construção de barracos de
madeira para moradia de sem teto e local de pixação. É a chamada degradação do
viaduto.
Por isso não acho que
seja uma boa opção a construção de um viaduto no triangulo Crajubar, mesmo
sabendo que ele se tornaria um símbolo do progresso da cidade.
A engenharia de tráfego e a arquitetura urbanística atuais estudam a
melhoria da mobilidade urbana, contemplando não apenas construção de viadutos para solucionar
problemas de cruzamentos movimentados. Outras alternativas, de custos mais baixos e de menos
impacto ambiental, são também analisadas conjuntamente. Algumas delas são: construção de tuneis; criação de alternativas
de rotas de fluxo; instalação de sinalização
inteligente, como temporizadores, que consideram os horários de fluxo mais
intenso de veículo; melhoria do sistema
de transporte coletivo para desestimular a utilização de carros, entre muitas
outras.
O importante é que
aquele bonito local de Juazeiro seja preservado e que, ao mesmo tempo, se busquem soluções alternativas para eliminar
o problema de trânsito no triângulo.
Carlos Alberto Almeida Marques
Fortaleza
2 comentários:
Recebemos de Cícero Roberto:
Torna-se muito necessário o viaduto,anel viário,haja vista que o número de
veículos aumenta assustadoramente.
0 saneamento,a reforma da Pça.Pe.Cícero,CARTÃO PORTAL DA CIDADE, são
também prioridades.Hoje é de fazer vergonha a quem nos visita.Lixo, fonte
luminosa sem funcionar há tempo e por ai vai...
Nossa cidade precisa URGENTEMENTE DE A R B O R I Z A Ç Ã O no centro da
cidade.
Quanto ao saneamento nossa cidade está atrasada desde o século passado.
Abraço, Cícero Roberto Sobreira de Carvalho.
Prezado Carlos Alberto,
Parabenizo-o pelas considerações à cerca do tão sonhado viaduto. Com certeza uma passagem subterrânea apenas na bifurcação Crato/Barbalha daria melhor sentido ao que hoje existe.
Há por parte da população uma exagerada preocupação com esse viaduto, como se isto representasse um status a Juazeiro. Temos problemas maiores. Não há investimento em transporte público. A empresa que atua na área - um monopólio - na realidade está longe do mínimo necessário, é o fruto de compadrio entre agentes públicos e privado.
Não há disciplinamento do transporte, é um caos.
Um abraço.
illydio esmeraldo
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