sexta-feira, 3 de agosto de 2012

ESTÁCIO TEM R$ 250 MILHÕES PARA NOVAS AQUISIÇÕES


Durante dois dias, cerca de 750 profissionais ligados ao Grupo Estácio, instituição de ensino superior privado, estiveram reunidos no Rio de Janeiro para conhecer os números do desempenho da empresa e os planos futuros, que incluem continua valorização do professor, investimento em melhorias físicas e curriculares.
“A Estácio vai ser o melhor grupo de ensino superior do país”. A declaração do presidente do Conselho Administrativo da instituição, Eduardo Alcalay, na abertura do 4º Fórum Anual de Docentes da Estácio, realizado de 2 a 3 de agosto no Rio de Janeiro, mostra que recursos para isso não faltam. A Estácio tem em caixa recursos da ordem de R$ 250 milhões para ser investidos na aquisição de instituições de ensino em todo o país e R$ 103 milhões para ser utilizados na melhoria física e de currículo de suas unidades. Hoje, as faculdades do grupo reúnem 284.200 alunos e 7,4 mil professores. A grande virada na base de alunos, segundo presidente da instituição, Rogério Melzi, ocorreu ano passado, quando passaram de 210 mil alunos (2010) para 284,2 mil alunos (2011). Os próximos passos incluem ampliar a pós-graduação e avançar nas fusões e aquisições de forma sustentável. No evento do Rio, Fortaleza foi apontada pelo presidente da Estácio, Rogério Melzi, como exemplo de eficiência educacional e de gestão não só para o Nordeste, mas para todo o Brasil. “De todas as unidades da Estácio no país, a que mais se aproximou em resultados do que a gente sonhou foi a de Fortaleza”, afirma. Segundo Melzi, os resultados - tanto em planejamento de crescimento como a parte acadêmica - levaram a faculdade a ser transformada pelo MEC em centro universitário. “Em um ou dois anos o número de alunos mais que dobrou. E o Ceará é um estado em que estamos tendo um bom desenvolvimento. Em Juazeiro do Norte também estamos tendo esse mesmo desempenho”. Apesar de não confirmar oficialmente, a Estácio deverá ampliar para o interior cearense. Em Fortaleza, já foi anunciado que o número de campi será elevado de dois para quatro – os locais ainda são mantidos em sigilo. Mas no interior, a princípio o presidente da instituição diz que o natural é começar essa expansão pelo Cariri, onde já possuem uma faculdade de Medicina. Mas não descarta que uma nova unidade possa ser aberta noutra redigido, devido ao forte crescimento do Estado. Perguntado sobre Sobral, afirmou que há possibilidade que a o novo campus seja lá.

O ENCONTRO
Durante dois dias, o Grupo Estácio reuniu aproximadamente 550 professores da instituição – de um universo de 7 mil docentes – que foram os mais bem avaliados no país, num evento no Rio de Janeiro. No encontro, especialistas abordaram o cenário da educação superior no país e as práticas que levaram a excelência da educação em outros países, como China. Dentre os convidados estava Fátima Freire Dowbor, filha do educador Paulo Freire. Fátima atualmente faz assessoria pedagógica a escolas e atua em cursos para formação de professores. Segundo ela, hoje, a grande maioria dos professores desembarcam na pedagogia sem desejo, sem vontade de ser educador. “Essa é uma das grandes pedras no processo de formação do professor”, diz. Paula Caleffi, diretora de Ensino da Estácio, diz que estão no evento os melhores professores e gestores do grupo em todo o país. “Tentamos trazer 5% do corpo docente de cada uma de nossas faculdades. A escolha é feita através de critérios pré-estabelecidos como ter avaliação acima de 4, tem que estar a pelo menos um ano na Estácio e ter um número significativo de turmas. A partir daí, os gestores das faculdades selecionam e indicam os nomes”.

ESTÁCIO SE EXPANDE COM AQUISIÇÃO DE NOVAS FACULDADES
Com 73 campi em 38 cidades de 19 Estados do país, a Estácio está investindo cada vez mais em expansão. Somente este ano, R$ 50 milhões foram aplicados apenas em aquisições de faculdades em todo o Brasil. Os recursos são oriundos de um empréstimo de R$ 250 milhões, obtidos pela instituição em 2011 junto ao IFC-International Finance Corporation (ramo do setor privado do Banco Mundial- Bird), exclusivamente para ser aplicado nessas aquisições. Ontem, durante o 4º Fórum Anual de Docentes da Estácio, no Rio de Janeiro, o presidente da Estácio, Rogério Melzi, anunciou que haviam acabado de incorporar ao grupo a Faculdades Rio-grandenses (Fargs). Com esta unidade, a Estácio adquire, somente em 2012, cinco faculdades em todo o país. “Pegamos este empréstimo para pagar em 10 anos. Em 2011 adquirimos quatro instituições e os recursos nos permitirão continuar fazendo essas aquisições pelos próximos três anos”, admite. Melzi explica que o objetivo é incorporar de 20 mil a 25 mil alunos nesse período. “Mas pode acontecer de incorporarmos mais”. A Estácio, segundo ele, quer estar fisicamente em todos os estados do país. Hoje, encontra-se em 19 unidades da Federação. A Estácio também está investindo este ano R$ 103 milhões de recursos próprios (não contados aqui os gastos com aquisições). Somente em infraestrutura está sendo aplicado R$ 33 milhões, R$ 20 milhões em Tecnologia da Informação (TI) e R$ 17,5 milhões em modelo de ensino. “A Estácio se preparou para crescer. Estamos adquirindo essas instituições pra colocar profissionais que as transformem numa faculdade melhor”, diz.

INADIMPLÊNCIA
A Estácio possui uma inadimplência que cresce ao longo do semestre e chega a 40%. “Chega mas não termina o semestre, porque não renovamos a matrícula. Aí, ela cai para 10%”, afirma Melzi. A medida é necessária porque esta inadimplência alta é muito perigosa. Segundo ele, com o FIES não há justificativa para um aluno afirmar que não tem condições de pagar o ensino superior. Se isso não acontecer, a lei permite que a instituições negative o aluno na Serasa e SPC. Ele conclui o semestre mas, para continuar, só quitando as mensalidades. Apesar do crescimento, Melzi admite que Norte e Nordeste são as regiões onde a inadimplência é mais alta. Com relação à ociosidade das vagas ela é muito pouca. “No Norte e Nordeste quase não existe. Acompanhamos cada curso nosso para poder casar demanda e oferta junto ao MEC”, afirma.

(O POVO, 03.08.2012)

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