A respeito do artigo do professor da Urca Océlio Teixeira de Sousa publicado neste Portal sábado passado, a antropóloga alagoana, cidadã juazeirense e professora da UERJ Luitegarde Oiveira Cavalcanti Barros escreveu o texto abaixo transcrito:
Ora, ora, Océlio!
Por que estes “tão queridos
romeiros” não ficaram SEQUER SABENDO que há CEM ANOS o Padre Cícero, lutou para
CRIAR um Município Autônomo, onde eles não sofressem o mesmo destino do Povo de Canudos?
Por que será que de 2009 ( Início das
COMISSÕES DO CENTENÁRIO) até hoje as
Secretarias de Turismo, Romaria, Cultura
etc não Conseguiram “Economizar”,
de tudo que “os pobrezinhos” gastam no Juazeiro, os R$ 10.000,00 orçados, nestes sucessivos três anos, para imprimir as “Lembrancinhas” desenhadas
por Renato Dantas para serem distribuídas, em forma de “filipetas”, entre aqueles por quem o Patriarca tudo sofreu, e
que são a única razão de algum TURISTA ir à cidade conhecer este patrimônio
imaterial?
Quanto ao Patrimônio Material de
Juazeiro, sucessivas “gerações modernizadoras”, com suas respectivas e “progressistas autoridades” foram “derrubando
tudo”, com o agravante de “os
pesquisadores do Juazeiro” não terem o cuidado esperado de “preservadores da
memória de um povo”, de sequer fazer o
“registro fotográfico” do bem existente, antes de seu desaparecimento do
cenário da cidade. Você quer ver?
Quem fotografou o “pé de
tambor” a cuja sombra durante décadas o Padre Cícero repousava no
Horto e cujas folhas os romeiros levavam como relíquias usadas em chás para
curar doenças? Imagine que ele foi destruído, simplesmente para colocar no
lugar dele (PASMEM.....A torre para televisão!!!). Será que em toda a extensão
do Horto não havia outro lugar? Os intelectuais do Rio Grande do Norte preservaram um bem natural – O MAIOR CAJUEIRO
DO NORDESTE, grande atração turística.
O grande colecionador das coisas
do Juazeiro, Renato Casimiro, sabe quem me contou a história desta derrubada, e
de como o narrador descobriu, pelo
pranto dos romeiros recolhendo lascas e
folhas do “pé de pau sagrado de meu Padrinho”, o que acabava de ser feito
contra a memória do Padre Cícero, único bem que resta a seus seguidores. O imaginário dos romeiros não se confunde com
as concepções de mundo de quem gosta de aparecer, de ser chamado
especialista nas coisas do Juazeiro, ou
desfrutar de cargos, de qualquer natureza.
Quem fotografou a casa do
Professor Semeão Macedo onde o Padre
Cícero teve o sonho onde Cristo determina sua mudança para Juazeiro, e permanência protetora dos miseráveis sertanejos, antes
que a PREFEITURA destruísse o maior marco da construção da hoje cidade do Juá?
Que movimento foi feito para impedir a destruição da rua onde havia UMA ESCOLA
e por onde o Patriarca andou os primeiros passos da hoje tão imensa localidade, para dar lugar a um
estacionamento?
Já não digo impedir a Derrubada,
porque na DEMOCRACIA quem É ELEITO tem mais poder que Luiz XIV mas, por que não
fotografaram a casa da Beata Bichinha e o INOMINÁVEL ALTAR ONDE O PADRE CÌCERO,
DE !910 a
1934 manteve os “PANINHOS” vindos da casa de José Marrocos, ajoelhando-se em
sua frente em adoração?
Onde estão os marcos para TURISTA
VER, das moradias de Alencar Peixoto, Floro Bartholomeu da Costa, Beata Maria
de Araujo, os fundadores do primitivo povoado?
Quem violou e destruiu o SANTO SEPULCRO, mundo
mágico-milagroso dos beatos do Juazeiro e do sertão das romarias?
Quem se opôs ao projeto nefando
de REVITALIZAÇÃO DO HORTO, que promoveu desmatamento tão criminoso que até a
“estátua quase do tamanho do Corcovado”, oscilou?
Enfim, por que tem de estar aí o
italiano Padre Ventureli desenvolvendo
um reflorestamento da serra do Horto, pedido que faço a todos os prefeitos
nestes quarenta anos de romaria ao Juazeiro?
Houve autoridade do Juazeiro que quase
desertificou a cidade, “arborizando-a com EUCALIPTO!!!
SEM COMENTÁRIO Crítico dos
Intelectuais do Juazeiro, quanto mais uma passeata para manifestar uma vontade
altiva de defender A TERRA DO PADRE CÌCERO!!
Océlio, paz e bem, e vamos pedir
ao Padre Cícero que perdoe todos os nossos erros deliberados ou impensados e
nos inspire a fazer coisas sempre dignas das concepções do mundo beato.
Antonio Conselheiro deixou
esculpido na fachada da Igreja de Crisópolis: GRANDE SÓ DEUS.
Por que tanta loucura para ser
chamado GRANDE isto, Grande aquilo... ?
No Juazeiro, SÓ É GRANDE A CRENÇA
NA ENTREGA DO PADRE CÌCERO aos – DESAVENTURADOS, termo usado por Antonio CONSELHEIRO ( Discípulo do Padre Mestre Ibiapina)
Abraço, Luitgarde
NOTA DO EDITOR: Luite, o saudoso Raimundo Gomes de Figueiredo tinha em seu arquivo fotos históricas de Juazeiro Antigo e dentre elas existe uma do famoso pé de tambor do Horto. Este arquivo hoje é propriedade de Renato Casimiro e Daniel Walker. Quanto às denúncias de que os intelectuais não combatem a destruição do patrimônio histórico de Juazeiro, isso é verdade com os intelectuais de ontem, pois os de hoje estão sempre atentos e têm se rebelado através de textos publicados na imprensa. O Portal de Juazeiro desde o tempo em que era Juaonline tem registrado em suas páginas os protestos contra a destruição do patrimônio histórico desta terra abençoada pelo Padre Cícero, destruição esta que é feita pela própria igreja do Padre Cícero, políticos, empresários e os falsos juazeirenses que aqui existem em quantidade exorbitante. O problema é que, hoje, esta cidade não é mais dos juazeirenses autênticos. São poucos os juazeirenses natos e naturalizados que conhecem a história de Juazeiro e lutam pelo seu resgate e preservação. Por isso, é que a cidade está perdendo a sua identidade de cidade romeira, de passado glorioso, de terra fundada pelo Padre Cícero. O trator da modernidade é potente e passa por cima de tudo, derrubando monumentos, prédios, enterrando pessoas históricas. Logo logo Juazeiro perderá o encanto e será uma grande cidade comum. A gente protesta contra a destruição do patrimônio histórico de Juazeiro e com isso muitos padres, políticos e seus bajuladores já nos olham com ar de reprovação.
E para provar que estamos atentos às transformações de Juazeiro, abaixo está mais uma de nossas denúncias:
MUDANÇA NO CRUZEIRO DO SOCORRO
3 comentários:
Infelizmente as verdadeiras marcas de identidade estão sendo destruídas para dar lugar a grandes monumentos. Os lugares simples são exterminados e passam em branco para as novas gerações. Eu mesmo não sabia desta árvore sagrada no Horto. Lamentável!
Comentário de Euridesdantasdesousa Dantas de Sousa:
Excelente manifesto de apreço ao Juazeiro do Norte, centenário. No entanto, este juazeirense autóctone - embora filho de pernambucano com paraibana romeiros, ou adventícios - acha-se no dever de me congratular com todos os que lutam para a conscientização histórica deste município - centro do Nordeste brasileiro. Patrimônio da humanidade e, mais além, PATRIMÔNIO da "Jerusalém" caririense. Como dissera, na missa do Centenário, na - nossa BASÍLICA (reafirmemos esse nome na memória histórica do "Joaseiro") Santuário de Nossa Senhora das Dores, o intelectual teólogo e amado pastor da nossa Diocese, Dom Fernando Panico: JUAZEIRO DO NORTE É A TERRA DE JESUS CRISTO (na histórica homília do Centenário). Que PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE!!! QUE PATRIMÔNIO DA IGREJA CATÓLICA (universal) APOSTÓLICA ROMANA - Igreja de Milênios e ETERNA, santa e pecadora, porém guiada pelo ESPÍRITO SANTO. Por isso, meu querido JUAZEIRO DO NORTE, o sumo da "vossa" memória histórico-material - ainda há e haverá - mesmo com toda a avalanche finanaceira, mercadológica ou tecnológica - defensores dessa sua memória que, sem dúvida, permanecerá. Quanto mais há os que jamais deixarão de conservar a memória testamentária de espiritualidade, de religiosidade simples e pura: os AFILHADOS e os ROMEIROS (turistas também) do padre CÍCERO ROMÃO BATISTA.
sem dúvida, permanecerá. Quanto mais há os que jamais deixarão de conservar a memória testamentária de espiritualidade, de religiosidade simples e pura: os AFILHADOS e os ROMEIROS (turistas também) do padre CÍCERO ROMÃO BAT
Iderval Tenorio: Amigos do meu Juazeiro do Norte, gosto de sentir esta preocupação pela Meca do Cariri, em artigo anterior falei da importância cultural,histórica ,antropológica e fóssil da nossa querida Chapada do Araripe , tendo como epicentro a cidade fundada pelo Padre Cícero,que além de grande estudioso dos fenômenos futuristas, era um homem do bem. Nascido na milagrosa cidade do Crato , escolheu no tabuleiro grande o seu epicentro, a sua vila,o seu povoado,que mais tarde seria a cidade de Juazeiro do Norte.
A Chapada do Araripe é uma terra abençoada, como abençoada toda a Região do Cariri, foi nesta Chapada que nasceram- O Padre Cícero Romão Batista , o Patativa do Assaré e o Luiz Lua Gonzaga, os três homens do século , os três homens mais importantes do Nordeste ou até mesmo do Brasil ,cada um no seu segmento ,não esquecendo que o Padre Cícero além de tudo isto, está em processo de beatificação e depois de canonização,é uma Serra abençoada. Tem mais, foi nas terras desta chapada que peregrinou os outros futuros Santos, o Padre Ibiapina e o Frei Damião de Bozano.
Quando deparo com debates como este , lamento a pouca responsabilidade dos nossos gestores que ,para deixarem as suas marcas na cidade ,apagam da sua memória as obras comemorativas, foi assim com a marca do cinqüentenário, com as pequenas obras que marcaram um passado mais distante, os casarios, os pontos religiosos em diversos pontos da cidade e principalmente na colina do horto tão badalados pela Luitegard.
Deve sim os gestores preservarem todo este patrimônio histórico sem destruir o patrimônio existente,devem preservar as suas marcas,os passos de uma cidade importante,a história de toda uma região. Os Romeiros e Romeiras clamam pela manutenção das coisas do Padre Cícero que também são nossas,o que os Romeiros não pedem é a destruição do que existe de mais sagrado que é a vida do nosso patriarca e padrinho de todos que habitam esta terra.
Que venham os bondinhos,água de qualidade,comida saudável,acomodações dignas,letreiros e mais letreiros de todos os tamanhos desde quando não sepultem o patrimônio histórico da cidade e da região, não é só o Juazeiro, todo o Cariri é abençoado ,todo o Cariri sente a presença do maior ícone do Nordeste.
Faço todas as perguntas da grande Luitegard, onde andam os feitores que deram cabo a todo este patrimônio, onde andam os gestores que apagaram a memória da cidade para a construção de obras que poderiam ser construídas ao lado ou aos seus arredores. Juazeiro fez cinqüenta anos e foi homenageada com um logradouro,com uma praça na qual toda uma geração viveu,saboreou e sedimentou dentro do cérebro a sua infância e juventude, este marco foi arrancado materialmente por gestores sem compromisso co a história do Município, mas continua vivo na mente de cada um dos Juazeirenses.
A Cidade cresceu e tem que oferecer melhoras em todos os seus equipamentos turísticos e religiosos, sem esquecer de oferecer aos Romeiros e Romeiras o direito de exercer os seus sentimentos e externarem a sua fé.
Torço por uma Juazeiro grande,bonita,limpa,educada,cordial,turística ,religiosa e hospitaleira,torço por uma Juazeiro mais solidária e apontada para o exercício da cidadania.
Iderval Reginaldo Tenório
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