domingo, 23 de junho de 2013

A arte de andar nas calçadas de Juazeiro

Estávamos preparando uma matéria sobre as calçadas de Juazeiro, mas quando vimos o artigo de Elvis Pinheiro, publicado na última edição do fanzine Geral, achamos melhor transcrever o texto dele do que escrever um nosso. O texto de Elvis está uma beleza e traduz muito bem o que realmente queríamos dizer. Apenas acrescentamos algumas fotos para mostrar a realidade retratada no texto e na oportunidade chamamos a atenção do Poder Público Municipal, pois muita coisa pode ser feita para coibir este abuso que é proibido pelo Código de Postura do Município, como por exemplo, evitar que as pessoas deixem entulkho de construção nas calçadas, na vã ilusão de que o caminhão do lixo vai levar. Não vai, pois não é obrigação do Serviço de Limpeza Pública. As pessoas que fazem isso devem deixar de ser miseráveis e pagar para um carroceiro levar. 
E agora vamos ao texto de Elvis:

A arte de andar nas calçadas de Juazeiro – Por Elvis Pinheiro 
Experiência meio maluca, mas experimenta fechar os olhos ou melhor! - experimenta por uma venda nos olhos e sair de casa arrodeando o seu quarteirão até chegar novamente ao ponto de partida.
Cada qual vai ter infortúnios maiores ou piores. Mas veja um destes, bem possível e mais geral: primeiros passos e um batente acima, dois passos e rampa pra moto, outro passo e outra rampa pra moto... (ou seriam duas rampas paralelas pra entrada de carro?). Correção necessária: rampas para carro! Outros passos e batente abaixo. Passos e calçada estreita e você escorrega pro lado da rua e é quase atropelado por um carro em altíssima velocidade. Volta pra calçada e esbarra num poste.
Você o contorna espremido entre ele e a frente de uma casa. Consegue, finalmente, uma calçada larga e esbarra em mesas de bar!  Atravessa, a custo, driblando e incomodando muita gente, para novamente dar de cara com uma parede porque a casa vizinha já engoliu metade da calçada. Na outra metade você não vai poder trafegar porque tem uma banca ocupando todo o espaço com venda de redes. Agora você está na rua margeando o meio fio e rezando pra não ser atropelado por moto ou carro em alta velocidade. Volta para a calçada e quase se desequilibra porque o piso é liso, feito de azulejo sem atrito e pra piorar começam a lavar a bendita calçada! Com medo de um escorregão fatal você tira a venda dos olhos para não morrer. Mas isso de abrir os olhos é para quem pode! Pode uma coisa dessas?
Aqui o mato tomou conta das calçadas.
Aqui as calçadas foram usadas para colocar material de construção

Aqui, pelo visto, as calçadas foram feitas para abrigar poste e orelhão

Aqui uma calçada usada para guardar entulho de  construção e um trecho de rua onde simplesmente não existe calçada.

Aqui todo cuidado é pouco para não topar nos batentes, rampas de carro ou pisar na tampa da Cagece.

Nota do Editor: Existem outros casos piores dos que os mostrados nas fotos acima. E a oportunidade é ideal para a gente lembrar que no passado, quando a cidade de Juazeiro não era tão grande como é hoje, um prefeito pediu à população que rebaixassem o piso da sala de entrada de suas casas exatamente para evitar que fosse preciso fazer batentes ou rampas de carro quando no futuro o morador chegasse a tê-lo. Como os outros prefeitos não fizeram o mesmo, a situação virou a bagunça que hoje presenciamos. Sucessivas administrações populistas deram nisso. E agora? 



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