quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Bagunça autêntica!


Juazeiro do Norte vive mais uma grandiosa Romaria de Finados. Os seus sinais estão por todos os lados. Romeiros chegam de ônibus, de caminhões pau-d’arara e até de bicicletas! Um ruge-ruge de chapéus de palha caminha pelas ruas centrais da cidade, camelôs nativos e de outras regiões ocupam as calçadas e as praças com suas barracas formando vários corredores labirínticos. O trânsito vai ficando cada vez mais caótico. O calor, insuportável.
      Resumindo, trata-se de uma autêntica romaria juazeirense. Apesar da desorganização causada pelo aumento abrupto da população, a grande marca deste período de visitação religiosa é a sua espontaneidade.
       O romeiro não se importa com o transporte desconfortável, com os ranchos precários ou com o Sol causticante. Claro que muitos reclamam dos gargalos da infraestrutura, mas nossos defeitos não são determinantes, senão as romarias não cresceriam todos os anos. O que importa para o romeiro é visitar a terra do seu padrinho.
      Contudo, a bagunça tem o seu limiar de tolerância. E exatamente pela crescente grandiosidade das romarias, medidas para tentar organizá-las são necessárias. Questões como violência urbana e exploração econômica estão em pauta. Assaltantes se aproveitam do emaranhado de barracas para praticar seus furtos. Neste mesmo emaranhado pode haver ligações clandestinas de energia, e um pequeno curto-circuito levaria a uma tragédia. Ranchos cobram preços exorbitantes oferecendo um serviço inadequado a um público já carente.
     Neste sentido, de melhorar as condições de recepção da cidade, governo do estado e prefeitura trabalham em conjunto. Várias obras e ações foram realizadas, mas ainda há muito o que fazer.
       E é justamente nestas ações de organização das romarias onde reside mais um desafio para Juazeiro do Norte. Será que uma romaria organizada em excesso perderia a sua espontaneidade? Afetaria o seu lado místico tão consagrado pelos nordestinos em várias décadas? Creio que um meio-termo é possível, basta buscarmos exemplos como a preservação das raízes africanas em Salvador, ou a tradição do frevo em Olinda. Estas cidades souberam adequar sua cultura nesses novos tempos de turismo profissional.
      Autenticidade com organização, meta a ser seguida pela Capital da Nação Romeira!


Saudades de Monsenhor Murilo

Neste 31 de outubro de 2012, se vivo fosse, Monsenhor Murilo estaria comemorando seus 82 anos de idade. Mas como já está ao lado de Deus, só nos restam as saudades que são imorredouras. Em homenagem a ele, Daniel Walker e Renato Casimiro inauguram hoje um novo blog sobre ele com muitas novidades que vale a pena conferir no endereço: 
Hoje seu túmulo na Basílica de Nossa Senhora das Dores está recebendo a visita de milhares de amigos e admiradores que para lá vão para fazer preces e levar flores. 

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Receptivo da SETUR a postos no acolhimento aos romeiros em Juazeiro do Norte


    Iniciada domingo e com término nesta sexta-feira, Juazeiro do Norte vive momentos de grande movimentação com a Romaria de Finados, que, até o final, deve atrair cerca de 500 mil fiéis ao município. O receptivo da Secretaria de Turismo e Romarias já foi montado sob a coordenação do titular da SETUR, José Carlos dos Santos, no sentido de garantir a melhor acolhida aos peregrinos. Ele vem mantendo contatos permanentes com as secretarias com essa intenção.
     As principais preocupações, conforme disse, estão relacionadas com a limpeza da cidade, ordenamento dos espaços públicos, segurança, organização do trânsito e a execução do plano operacional da saúde, incluindo ações da vigilância sanitária. Zé Carlos tem mantido ainda contatos com o gerente regional da Cagece, Expedito Galba Batista, no sentido de não deixar faltar água, principalmente nas áreas de maior concentração de romeiros. 
      Segundo disse, trata-se de uma festa diferente das demais por ser mais descentralizada e envolver mais o Santuário de São Francisco. Nestas terça e quarta-feiras, sempre a partir das 21 horas na Praça dos Romeiros, haverá apresentações teatrais com a peça “Padre Cícero, o Santo do Povo” sob a direção de Jean Nogueira. De acordo com o secretário, os acessos ao Santuário de São Francisco ficaram livres para os romeiros e os veículos pelo portão central. 
       Ainda por conta das obras do Roteiro da Fé, foram formados corredores para o comércio ambulante na praça dos franciscanos não sendo permitido marcar com tinta o chão da praça e nem bancas de alimentos as quais ficaram nas ruas Dom Pedro II e Monsenhor Esmeraldo da linha até próximo ao CSU. Já a Praça José Geraldo foi liberada para o comércio, bem como ao lado do muro da antiga Usina Zé Bezerra, mas deixando a Avenida Carlos Cruz desimpedida. 
       Em obras, as praças do Socorro e Carlos Jereissati (Memorial) ficaram fechadas a exemplo da frente do Memorial e parte da Praça José Sarney. O comércio foi liberado no restante dessa praça e na lateral da Capela do socorro, onde está sendo construída a capela mortuária. A comissão proibiu bancas na Praça Padre Cícero e fechou liberando para o comércio trechos da Rua do Cruzeiro - entre Padre Cícero e São José – e Monsenhor Juviniano Barreto além da São José. (Texto e foto de Demontier Tenório)

sábado, 27 de outubro de 2012

Cariri Revista nº 8

Já está circulando a edição nº 8 de Cariri Revista, a qual tem nesta edição, dentre outros,  os seguintes destaques:
A floresta cresceu, por Sarah Coelho, tendo como foco a Floresta Araripe: Mestre Françuli; nem o céu é o limite, por Claudia Albuquerque, fala sobre um inventor sertanejo que desde menino sonha com aviões, helicópteros, ultraleves, dirigíveis, balões e outros objetos voadores; Em busca do futuro perdido, por Tuty Osório, ensaia uma reflexão a respeito dos significados da política hoje através de depoimentos de quinze jovens de 16 anos moradores do Cariri e de Fortaleza e a matéria de capa A invenção do baião: uma fábula de suor e graça, por Claudia Albuquerque, sobre o centenário de Luiz Gonzaga, O Rei do baião.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Lançada Coleção de livros com documentos inéditos sobre Padre Cícero


 O prefeito de Juazeiro do Norte, Manoel Santana, dirigiu apelo ao Bispo Dom Fernando Panico por um empenho ainda maior no sentido de a Igreja fazer justiça ao Padre Cícero “um homem tão amado pelo povo”. O pedido foi perante a platéia que lotou o Memorial para prestigiar o lançamento da Coleção “Padre Cícero Romão Baptista e os Fatos de Joaseiro” na noite desta quinta-feira. Ainda se constituiu ato pelo Centenário de Juazeiro, sendo dois livros com um total de 1.400 páginas.
     O primeiro trata da “Questão Religiosa” e o outro sobre “Autonomia Político-Administrativa” reunindo cerca de 900 documentos inéditos que se encontravam em poder da Cúria Diocesana. Santana considerou o bispo como líder da nação romeira e atribuiu a ele feitos que já resultam em escritos diferentes sobre a história de Padre Cícero. Classificou de “seguros” os passos que o pastor dá em torno do processo de reabilitação do sacerdote e manifestou crença num resultado favorável de tudo isso.
     Minutos antes à fala do prefeito, o ex-governador do Ceará Lúcio Alcântara, presidente da Fundação Waldemar Alcântara que apoiou a iniciativa, disse que Dom Fernando tinha reconciliado a ortodoxia da igreja católica com a fé popular considerando este um “momento singular na história”. Ele lembrou sua ida ao Vaticano junto com a comitiva do bispo que foi entregar a petição na Congregação da Doutrina da Fé, solicitando a reabilitação de Padre Cícero.
      “Esperava que o pronunciamento da Congregação tivesse a mesma velocidade em que veio a condenação”, disse Alcântara diante dos aplausos da platéia. Já o bispo Dom Fernando falou que sua satisfação era apenas parcial revelando que ainda há documentos guardados há mais de século na Diocese sobre a questão religiosa de Juazeiro e promete divulga-los. “Não tem mais porque esconder e tudo vai chegar às mãos dos pesquisadores”, garantiu.
      Lembrou, também, sua primeira Carta pastoral “fazendo justiça aos romeiros”. Para ele, a partir de agora, a história não tem mais como ser distorcida “a não ser pelos maus intencionados”. O bispo revelou que já nutria admiração pela história de Padre Cícero bem antes de vir ao Cariri. Na solenidade de ontem, Dom Fernando comandou pessoalmente a entrega da Comenda Padre Cícero às pessoas que apoiaram à coleção lançada ontem.
      Foram agraciados com uma comenda em ouro o presidente do Sistema Fecomércio, Luiz Gastão Bittencourt, o ex-governador Lúcio Alcântara, o prefeito Manoel Santana, a irmã Annette Dumoulin e a professora Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros. Foi ela a responsável pela apresentação dos trabalhos falando em seu nome e do professor Renato Casimiro. Segundo disse, Juazeiro tem características que transcendem todas as características acadêmicas dentro desse conceito da chamada nação romeira.
     A cidade e o Padre Cícero, na visão dela, se tornaram o sonho de todos os desvalidos do sertão. “Foi o único homem que viveu exclusivamente para entregar à Nossa Senhora a dor dos desvalidos nordestinos e todos os outros que se socorriam dele”, justificou. A professor a Luitgarde observou igualmente que os dois livros trazem a público àquilo que a Igreja escondeu em um século e meio. Nesse sentido, o presidente do Sistema Fecomércio, Gastão Bittencourt, observou que tudo continuaria às escondidas e sem qualquer serventia se não fosse a ação do bispo dom Fernando Panico. (Texto e fotos de Demontier Tenório)


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Escritor juazeirense ganha Prêmio Jabuti


A Câmara Brasileira do Livro (CBL) anunciou os vencedores de cada uma das 29 categorias do 54º Prêmio Jabuti, que elege os melhores livros lançados em 2011. O vencedor na categoria romance “Contos e Crônicas” foi o juazeirense  Sidney Rocha que concorreu com seu livro "O Destino das Metáforas",  publicado pela Editora Iluminuras. Este prêmio é uma espécie de Oscar da Literatura Brasileira e Sidney é o primeiro juazeirense a conquistá-lo.  Na final, bateu duas celebridades das letras brasileiras: Dalton Trevisan, que ficou com o segundo lugar com O anão e a ninfeta (Editora Record); e Sérgio Sant´Anna, autor de O livro de Praga (Cia. das Letras), que terminou a disputa em terceiro lugar. Sidney é editor e escritor, vive entre São Paulo, Recife e Brasília. Ele é autor também de outro livro de contos, intitulado Matriuska,  que vem atraindo a atenção pela qualidade e originalidade. Matriuska foi depois transformado em filme, com o mesmo título, dirigido por Pablo Polo e filmado todo no Recife.
“Costumo dizer que, em literatura, tudo é pensado. O sonho mesmo, no ponto de vista da construção onírica, já é um produto elaborado. Nada está simplesmente posto. Quem imagina diferente, que largue o ofício imediatamente. Melhor: nem comece. Detesto quando se referem ao ato de escrever como inspiração ou mediunidade ou zen-budismo ultramoderno. Detesto romantismos. Um escritor não pode ser ingênuo a este ponto porque não há leitor ingênuo de jeito nenhum. Eu mesmo, como leitor, não seguiria uma leitura onde não visse um plano, uma intenção de quem escreve. Ler algo assim é como essa tolice de seguir pessoas no twitter: Uma perda de tempo.”, disse Sidney em entrevista recente a http://www.verbo21.com.br

sábado, 20 de outubro de 2012



Está causando polêmica em Juazeiro as novas cores (vermelho e branco) utilizadas nas faixas de pedestre em Juazeiro do Norte. Muita gente está dizendo que isso foi feito para que o PT deixe sua marca pelo menos no chão depois que sair da Prefeitura no final do ano. Mas o diretor do Demutran deu entrevista informando à população que as novas cores estão dentro do que determina a lei do trânsito e em muitas cidades, como João Pessoa, PB, isso ocorre desde algum tempo.
Pesquisamos na internet e verificamos que existe uma verdadeira salada de cores de faixas de pedestre conforme mostram as fotos acima. Em Limeira, SP, por exemplo, as cores são azul e branco (cores da bandeira do município). Em São José do Rio Preto, SP,  também as cores são as mesmas, conforme mostra a matéria abaixo, publicada hoje, só que lá a coisa está tumultuada, pois há quem diga que segundo o Código de Trânsito as cores têm que ser branco e preto (sendo o preto do próprio asfalto). O problema é sério. Deu a louca no trânsito. Leiam a matéria abaixo e tirem suas conclusões.

São José do Rio Preto, 20/10/2012
Prefeitura põe faixas azuis e atropela a lei

Faixa de pedestre branca com fundo azul aplicada na rua Antonio de Godoy com a Silva Jardim
(Fotógrafo Guilherme Baffi)
A aplicação das novas faixas de pedestre no centro de Rio Preto nas cores azul e branca é proibida pelo Código Brasileiro de Trânsito e pelo Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito. De acordo com consulta feita pelo Diário junto ao Denatran (Departamento nacional de Trânsito), as faixas devem ser brancas e o com fundo na cor do asfalto. A única exceção cabe em caso de faixas pintadas sobre o cimento, quando o fundo deve ser pintado de preto. Além de serem proibidas, as faixas abrem um precedente grave. Os motoristas multados por pararem seus veículos sob faixas de pedestre em corres irregulares podem recorrer, já que, segundo o CTB, a cor azul é usada para sinalizar “áreas especiais de estacionamento ou de parada para embarque e desembarque”. De acordo com a advogada Clíssia Tokoi, especialista em direito de trânsito, caso a pessoa pare em cima da faixa, sem permanecer, e for multada, deve recorrer, com grandes chances de ganhar o recurso. O promotor de Justiça Sérgio Clementino disse que não estava ciente da irregularidade, mas que, comprovada a irregularidade, a sinalização deverá ser refeita. Mas com um detalhe fundamental: sem causar prejuízo aos cofres públicos. “Só sei que a Prefeitura não poderá pagar por esse serviço duas vezes. Quem vai pagar essa conta eu não sei, mas o dinheiro não pode sair do bolso do contribuinte”, afirma o promotor de Justiça. Clementino diz ainda que assim que a denúncia se tornar pública, cabe ao Ministério Público investigar a situação. A licitação homologada mês passado foi vencida pela empresa Chaparral Sinalização Ltda por R$ 888 mil e prevê, além da pintura da faixa de pedestre, a sinalização de pare, faixas contínuas e outras. 

A sinalização proibida foi encontrada pelo Diário no cruzamento das ruas Antonio de Godoy e Silva Jardim, na avenida do Lago 2 da Represa e na região do Calçadão, que passou pelas obras de revitalização. Em nota, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Rio Preto alega que a legislação de trânsito define que as faixas devem ser brancas. 

O fundo azul, segundo a nota, foi utilizado para facilitar a visualização dos pedestres e dos motoristas. Ainda de acordo com a assessoria, o material adotado é uma película laminada, que dura seis vezes a mais que a pintura convencional. A prefeitura diz ainda que outras cidades do Estado já adotaram a mesma técnica. 
Pintura é ilegal, diz Denatran 
Apesar das alegações da Prefeitura, o Denatran é bastante claro na resposta e afirma que a pintura conforme consta na foto ao lado é totalmente proibida pelo CTB. “A pintura na cor azul no fundo das faixas destinadas a travessia de pedestres, no município de Rio Preto, está em desacordo com o Anexo II, da Lei 9.503/97, Código de Trânsito Brasileiro e em desacordo com o Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito, Volume IV, Sinalização Horizontal.” 

Sobre a fiscalização do cumprimento das leis de trânsito, de acordo com o Detran-SP, a Prefeitura é responsável pela implantação da sinalização, respondendo pela sua falta, insuficiência ou incorreta colocação. Com relação à pintura em diferentes cores, o Detran informa que de acordo com o artigo 80 do CTB, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) poderá autorizar, em caráter experimental e por período pré-fixado, a utilização de sinalização não prevista no CTB. 
Assim, caso as prefeituras desejem sinalizar a faixa de pedestre com cores diferentes das especificadas pelo Código, é necessário acionar diretamente o Contran. Já a secretária de Comunicação da Prefeitura de Rio Preto, Ellen Lima, disse que não há necessidade do município pedir autorização ao Contran para esse tipo de sinalização. “A Prefeitura é que governa, ninguém tem que autorizar.” 

Reportagem: Victor Augusto. http://m.diarioweb.com.br
E agora, José?


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A respeito do lançamento dessa Coleção o Prof. Renato Casimiro concedeu  entrevista ao Blog do Juazeiro, do colega Beto Fernandes, a qual, devido a sua grande importância, transcrevemos abaixo:

sábado, 20 de outubro de 2012
O Blog do Juazeiro procurou o professor Renato Casimiro para conversar um pouco sobre o lançamento no próximo dia 25 da Coleção Padre Cícero Romão Batista e os fatos de Joaseiro. Renato tem doutorado pela USP e é formado é Química Industrial e Engenharia Química sendo respeitado ex-professor Universitário em Fortaleza.

Respeitado intelectual é profundo conhecedor da história juazeirense com dezenas de livros publicados e milhares de artigos em jornais brasileiros e do exterior. Foi um dos consultores do escritor e jornalista Lira Neto, quando da produção do Livro “Padre Cícero, Poder Fé e Guerra no sertão” e do roteirista Jonasluis de Souza, do Icapuí, que escreveu a Minissérie Sedição de Juazeiro para a FGF. Renato Casimiro, ao lado da não menos competente Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros organizou esta nova coleção que promete ser repleta de sucesso.

A entrevista foi concedida ao editor do Blog, Beto Fernandes:

Blog do Juazeiro: Como se deu a ideia de formatar a Coleção Padre Cícero Romão Batista e os fatos de Joaseiro?

Renato Casimiro: Foi um processo gradual, de amadurecimento da equipe que integrou a Comissão Diocesana de Estudos para a Reabilitação Histórico-Eclesial do Padre Cícero. A primeira destas reuniões aconteceu em São Paulo, nos dias 19 a 21 de abril de 2002, com o Bispo diocesano de Crato D. Fernando Panico. Nesta ocasião estiveram presentes o Prof. Antônio-Mendes da Costa Braga (sociólogo), Prof. Dr. Carlos Alberto Steil (antropólogo), Prof. Dr. Fr. Eduardo Spïller Pena (historiador), Prof. Dr. Marcelo Ayres Camurça Lima (antropólogo), Profa. Ms. Maria de Fátima Morais Pinho (historiadora), Profa. Ms. Maria do Carmo Pagan Forti (psicóloga e doutoranda em Ciências da Religião), Prof. Dr. Pe. Paulo César Loureiro Botas (teólogo e filósofo), Prof. Dr. Paulo Fernando Carneiro de Andrade (teólogo), Aroldo de Oliveira Braga (assessor do Setor Cultura - CNBB), Pe. Francisco Roserlândio de Souza (historiador, coordenador do FPI/CENDEP e DHDPG). Foram também convidados para participar da Comissão e estiveram presentes a esta reunião: Pe. João Jorge Correa Filho (teólogo e responsável pelo Arquivo de História Eclesiástica da Arquidiocese de Fortaleza), Profa. Dra. Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros (antropóloga) e o Prof. Dr. Antonio Renato Soares de Casimiro (em quem se reconhecia alguma habilidade e conhecimento sobre o documentário até então conhecido sobre as questões políticas e religiosas em torno do Pe. Cícero). Também faziam parte desta Comissão, como se sabe, Pe. Francisco Murilo de Sá Barreto, Ir. Anne Dumoulin e Ir. Therezinha Stella Guimarães. A partir deste meu primeiro contato com a equipe, ficou evidente que me caberia um trabalho extenso de revisão das fontes primárias, contendo documentos relativos a todos estes momentos da vida do Patriarca de Juazeiro, com o objetivo de ir colaborando com a equipe mais doméstica, já constituída, e em pleno trabalho, integrado pelas Irmãs Annette, Ana Teresa, Maria do Carmo e Pe. Roserlândio. O volume de documentos já revelados e novos achados em arquivos diversos, tanto no Cariri, quanto em outras partes do país e até no exterior, ia gradativamente nos empurrando para uma sistematização, uma vez que, ao objetivo maior de preparar um substancioso dossiê para coadjuvar a petição do Bispo Diocesano de Crato com respeito à reabertura do Processo em que está incurso o Pe. Cícero, perante a Santa Sé, a isto se seguiria, necessariamente, à disponibilização por via física (publicação) e/ou inserção na rede mundial de computadores, através de uma página a ser criada na web. Este, portanto, foi o motivo primeiro para gestar a Coleção que ora estamos lançando.

BJ: Há algo de novo nesta publicação em relação a Igreja estar vendo um novo conceito sobre os ‘fatos de Joaseiro’, principalmente com a possibilidade da reabilitação das ordens sacerdotais do padre Cícero?

RC: As maiores referências que tínhamos acumulado sobre as questões políticas e religiosas de Juazeiro e do Pe. Cícero estavam, essencialmente, na abertura de alguns arquivos que começaram a ser conhecidos a partir das pesquisas do prof. Ralph della Cava (anos 60), da profa. Luitgarde Barros (anos 70) e daí por diante, a dezenas de dissertações e teses de doutoramento acadêmico em universidades do país e do exterior, gerando novos e importantes olhares sobre estas velhas questões e seus personagens no Joaseiro. Com o conhecimento do que ia chegando aos livros publicados, logo veio a sensação de que o painel estava ainda incompleto, no tocante ao acervo documental. Mas, não imaginávamos que ainda se tinha tanto para revelar, para se conhecer. De maneira que, esta coleção traz no seu conteúdo um rico acervo de novos textos que passam a compor, em certos aspectos, um olhar menos sectário sobre os fatos do Joaseiro, e com certeza mais favorável a um posicionamento mais equilibrado, distanciado da polarização que persistiu por décadas com algo que nos incluía como participantes fanáticos de tendências bem radicais, pró ou contra. Pró ou contra os Milagres/Embustes... Pró ou contra o Santo/Coronel...

BJ:  Passados 123 anos do ‘Milagre da Hóstia’ o fato de estar ainda tão vivo deve-se a fé do povo nordestino. Esse novo olhar da Igreja é um reconhecimento à força do catolicismo popular, claramente maior que o catolicismo romano?

RC- Ao meu sentimento, sem dúvida alguma. Por todos estes anos, esta enorme Nação Romeira não arredou o pé e o compromisso de estar permanentemente ligada ao seu Patriarca. Juazeiro se afirmou como espaço generoso desta missão, em torno de Oração e Trabalho. E o que se viu foi um ato continuado de fé, fortalecida por uma convicção na santidade do seu líder, vivo e permanentemente ao lado de sua gente. Enquanto a Comissão trabalhava, pela imprensa, especialmente, surgiam especulações de que isto ia para Roma como esforço da nossa Diocese para subsidiar o Santo Padre na revisão que, assim parecia, já estava encomendada. Lembro até de uma entrevista de emissora local com uma romeira, onde o entrevistador indagava sobre o reconhecimento da santidade do Pe. Cícero. Ao que a romeira respondera com tal simplicidade e com alguma perplexidade: - Mas, meu filho, será que o Santo Padre ainda não sabe que o meu padrinho é santo? Não quero dizer que haja na essência deste trabalho que realizamos algo que nos posicione como alguém que estabelece uma dicotomia entre a igreja popular dos sertões brasileiros e a igreja romana, hierárquica. Para mim, o mais relevante e respeitável é que em nenhum momento, mesmo de práticas rústicas, mas com fé – inquebrantável, ela é a mesma Igreja do Cristo ressuscitado. É a mesma Igreja da Mãe das Dores. É a mesma Igreja do servo fiel e obediente, Padre Cícero. Essa identidade está viva no coração desta gente e de suas devoções. Quando eles vêm aos milhares, de volta ao Juazeiro, nós nos comovemos com a energia que eles nos trazem, como testemunho desta fidelidade exemplar.

BJ: Na edição há algo novo sobre estudos que busquem identificar para onde levaram os restos mortais da Beata Maria do Araújo?

RC: Não houve, em nenhum momento, esta preocupação com respeito à conduta da Comissão, posso lhe dizer com firmeza. Isoladamente, minha curiosidade e de alguém mais, isto é o que posso admitir. Afinal houve um fato violento, assim classifico, perpetrado por gente com motivos obscuros. Afinal, foi um tempo (1930) de profundas mudanças na cena política do país e até na região. Aconteceu no quase ocaso da vida do Patriarca que reagiu de forma contundente. Diz-se que havia no local até fotógrafo, mas nada foi identificado até hoje. Sumiu. Evaporou. Hoje nos posicionamos respeitosamente a este capítulo subtraído da nossa memória histórica. A reação, me parece, veio por uma elevada sensibilidade da inteligentzia que começou a resgatar a figura histórica da beata para elevá-la a um panteão de heroína. Sua biografia foi reescrita sem os ranços da exclusão a que foi submetida, em toda a sua existência. Pra mim, nenhuma surpresa se um dia esta Igreja a que ela serviu vier a se posicionar, relevando as suas virtudes de serva de Deus. Sobre o local exato, onde seu corpo esteve, disso sabemos, junto àquela parede direita da entrada da Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, eu até gostaria que o local tivesse esse reconhecimento autorizado. Aí, quem sabe, lembrando Maria de Araújo, colocaríamos sua imagem fotográfica e até um epitáfio muito conhecido (Mário Quintana) se poderia escrever, adaptando: “Eu não estou aqui... Aliás, eu estou aqui...”) Maria Magdalena do Espírito Santo de Araújo (* Juazeiro do Norte, *24.05.1862 / +17.01.1914).  Daqui a uns meses, será importante que isto aconteça. Não como eu gostaria, necessariamente. Mas, de algum modo. Serão cem anos de silêncio e de omissão, quase imperdoáveis.

BJ: Quais os parceiros para viabilizar o lançamento desta importantíssima coleção? 

RC: Não foi muito simples chegar a estes resultados. A esta Coleção, a este momento. No caminho havia diversas pedras. Felizmente, também, e por sorte nossa, havia por perto pessoas e instituições sensíveis a esta proposta. E assim foi. Queremos agradecer com muita gratidão o empenho de grandes parceiros, especialmente do sistema Fecomércio (SESC e SENAC), Diocese de Crato, Fundação Pe. Ibiapina, Fundação Waldemar de Alcântara e Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte.

Serviço:
Lançamento da Coleção Padre Cícero Romão Batista e os fatos de Joaseiro
Data: 25 de outubro (Quinta-feira)
Horário: 19h30min
Local: memorial Padre Cícero
Rua Leandro Bezerra S/N
Bairro Socorro

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Faleceu Professor Espedito Cornélio


Faleceu na manhã de hoje em Fortaleza, aos 85 anos de idade,  e será sepultado amanhã em Juazeiro do Norte o conhecido professor Espedito Cornélio, um dos mais consagrados cronistas da Rádio Iracema de Juazeiro nos anos 50. Teve grande participação na vida juazeirense, com atuações no magistério (professor de Português, Francês e Inglês) do Ginásio Salesiano São João Bosco, Escola Técnica de Comércio e Escola Normal Rural;  sócio fundador e depois presidente  do Centro Juazeirense de Cultura, secretário geral de administração do prefeito Antônio Conserva Feitosa, nos períodos de 1947-1948 e 1959-1963; superintendente  da Celca, empresa cuja história contou através de versos no seu livro A saga da eletrificação.  Após a incorporação da Celca à Coelce, Espedito passou a residir em Fortaleza, ocupando uma das vagas de diretor da nova empresa, onde ficou até se aposentar. Mas antes também foi diretor da Cagece por quatro anos. Fez parte da diretoria da AFAJ (Associação dos Filhos e Amigos de Juazeiro, entidade sediada em Fortaleza) e foi editorialista do jornalzinho O Juá (ideia dele), órgão informativo e cultural da referida entidade. Muito religioso, era membro da Ordem Terceira Franciscana, profundo admirador do Padre Cícero. Foi um dos fundadores do Lar do Ancião Feliz, entidade que funcionou até recentemente num prédio de sua propriedade.  

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Valba Gondim: uma jovem octogenária


Sábado, 13 de outubro de 2012, é a data comemorativa dos 80 anos da professora Valba Gondim de Sousa. Ela nasceu na localidade de Várzea da Conceição, município de Cedro, Ceará, mas foi batizada e registrada na cidade de Jardim, Ceará. Em sua terra natal viveu até os dez anos de idade e daí em diante passou a morar em Juazeiro, na casa de sua tia, Dona Beatriz, esposa do conhecido juiz Dr. Juvêncio Santana. Estudou no Grupo Rural Modelo, que era a Escola de Aplicação da antiga Escola Normal Rural e foi nessa famosa Escola que concluiu o seu Curso Normal. Tem formação universitária em Pedagogia. Exceto um pequeno período de dois anos no Colégio Salesiano, como professora de Educação Física, dedicou sua vida educacional à Escola Normal e ao seu sucessor Centro Educacional Professor Moreira de Sousa, onde foi lotada como professora concursada de Educação Física.  Neste educandário exerceu o cargo de vice-diretora na gestão de Dona Amália Xavier de Oliveira e depois assumiu a direção do Centro Educacional Professor Moreira de Sousa, no período de 1979 a 1988, sendo, após Dona Amália, a diretora de mandato mais longo naquele tradicional estabelecimento de ensino juazeirense. Foi uma diretora que se destacou pela  elegância, no trato cordial com os colegas e pelo zelo da função.  Durante sua gestão realizou grandes empreendimentos, destacando-se principalmente a maneira como  organizou e conduziu os festejos alusivos ao cinquentenário da Escola Normal, ocorrido em 13 de junho de 1984. Por descaso do governo, naquele ano o prédio da escola se encontrava em péssimo estado de conservação, com muitas carteiras quebradas, paredes sujas e cheias de infiltrações, teto com telhas quebradas e bastante goteiras e jardins sem a beleza tão comum na  antiga Escola Normal. Mas Dona Valba não esmoreceu diante dessa realidade, e foi à luta. Reuniu professores e alunos, pediu sugestões e depois, com um plano  elaborado em conjunto com a comunidade escolar que dirigia, fez um verdadeiro mutirão para restauração do prédio. Alunos e pais de alunos que eram pedreiros, pintores e carpinteiros foram convocados para colaborar, trabalhando de graça nos fins de semana. Os professores formaram comissões e foram ao comércio de onde conseguiram substancial ajuda na forma de material de limpeza, tinta, tijolos, cimento, telhas, madeira, mudas de plantas e dinheiro. Em pouco tempo, com todos trabalhando em harmonia, a escola estava limpa, bonita e preparada para festejar seu cinquentenário, com programação sendo realizada nos três turnos. Também é de sua gestão o retorno da farda tradicional para as normalistas, a criação do Quarto Pedagógico, o retorno do Curso Científico e o lançamento do livro sobre a Escola Normal escrito por Dona Amália Xavier. Outra coisa que também merece destaque era a festa de Coroação de Nossa Senhora, no mês de Maio,  à qual dona Valba se dedicava com esmerada atenção, deixando o vigário da Matriz, o saudoso e inesquecível Padre Murilo, que também era professor da escola, plenamente feliz. Ela foi sem dúvida uma das melhores diretoras do Moreira de Sousa. Afora a área educacional, participava ativamente de atividades sociais, como dama rotária na qualidade de esposa do Dr. Luiz de Souza, um dos rotarianos mais ativos de Juazeiro. É sócia do Instituto Cultural do Vale Caririense, membro do Apostolado da Oração e participou do Coral do ICVC, Coral do Memorial e do Coral Fênix. Por seus relevantes serviços prestados a esta cidade foi reconhecida como cidadã juazeirense, com título outorgado por unanimidade pela Câmara Municipal.  Do seu casamento com Dr. Luiz (falecido) nasceram os seguintes filhos: Elisabete (professora e atriz), Alexandre Júlio (engenheiro), Eliana (farmacêutica bioquímica), Luis Eduardo (odontólogo) e Margarete (geóloga).
À noite Dona Valba será homenageada pela família e amigos com um jantar no Beijo Doce Buffet.
Parabéns, jovem octogenária!!!











quinta-feira, 11 de outubro de 2012

MARISA CHEGA A JUAZEIRO DO NORTE

Com mix completo, a unidade de 1.200 m² de área de vendas oferece opções para toda a família

A Marisa, maior rede de moda feminina e moda íntima feminina do Brasil, inaugura, no dia 11 de outubro, a primeira loja Marisa de Juazeiro do Norte. A unidade, de 1.200m², é umas atrações da expansão do Cariri Garden Shopping.
A nova loja, que gerou 50 empregos diretos, chegou para reforçar a presença da rede no Estado. Com opções para toda a família – roupas femininas, masculinas, infantis e moda íntima –, a rede oferece coleções que traduzem as tendências dos principais centros internacionais de moda.
Hoje, a Marisa possui 344 lojas (com esta) e é a primeira rede varejista a estar presente em todo o território nacional – nos 26 estados e no Distrito Federal.
Ações especiais
No dia do lançamento, as clientes serão recebidas ao som da DJ Monique Rocha e poderão participar de uma promoção exclusiva para a ocasião: todas as compras realizadas com os cartões Marisa e Marisa Itaucard terão desconto de 15%.
Pelos corredores do Shopping Caucaia, a rede promoverá, ainda, um desfile exclusivo para apresentar os looks da nova coleção.
Outra ação especial presenteará as clientes que se cadastrarem no “Amiga – Programa de Conquistas” com um mimo exclusivo. O programa de fidelidade converte 4% do valor das compras feitas nas lojas da rede com os cartões Marisa ou Marisa Itaucard em pontos que viram Vale-Moda quando acumulados.
Sobre a Marisa
A Marisa é a maior rede de moda feminina e moda íntima feminina do Brasil. Com mais de 60 anos de experiência, a Marisa conhece e acompanha as necessidades e anseios de suas clientes, construindo uma forte relação de cumplicidade e intimidade com a Mulher Brasileira. Sempre moderna e inovadora, a Marisa conta hoje com 344 unidades em ruas e shoppings, com diversos formatos e conceitos de lojas: Marisa Ampliada, Marisa Feminina e Marisa Lingerie. A marca está presente há mais de 30 anos em todas as regiões do Brasil e há 12 anos possui sua loja virtual – www.marisa.com.br –, sendo conhecida e reconhecida por seu slogan “De Mulher para Mulher”.
Serviço
Marisa – Juazeiro do Norte – Cariri Garden Shopping
Dia: 11/10 (quinta-feira)
Horário: a partir das 10h
Endereço: Av. Padre Cícero, n° 2555 – Triângulo – Juazeiro do Norte – CE


domingo, 7 de outubro de 2012

Raimundão eleito

Em Juazeiro foram confirmadas as pesquisas, especialmente a última realizada e divulgada no dia 1º de outubro, que dava uma vitória a Raimundão com 50% dos votos. Com o resultado oficial divulgado pelo TSE se confirma que Raimundão foi o vencedor, Santana e Demontieux os perdedores, mas a derrota deste tem sabor de vitória, pois conseguir   12,50% dos votos, gastando praticamente nada em relação aos outros candidatos que gastaram montanhas de dinheiro, é sem dúvida uma grande proeza. A votação obtida por Demontieux deixa evidente que existe em Juazeiro espaço para uma terceira via política, coisa impensável até então. A vitória de Raimundão  não significa reeleição como algumas pessoas estão pensando; seria reeleição se ele estivesse exercendo o cargo atualmente. Na verdade, depois que foi aprovada a reeleição para prefeito, apenas dois candidatos a disputaram: Mauro Sampaio, em 2000, e Carlos Cruz, em 2004, e ambos perderam. Raimundão vai exercer o seu segundo mandato de prefeito, a exemplo do que já aconteceu com Mauro Sampaio, Carlos Cruz e Manuel Salviano.



sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Aberta a Semana Mundial do Espaço


O Núcleo de Astronomia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) - Campus Juazeiro do Norte com a efetiva colaboração da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP), abriu ontem, dia 4 de outubro, às 09h00 da manhã, as comemorações da Edição 2012 da Semana Mundial do Espaço no Ceará.
O Sol com seus agrupamentos de manchas gigantescas, uma delas com área coberta na superfície solar equivalente a 4 planetas Terra, foi a atração principal do evento de observação pública com telescópio promovido pelo Núcleo. Para a observação do astro-rei foi utilizado um filtro solar especial (Baader Astro SolarTM) que, acoplado ao telescópio motorizado Schmidt-Cassegrain de 203 mm de abertura, permitiu a observação visual do Sol com segurança. O Filtro Baader foi adquirido com recursos da FUNCAP através de projeto de divulgação científica aprovado pela instituição.
Estudantes, professores e membros da comunidade que praticam atividades esportivas nas dependências do IFCE puderam também contemplar, de forma inédita, em pleno dia, os planetas Vênus e Mercúrio - invisíveis durante o horário de observação sem o auxílio de intrumento óptico. Painéis fotográficos com imagens do Sol, Lua e planetas do Sistema Solar, captadas por telescópios e sondas espaciais, que compõem a exposição “Paisagens Cósmicas, da Terra ao Big Bang” estavam em exibição no mesmo local.
As observações públicas com telescópio em comemoração à Semana Mundial do Espaço prosseguem defronte ao Auditório Kariris do Campus Juazeiro do IFCE dias 5 e 8 de outubro, das 09h00 às 12h00, .
Nos dias 9 e 10, ainda no âmbito da Semana Mundial do Espaço, o Núcleo de Astronomia deslocará o telescópio Celestron para a EEFM Figueiredo Correia, no bairro Pio XII, em Juazeiro do Norte. Na escola, das 09h00 às 12h00, a equipe do Núcleo dará seguimento às observações solares e dos planetas Vênus e Mercúrio e colocará também à disposição de professores e alunos, para apreciação, os painéis da exposição “Paisagens Cósmicas, da Terra ao Big Bang” e um painel gigante de 1x5 metros intitulado "Universo em Evolução" que relata a evolução do Universo, do Big Bang ao futuro. Folhetos explicativos sobre o painel serão distribuídos para os participantes do evento. 
No Brasil a World Space Week é coordenada desde 2011 pelo juazeirense, pesquisador e divulgador da Astronomia, Valmir Martins de Morais - bolsista da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FUNCAP, e que atua no Núcleo de Astronomia do IFCE - Campus Juazeiro do Norte. 
Na última edição da Semana Mundial do Espaço, em 2011, onde foram realizados 667 eventos em 52 países, o Brasil destacou-se por contribuir com 39 eventos, efetivados em praticamente todas as suas regiões. Uma quantidade sem precedentes, maior do que a soma dos eventos produzidos no país nos últimos 8 anos de campanha e, ineditamente superior ao número de realizações nos Estados Unidos, país sede da Semana. O número de eventos no Brasil em 2011 também superou os realizados por países da Europa, já tradicionalmentes colaboradores em campanhas internacionais de divulgação das ciências espaciais, como Espanha, Itália, Alemanha e Portugal.
A World Space Week ou Semana Mundial do Espaço - de 04 a 10 de outubro - é o maior evento internacional público dedicado ao espaço, com comemorações em mais de 50 países.
A edição 2012 da Semana Mundial do Espaço apresenta o tema: "O Espaço para a segurança e proteção do homem". Este foi escolhido para celebrar as muitas maneiras como satélites de navegação, observação e telecomunicações melhoram nossa vida diária e ajudam a preservar o meio ambiente.
Para mais informações sobre a Semana Mundial do Espaço no Brasil acesse: http://astropiegise-ultimasobservacoes.blogspot.com.br/2012/09/semana-mundial-do-espaco-edicao-2012.html .
Imagens do primeiro dia de observações na Semana Mundial do Espaço no IFCE de Juazeiro do Norte: http://imagensparameussites.blogspot.com.br/2012/10/imagens-do-primeiro-dia-da-edicao-2012.html
Valmir Martins de Morais
Coordenador Nacional da Semana Mundial do Espaço - Brasil
N-ASTRO/ FUNCAP
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará
Juazeiro do
 Norte, Ceará - Brasil

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Monsenhor José Alves comemorou Jubileu Sacerdotal

Numa bonita solenidade realizada ontem, 30.09.2012, Monsenhor José Alves de Oliveira comemorou a passagem do seu Jubileu de Ouro Sacerdotal.  O ponto alto da solenidade foi a concelebração da missa no Parque Ecológico à qual compareceu uma grande legião de amigos e admiradores do querido líder religioso do Bairro Novo Juazeiro, que no dia 5 de janeiro de 1990 foi nomeado Pároco da Paróquia Menino Jesus de Praga. Estiveram presentes à concelebração litúrgica o arcebispo de Natal (Dom Jaime Vieira Rocha), o bispo de Iguatu (Dom João Costa) e o bispo de Crato (Dom Fernando Panico) além de padres representantes das paróquias de Juazeiro e das cidades vizinhas. Após a missa houve jantar no Verde Vale Hotel. Monsenhor José Alves tem excelente folha de serviço prestado à cidade de Juazeiro como vigário paroquial da Paróquia de Nossa Senhora das Dores, desenvolvendo atividade na Capela do Socorro, de 19 de março de 1976 a 31 de janeiro de 1989 e como professor da antiga Escola Normal Rural. É pessoa bastante querida na comunidade católica juazeirense razão por que foi alvo das mais efusivas homenagens nesta data. 
Abaixo mostramos alguns flagrantes fotográficos da missa. 
 


CONHEÇA MELHOR O PADRE JOSÉ ALVES

Conheça melhor a vida do Padre José Alves de Oliveira. Os dados foram colhidos de uma entrevista publicada na edição do Informativo Paroquial BOAS NOVAS, editado pela Paróquia Menino Jesus de Praga

INFÂNCIA
Como as outras crianças o chamavam?
R-. José.
Como era a vida da criança José Alves de Oliveira, o que mais gostava de fazer durante esse período?
R-. Como qualquer criança, brincando em sítio, sempre em contato com a natureza, animais, brincava de pião, pescava, jogava bolinha de gude (bila).

Como era seu desempenho na escola?
R - Na escola, modéstia a parte foi muito bom, sempre eu fui um bom aluno, tirava notas boas, professora gostava muito de mim e eu dos colegas, era muito agradável o tempo de criança.

Qual a mais marcante recordação de tantas, do período de criança?
R-. Lembranças de quando olhava para o gado, da fazenda de meu pai.

ADOLESCÊNCIA
O período da adolescência é marcado por mudanças, embora os jovens de hoje tenham atitudes diferentes dos adolescentes da sua época, como foi a adolescência do senhor: O Senhor já fazia parte de algum grupo, pastoral?
R- Minha adolescência foi muito bonita, foi no seminário, eu me preparava para os estudos, foi muito agradável.

Já que morou um período na roça, enquanto adolescentes precisou trabalhar em roça?
R- Não, Nunca trabalhei na roça, tinha a roça de meu pai, mas eu ia mais como esporte.

De que forma ocupava a maior parte de seu tempo?Alem de estudar.
R-Meu pai tinha uma sapataria, me ocupava mais em ajudar os sapateiros, a organizar os sapatos.

Sentiu o interesse em namorar alguma jovem na época?
R- Sim, mas eu era direcionado pra minha vocação. Era só um namorinho, mas sempre quis ser padre.

Em qual a idade o senhor sentiu o despertar da vocação sacerdotal? Quem o inspirou?
R-12 anos, eu estava entrando para o seminário. Passou um padre lá em casa que sempre vinha pedir ajuda para o seminário, e ele me perguntou se eu queria ser padre, daí fui despertando o  interesse pela vocação. Padre Argemiro Rolim de Oliveira, um parente meu muito religioso, muito bom, um homem santo de Deus, me perguntou se eu queria ser padre, mas na hora eu fiquei com vergonha e respondi não, depois eu fui refletir o chamado e fiquei com aquilo na minha cabeça e depois disse a meu pai que queria ir para o seminário.

O senhor deve ter muitas recordações desse tempo, mas qual dessas o marcou?
R- Os passeios do seminário, e lá no Crato tinha a dificuldade de água no seminário, a gente ia tomar banho em uma fonte que tinha, chamada Granjeiro. Mas pra gente sair tinha que tirar notas boas, ser bom aluno.

Sabemos que boa parte dos pais ficam chocados, quando um filho ou uma filha se diz chamado para a vida sacerdotal ou religiosa, na época qual foi a atitude do pai e da mãe do senhor?
R- Foi de muita aceitação. Na época eu tinha umas vaquinhas, então eu disse a meu pai: - Pai eu quero para o seminário. Meu filho as a despesa lá é um conto de réis. Então eu disse: Pai o senhor, vende minhas vacas que eu quero ir para o seminário. Assim vendeu, cada uma custava aproximadamente cem reais, muito barato na época.Depois de vendido, fui para o seminário, ele pagou o primeiro ano do seminário, mil reais.

Como foi sua chegada ao seminário? Qual foi sua primeira impressão?
R- Tinha aquela expectativa de chegar em um lugar diferente. Quando eu cheguei lá, tinha um padrinho que cuidava de mim, que ia pra todo lugar que eu ia.

O que mais o chamou atenção no seminário?
R- De modo especial as orações, de manhã a gente ia acordar cedo, tirar a preguiça e ter coragem de ir pra reza. Mas o que mais chamou atenção foi meditação dos santos que acontecia todo dia.

Qual o professor que o senhor mais admirava?
R- Quase todos do seminário, mas monsenhor Pedro Rocha de Oliveira que era o meu reitor, professor que eu admirava muito, e o padre Ágio Moreira Dias que era professor de música. Padre Davi o irmão de padre Ágio Moreira que era professor de física e química, muito bom também, admirável.

Dos muitos colegas do seminário, qual o que o senhor tinha mais aproximação? Ele foi ordenado?
R- Muitos colegas, eu sempre tinha uma amizade geral com quase todo mundo. Mas eu tinha um amigo que era muito bom, João Rocha que é de Barbalha. Ele não se ordenou, em certa altura ele deixou o seminário e foi para o Rio de Janeiro. Também muito amigo assim de aproximação, Humberto Cabral, hoje ele é locutor na Rádio Educadora. Mas eram 250 seminaristas, e no final ficaram só 5 seminaristas

Como foi seu percurso cronológico no seminário? Qual a melhor lembrança desse período?
R- Um percurso normal de estudos tinha as férias. As festas de São José eram muito bonitas, e em Fortaleza a lembrança das praias. Quem se comportasse bem tinha direito a sair, a ir tomar banho no mar.

ADULTO:
Com quantos anos o senhor se ordenou? Qual o nome do Bispo que ministrou sua ordenação?
R- Com 26 anos e sete meses. Em setembro de 1962. Dom Vicente de Araújo Matos. Ordenou-me na minha terra mesmo, Quitaiús.

O que mais lhe emocionou no momento da ordenação?
R- Sempre o momento que falavam pra gente era a queda, o momento da prostração. Você nota que quando o padre cai vem várias lembranças. Minha mãe estava doente, mas se recuperou com a minha ordenação.

Desejou ir para alguma paróquia no início? Qual?
R- Não, eu estava sempre à disposição do Bispo. Substituí meu vigário porque ele estava muito cansado. E depois eu fui nomeado pra ser o chamado vigário cooperador.

Onde foi sua primeira celebração?
R- Em Quitaiús a minha terra.

Qual foi a primeira paróquia que o senhor administrou?
R- Santo Antônio de Araripe e tomava conta também de Potengí e Campo Sales.

Quais foram seus primeiros projetos como pároco?
R- Criar um aspecto de pastoral da família. Criar a paróquia como uma comunidade, um lugar de irmãos. Naquele tempo eu organizei a infância missionária, que naquela época era chamada a "cruzadinha".

O que o senhor guarda como marca concreta nessa paróquia (a primeira).
R- Aproximação do povo para igreja. Naquela época havia pouco distanciamento. A paróquia era um pouco fria pelo clima, o clima era muito frio.

Antes da Paróquia do Menino Jesus de Praga, qual foi sua trajetória na Diocese de Crato e quais as dificuldades em cada uma?
R- Eu nunca fui de encontrar dificuldades, sempre gostei do trabalho.

A paróquia do Menino Jesus de Praga, é a menina dos seus olhos, o senhor foi o primeiro e até hoje é o único pároco. Como foi sua vinda para cá?
R - Foi muito agradável, eu estava sendo pároco em Mauriti. Foi uma boa recepção foram muitos ônibus pra lá.

O senhor lembra qual foi sua reação quando soube?
R -Foi de emoção. Eu sou muito chorão.

Qual a expectativa sobre a comunidade?
R - Eu pensei que era como todas as outras comunidades. Pessoal muito bom.

Como foram os trabalhos pastorais no inicio?
R - Muito bom, sempre colocava os meninos para o seminário.

Hoje o senhor sente que a sua missão pastoral aqui na paróquia e na Diocese como um todo foi muito bem cumprida?
R - Realmente realizado com meu trabalho.

O senhor costuma dizer que tem três famílias: a Biológica, a Sacerdotal e a Comunidade. Na sua família biológica uma pessoa abdicou da vida dela para lhe servir, certamente que ela gostaria de estar conosco celebrando este grande momento, porém, é junto de Deus que ela assistirá alegremente a tudo. Falo da querida Toinha. Como foi quando ela teve a decisão de segui-lo para onde o senhor fosse?
R -  Desde o tempo que eu iniciei para o seminário ela me acompanhou.

 Como era seu convívio com ela?
R - Convívio de fraternidade, de irmão para irmão. Ela me respeitava muito e também a respeitava.

Ela o aconselhava?
R - Ela sempre foi mais madura, então de vez em quando dizia:  Seu caminho é por aqui. Sempre me orientou direitinho. Tudo pra mim é lembrança dela. Ela sempre marcava minhas roupas com um xis, ou então colocava meu nome.

Como era a vida de seus pais? Fale-nos um pouco de cada um deles.
R- Vida simples. Eram pessoas simples. Minha mãe era uma santa, ela nasceu no dia 8 de agosto 1880 e pouco.

Duas outras pessoas que são consideradas da sua família é o Raimundo e Ceiça. Conte-nos quando e como foi que eles também resolveram lhe seguir
R - Raimundo já está com 43 anos que ele mora comigo. Foi desde jovem. Ceiça mora comigo há 30 anos. Ela que sempre cuidou da casa.

Quantos e quais são seus irmãos? Fale um pouco de cada um deles.
R- R- Éramos oito irmãos mas já morreram 4. Têm minhas duas irmãs vivas, Tânia c Chiquinha, e eu e meu irmão mais velho.

Com relação à sua família Sacerdotal, o que o senhor destaca. Quem o marcou mais?
R- Todos me marcaram com um carinho especial. Mas eu posso destacar o Aureliano.
E os que se ordenaram pela paróquia do Menino Jesus de Praga? Quais foram? Fale-nos um pouco de cada um. Quantos aos leigos aqui da paróquia, o que o senhor diz com relação às atividades desenvolvidas e a participação de modo geral.
R-Eu digo que fui premiado com todos. Bons.

Sabemos de sua importância e de sua capacidade de cativar e acolher, a prova disso é o grande número de pessoas que mesmo morando em locais distantes da paróquia vêm participar das missas aqui. Fazendo jus a esse seu carisma que títulos já foram lhe outorgados e qual entidade?
R- Ultimamente eu recebi um titulo de gratidão.

O senhor passou um período afastado para tratamento médico. Como foi passar esse tempo longe da paróquia?
R- Foi muito doloroso pra mim. Primeiro tive que me preparar para a cirurgia no ponto de safena.

Para finalizar, o senhor é um homem feliz e realizado?
R- Graças a Deus muito feliz e realizado, um homem padre.