domingo, 28 de abril de 2013

O poder de se indignar!


A violência urbana assombra a sociedade brasileira. Num passado recente, era associada ao nível de pobreza e à falta de oportunidades. Já nos últimos anos, o país vem avançando bastante em sua economia e no amparo social às famílias pelos programas assistenciais dos governos nas várias esferas; mas apesar da melhor renda dos brasileiros, os crimes crescem em escala exponencial.
Para explicar a escalada da violência urbana, muitas hipóteses são abordadas e discutidas, como a participação do tráfico de drogas, ou o lado negativo da mídia, ou a desvalorização dos valores da família.  Enquanto não se tem o consenso sobre a causa do problema, a criminalidade se torna mais corriqueira e cria um fator essencial que a fortalece cada vez mais: o conformismo das pessoas.
Ser assaltado virou algo normal. Quem nunca saiu de casa já com o dinheiro do ladrão reservado? Os assassinatos nas periferias das grandes cidades agora são apenas números e índices, meras estatísticas de atendimento hospitalar e plantão policial.
Podemos até ilustrar esta situação comparando com a questão dos antibióticos. Quando estes foram descobertos, representaram a grande arma contra as doenças. Contudo, com o seu uso indiscriminado, as bactérias foram se “acostumando” e adquiriram resistência, forçando os pesquisadores a produzirem remédios cada vez mais potentes. Já com doses contínuas da criminalidade no seu dia a dia, as pessoas também se acostumaram e perderam sua capacidade de se indignar. São necessárias doses brutais de violência por parte dos bandidos para o sentimento de revolta e indignação ser  despertado, como na ocasião em que uma criança foi arrastada por um carro roubado em várias ruas, ou no duplo assassinato em praça pública ocorrido aqui em Juazeiro, ou no recente caso da dentista queimada viva.
Para o combate à violência urbana, a fim de pelo menos minimizá-la, ainda falta muito planejamento por parte dos governos, mas para que os chamados representantes do povo realizem ações de verdade, é imprescindível que a sociedade brasileira não perca a sua capacidade de se indignar!


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