Numa bonita solenidade realizada ontem, 30.09.2012,
Monsenhor José Alves de Oliveira comemorou a passagem do seu Jubileu de Ouro
Sacerdotal. O ponto alto da solenidade
foi a concelebração da missa no Parque Ecológico à qual compareceu uma grande legião
de amigos e admiradores do querido líder religioso do Bairro Novo Juazeiro, que
no dia 5 de janeiro de 1990 foi nomeado Pároco da Paróquia Menino Jesus de
Praga. Estiveram presentes à concelebração litúrgica o arcebispo de Natal (Dom Jaime Vieira Rocha), o bispo de Iguatu (Dom João Costa) e o bispo de Crato (Dom Fernando Panico) além de padres representantes das paróquias de Juazeiro e das cidades vizinhas. Após a missa houve jantar no Verde Vale Hotel. Monsenhor José Alves tem excelente folha de serviço prestado à cidade de Juazeiro como vigário paroquial da Paróquia de Nossa Senhora das Dores, desenvolvendo atividade na Capela do Socorro, de 19 de março de 1976 a 31 de janeiro de 1989 e como professor da antiga Escola Normal Rural. É pessoa bastante querida na comunidade católica juazeirense razão por que foi alvo das mais efusivas homenagens nesta data.
Abaixo mostramos alguns
flagrantes fotográficos da missa.
CONHEÇA MELHOR O PADRE JOSÉ ALVES
Conheça melhor a vida do Padre
José Alves de Oliveira. Os dados foram colhidos de uma entrevista publicada na
edição do Informativo Paroquial BOAS NOVAS, editado pela Paróquia Menino Jesus
de Praga
INFÂNCIA
Como as outras crianças o
chamavam?
R-. José.
Como era a vida da criança José
Alves de Oliveira, o que mais gostava de fazer durante esse período?
R-. Como qualquer criança,
brincando em sítio, sempre em contato com a natureza, animais, brincava de
pião, pescava, jogava bolinha de gude (bila).
Como era seu desempenho na
escola?
R - Na escola, modéstia a parte
foi muito bom, sempre eu fui um bom aluno, tirava notas boas, professora
gostava muito de mim e eu dos colegas, era muito agradável o tempo de criança.
Qual a mais marcante recordação
de tantas, do período de criança?
R-. Lembranças de quando olhava
para o gado, da fazenda de meu pai.
ADOLESCÊNCIA
O período da adolescência é
marcado por mudanças, embora os jovens de hoje tenham atitudes diferentes dos
adolescentes da sua época, como foi a adolescência do senhor: O Senhor já fazia
parte de algum grupo, pastoral?
R- Minha adolescência foi muito
bonita, foi no seminário, eu me preparava para os estudos, foi muito agradável.
Já que morou um período na roça,
enquanto adolescentes precisou trabalhar em roça?
R- Não, Nunca trabalhei na roça,
tinha a roça de meu pai, mas eu ia mais como esporte.
De que forma ocupava a maior
parte de seu tempo?Alem de estudar.
R-Meu pai tinha uma sapataria, me
ocupava mais em ajudar os sapateiros, a organizar os sapatos.
Sentiu o interesse em namorar
alguma jovem na época?
R- Sim, mas eu era direcionado
pra minha vocação. Era só um namorinho, mas sempre quis ser padre.
Em qual a idade o senhor sentiu o
despertar da vocação sacerdotal? Quem o inspirou?
R-12 anos, eu estava entrando
para o seminário. Passou um padre lá em casa que sempre vinha pedir ajuda para
o seminário, e ele me perguntou se eu queria ser padre, daí fui despertando o interesse pela vocação. Padre Argemiro
Rolim de Oliveira, um parente meu muito religioso, muito bom, um homem santo de
Deus, me perguntou se eu queria ser padre, mas na hora eu fiquei com vergonha e
respondi não, depois eu fui refletir o chamado e fiquei com aquilo na minha
cabeça e depois disse a meu pai que queria ir para o seminário.
O senhor deve ter muitas
recordações desse tempo, mas qual dessas o marcou?
R- Os passeios do seminário, e lá
no Crato tinha a dificuldade de água no seminário, a gente ia tomar banho em
uma fonte que tinha, chamada Granjeiro. Mas pra gente sair tinha que tirar
notas boas, ser bom aluno.
Sabemos que boa parte dos pais
ficam chocados, quando um filho ou uma filha se diz chamado para a vida
sacerdotal ou religiosa, na época qual foi a atitude do pai e da mãe do senhor?
R- Foi de muita aceitação. Na
época eu tinha umas vaquinhas, então eu disse a meu pai: - Pai eu quero para o
seminário. Meu filho as a despesa lá é um conto de réis. Então eu disse: Pai o
senhor, vende minhas vacas que eu quero ir para o seminário. Assim vendeu, cada
uma custava aproximadamente cem reais, muito barato na época.Depois de vendido,
fui para o seminário, ele pagou o primeiro ano do seminário, mil reais.
Como foi sua chegada ao
seminário? Qual foi sua primeira impressão?
R- Tinha aquela expectativa de
chegar em um lugar diferente. Quando eu cheguei lá, tinha um padrinho que
cuidava de mim, que ia pra todo lugar que eu ia.
O que mais o chamou atenção no
seminário?
R- De modo especial as orações,
de manhã a gente ia acordar cedo, tirar a preguiça e ter coragem de ir pra
reza. Mas o que mais chamou atenção foi meditação dos santos que acontecia todo
dia.
Qual o professor que o senhor
mais admirava?
R- Quase todos do seminário, mas
monsenhor Pedro Rocha de Oliveira que era o meu reitor, professor que eu
admirava muito, e o padre Ágio Moreira Dias que era professor de música. Padre
Davi o irmão de padre Ágio Moreira que era professor de física e química, muito
bom também, admirável.
Dos muitos colegas do seminário,
qual o que o senhor tinha mais aproximação? Ele foi ordenado?
R- Muitos colegas, eu sempre
tinha uma amizade geral com quase todo mundo. Mas eu tinha um amigo que era
muito bom, João Rocha que é de Barbalha. Ele não se ordenou, em certa altura
ele deixou o seminário e foi para o Rio de Janeiro. Também muito amigo assim de
aproximação, Humberto Cabral, hoje ele é locutor na Rádio Educadora. Mas eram
250 seminaristas, e no final ficaram só 5 seminaristas
Como foi seu percurso cronológico
no seminário? Qual a melhor lembrança desse período?
R- Um percurso normal de estudos
tinha as férias. As festas de São José eram muito bonitas, e em Fortaleza a
lembrança das praias. Quem se comportasse bem tinha direito a sair, a ir tomar
banho no mar.
ADULTO:
Com quantos anos o senhor se
ordenou? Qual o nome do Bispo que ministrou sua ordenação?
R- Com 26 anos e sete meses. Em
setembro de 1962. Dom Vicente de Araújo Matos. Ordenou-me na minha terra mesmo,
Quitaiús.
O que mais lhe emocionou no
momento da ordenação?
R- Sempre o momento que falavam
pra gente era a queda, o momento da prostração. Você nota que quando o padre
cai vem várias lembranças. Minha mãe estava doente, mas se recuperou com a
minha ordenação.
Desejou ir para alguma paróquia
no início? Qual?
R- Não, eu estava sempre à
disposição do Bispo. Substituí meu vigário porque ele estava muito cansado. E
depois eu fui nomeado pra ser o chamado vigário cooperador.
Onde foi sua primeira celebração?
R- Em Quitaiús a minha terra.
Qual foi a primeira paróquia que
o senhor administrou?
R- Santo Antônio de Araripe e
tomava conta também de Potengí e Campo Sales.
Quais foram seus primeiros
projetos como pároco?
R- Criar um aspecto de pastoral
da família. Criar a paróquia como uma comunidade, um lugar de irmãos. Naquele
tempo eu organizei a infância missionária, que naquela época era chamada a
"cruzadinha".
O que o senhor guarda como marca
concreta nessa paróquia (a primeira).
R- Aproximação do povo para
igreja. Naquela época havia pouco distanciamento. A paróquia era um pouco fria
pelo clima, o clima era muito frio.
Antes da Paróquia do Menino Jesus
de Praga, qual foi sua trajetória na Diocese de Crato e quais as dificuldades
em cada uma?
R- Eu nunca fui de encontrar
dificuldades, sempre gostei do trabalho.
A paróquia do Menino Jesus de
Praga, é a menina dos seus olhos, o senhor foi o primeiro e até hoje é o único
pároco. Como foi sua vinda para cá?
R - Foi muito agradável, eu estava
sendo pároco em Mauriti.
Foi uma boa recepção foram muitos ônibus pra lá.
O senhor lembra qual foi sua
reação quando soube?
R -Foi de emoção. Eu sou muito chorão.
Qual a expectativa sobre a
comunidade?
R - Eu pensei que era como todas
as outras comunidades. Pessoal muito bom.
Como foram os trabalhos pastorais
no inicio?
R - Muito bom, sempre colocava os
meninos para o seminário.
Hoje o senhor sente que a sua
missão pastoral aqui na paróquia e na Diocese como um todo foi muito bem
cumprida?
R - Realmente realizado com meu
trabalho.
O senhor costuma dizer que tem
três famílias: a Biológica, a Sacerdotal e a Comunidade. Na sua família
biológica uma pessoa abdicou da vida dela para lhe servir, certamente que ela
gostaria de estar conosco celebrando este grande momento, porém, é junto de
Deus que ela assistirá alegremente a tudo. Falo da querida Toinha. Como foi
quando ela teve a decisão de segui-lo para onde o senhor fosse?
R - Desde o tempo que eu iniciei para o seminário
ela me acompanhou.
Como era seu convívio com ela?
R - Convívio de fraternidade, de
irmão para irmão. Ela me respeitava muito e também a respeitava.
Ela o aconselhava?
R - Ela sempre foi mais madura,
então de vez em quando dizia: Seu
caminho é por aqui. Sempre me orientou direitinho. Tudo pra mim é lembrança
dela. Ela sempre marcava minhas roupas com um xis, ou então colocava meu nome.
Como era a vida de seus pais?
Fale-nos um pouco de cada um deles.
R- Vida simples. Eram pessoas
simples. Minha mãe era uma santa, ela nasceu no dia 8 de agosto 1880 e pouco.
Duas outras pessoas que são
consideradas da sua família é o Raimundo e Ceiça. Conte-nos quando e como foi
que eles também resolveram lhe seguir
R - Raimundo já está com 43 anos
que ele mora comigo. Foi desde jovem. Ceiça mora comigo há 30 anos. Ela que
sempre cuidou da casa.
Quantos e quais são seus irmãos?
Fale um pouco de cada um deles.
R- R- Éramos oito irmãos mas já
morreram 4. Têm minhas duas irmãs vivas, Tânia c Chiquinha, e eu e meu irmão
mais velho.
Com relação à sua família Sacerdotal,
o que o senhor destaca. Quem o marcou mais?
R- Todos me marcaram com um
carinho especial. Mas eu posso destacar o Aureliano.
E os que se ordenaram pela
paróquia do Menino Jesus de Praga? Quais foram? Fale-nos um pouco de cada um.
Quantos aos leigos aqui da paróquia, o que o senhor diz com relação às
atividades desenvolvidas e a participação de modo geral.
R-Eu digo que fui premiado com
todos. Bons.
Sabemos de sua importância e de
sua capacidade de cativar e acolher, a prova disso é o grande número de pessoas
que mesmo morando em locais distantes da paróquia vêm participar das missas
aqui. Fazendo jus a esse seu carisma que títulos já foram lhe outorgados e qual
entidade?
R- Ultimamente eu recebi um
titulo de gratidão.
O senhor passou um período
afastado para tratamento médico. Como foi passar esse tempo longe da paróquia?
R- Foi muito doloroso pra mim. Primeiro
tive que me preparar para a cirurgia no ponto de safena.
Para finalizar, o senhor é um
homem feliz e realizado?
R- Graças a Deus muito feliz e
realizado, um homem padre.