Precisamos relembrar, neste momento, que um município não poderá ter a fama de município progressista, enquanto sua população não entender o valor da educação e do exercício da cidadania, do amor e do bem-estar comunitário. Ou enquanto seu povo não procurar fundamentar a sua vocação municipal.
Para não irmos longe, vamos refletir um pouco sobre o nosso Juazeiro do Norte. Passamos, e isso já vem há anos, por uma disfunção de planejamento municipal, a qual, por causa dessa anormalidade de estruturação de projetos sérios e viáveis para o Município, está o levando sutilmente e gradativamente para uma involução, ou uma desnutrição sócio-cultural. E isso está levando nossos cidadãos, inclusive eu, a perguntarmos aos nossos corações, ou a protestarmos pelas calçadas, embora de forma solta, a respeito do que está ocorrendo no meio de nós. Não podemos, porém, tê-los como anti-juazeirenses ou partidários radicais. Sejamos maduros para ouvir isto:
QUE JUAZEIRO É ESTE? - que não se procura acolher fraternalmente os ROMEIROS e estamos a vê-los vítimas de maltrato, de exploração, de humilhação.
QUE JUAZEIRO É ESTE? - que presenciamos somente ambições e interesses particulares movendo os que o governam?
QUE JUAZEIRO É ESTE? - que nos acostumamos a ver cidadãos se apossando de cargos públicos para se favorecerem financeiramente, com a pretensão de se “tornarem ricos”, ou como se diz no dito popular: “tirarem o pé da cova”?
QUE JUAZEIRO É ESTE? - que estamos observando políticos de longe chegarem ao nosso município, para, em seguida, levarem da população seus votos e desaparecerem, enquanto os que se dizem daqui receberem os nossos votos e não trabalharem em prol do nosso povo.
QUE JUAZEIRO É ESTE? - quando nos ufanamos de um desenvolvimento econômico feito de modo individual e não coletivo, como se cada qual colocassem a banquinha de feira na rua para adquirir unicamente o dinheiro do seu sustento e da sua família.
QUE JUAZEIRO É ESTE - quando nos deparamos com idéias e projetos excêntricos, esquisitos, como “mudar o nome do Município, “canonizar de qualquer maneira o padre Cícero”, “construir um teleférico até o topo do serrote do Horto”, ou colocar no serrote do Horto uma desnecessária e fantasiosa inscrição ‘CAPITAL DA FÉ”.
Virou isso uma ladainha diariamente. Só está faltando as pessoas, em cada invocação, dizermos: “Rogai por nós, meu padrinho”, “Tende piedade de nós, minha Mãe das Dores”.
Os juazeirenses somos responsáveis pelo JUAZEIRO DO NORTE. E temos de prestar bem atenção nessa gradativa, repito, desnutrição sócio-cultural, ou naquelas fantasias ribamarescas (neologismo criado a partir do popularesco Príncipe Ribamar).
O Autor: Dantas de Sousa ( Eurides Dantas de Sousa), juazeirense, professor, editor do blog sobre lingua portuguesa: http://lpdantasdesousa.blogspot.com.br/