Imagine você planejar uma viagem para uma cidade famosa, a qual todos falam estar cercada de misticismo, magia, com comércio forte e crescente desenvolvimento, mas assim que você desembarca e vai dar o primeiro passeio nas ruas deste lugar os seus olhos encontram um pequeno rio de águas sujas e fétidas. Quanta decepção, hein? Pode até aproveitar as atrações do local, contudo, nas conversas com os amigos sempre relatará aquela primeira triste impressão. Pois assim devem se sentir vários visitantes de Juazeiro do Norte.
A existência de esgotos a céu aberto é o sinal mais visível de falta de saneamento. Problema de toda cidade brasileira, principalmente nas áreas periféricas, onde vive a população esquecida pelos governantes. Por aqui não há distinção, bairros centrais e periféricos convivem com o mesmo problema. Interessante que em boa parte da cidade foi construída uma rede coletora, isto durante o governo Collor, contudo mesmo assim as águas fétidas insistem em permanecer. Por que isto acontece? As pessoas não usam a rede coletora? A taxa de utilização é cara? Ou o sistema de canos não suporta a demanda?
O tempo passa e pouco se discute sobre este assunto. Parece que todos, governo e sociedade, sempre fizeram “vista grossa” e guardaram a sujeira para debaixo do tapete. Em qual campanha para prefeito o saneamento básico foi abordado? Não me recordo. Chegou então a hora da virada! Juazeiro cresceu demais, as romarias se tornaram gigantescas, empresas nacionais e estrangeiras fincaram suas bandeiras em nosso solo, e a comunidade universitária vai se firmando com sua cultura globalizada. Não podemos mais admitir comportamento do tempo do Império, quando os moradores das cidades jogavam baldes de urina pelas janelas das casas.
Erradicar o esgoto a céu aberto não é uma questão somente de estética, para deixar a cidade bonita aos turistas. Significa verdadeiramente uma questão de saúde pública e qualidade de vida. Para os governos, apesar de ser uma obra enterrada no chão, acarretará em menos gastos com remédios e insumos, pois a população sadia não lotará postos de saúde e hospitais. E para a taxa do esgoto não ser impopular, pode-se criar uma tarifa econômica, por exemplo. Sempre há alternativas.
Ano que vem teremos eleições municipais. O saneamento básico precisa entrar na pauta do debate político ao lado de outros assuntos como o trânsito, habitação, geração de empregos e a conservação das praças. Futuros candidatos a prefeito da Terra do Pe. Cícero: apresentem suas propostas!
COMENTÁRIO:
Caro Paulo: existem várias vertentes em relação ao esgoto, as pessoas não querem pagar, pois acham caro, preferem tamponar em vez de lutar por uma redução. Quanto aos canos estão na sua normalidade, porém a grande maioria das pessoas põe o esgoto de água pluvial nessa canalização que obviamente não foi dimensionada para essa finalidade. Sendo assim meu caro amigo quem deveria iniciar esse trabalho era a Câmara Municipal criando uma lei regulamentando essa situação e proibindo que as pessoas perfurem poços profundos, outra situação que também é de grande importância para o município, perdurando essas duas situações nenhum governo vai ter condições de cobrar da população o esgoto a céu aberto.
Outro fato é a educação nas salas de aula para evitar que essas crianças sejam desrespeitosas com a natureza como estão sendo os nossos munícipes.
Lino Alves de Almeida linoaa@gmail.com
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