Em um passado não muito distante, o Estado brasileiro era dono de empresas que atuavam em diferentes ramos: as chamadas “estatais”. Tínhamos as teles, as siderúrgicas, os bancos, dentre tantas outras. No primeiro momento, elas foram necessárias para fomentar a industrialização e modernização do país, mas com o passar do tempo tornaram-se ineficientes (a maioria) e muitas serviam, inclusive, como cabides de empregos. Também com as consecutivas crises das décadas de 80 e 90, o Estado revelou-se incapaz de gerir tantas empresas e cuidar, ao mesmo tempo, das suas atribuições básicas, como a saúde e a educação.
A partir, principalmente, do governo FHC, começaram a acontecer as privatizações, ou seja, a venda de várias empresas estatais para grupos particulares. Apesar de demonizadas por muitos, as privatizações funcionaram em diversos setores. O caso mais emblemático é a telefonia. Antes, o serviço era totalmente deficiente e conseguir uma linha consistia num verdadeiro martírio. Hoje, mesmo com as reclamações contra algumas operadoras, qualquer cidadão pode possuir um telefone, seja fixo ou celular. E como consequência da diminuição das atribuições dos governos, podemos testemunhar o aumento de investimentos nas áreas sociais e na infraestrutura (um longo caminho a se percorrer ainda...).
Para àqueles que não suportam nem ouvir a palavra “privatizar”, tem-se a opção da terceirização. Ao invés de vender definitivamente o patrimônio público, o gestor concede a grupos privados o direito de gerir determinado equipamento público durante um período de tempo. Isto deve acontecer com direitos e obrigações bem definidas para ambas as partes.
Dentro deste contexto de otimização dos gastos, assistimos aqui em Juazeiro nos últimos anos à concessão de vários logradouros públicos, como a rodoviária, o terminal intermunicipal e os mercados do Pirajá e Senhora Santana. A terceirização começou na gestão passada e continuou na atual. Virou um assunto polêmico. Primeiro porque foi entregue tudo a praticamente uma única empresa, e esta possui um modelo de administração muito ruim. O terminal intermunicipal foi descaracterizado, encheram-no de boxes deixando os passageiros quase sem espaço para esperar seus ônibus. Nem assento tem. Em relação aos mercados, as obras de ampliação de ambos se arrastam há vários anos instalando o caos para os comerciantes. É confusão atrás de confusão. Com certeza será um assunto muito explorado na campanha política.
É uma pena este modelo de terceirização distorcida estar conseguindo apenas a antipatia da população. Faltou planejamento, mais uma vez! Poderia ser uma boa alternativa para prevenir o sucateamento dos equipamentos públicos, tornando Juazeiro uma cidade bela e organizada. Infelizmente aconteceu o inverso, está tudo bagunçado. E pior é o jogo de empurra-empurra dos responsáveis, ninguém quer ser o pai da ideia, como também ninguém apresenta soluções. Esperamos que no calor da disputa eleitoral em 2012, alguém consiga vislumbrar uma luz no final do túnel!
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