JOAZEIRO ANTIGO (Por Renato Casimiro)

AS EXÉQUIAS DE PADRE CÍCERO

 Neste 20 de outubro de 2011, pela nonagentésima vigésima sétima vez (927ª), é celebrada a missa tradicional do dia 20, em sufrágio da alma do grande benfeitor de Juazeiro do Norte – Padre Cícero Romão Baptista. A celebração deste ato litúrgico é seguida religiosamente pelos amigos e devotos do Padre Cícero  em atendimento ao pedido feito por ele no seu Testamento. A densidade dramática daqueles dias 20 e 21 de março de 1934 foi dada para mim em diversos momentos de leituras e depoimentos pessoais. Relevo os relatos do jornalista Lourival de Melo Marques (in Padre Cícero, o santo do Juazeiro, de Edmar Morel) e da professora Amália Xavier de Oliveira (in O Pe. Cícero que eu conheci). Mas a estes, reúno informações de gente da família (minha avó materna, por exemplo, era comadre do Pe. Cícero) e muita gente mais, como Assunção Gonçalves, em oportuno depoimento colhido em vídeo por Daniel Walker para o Juaonline (Este vídeo pode ser visto no seguinte site: http://www.youtube.com/watch?v=E8yslubxNSc). Enfim, foram dias de imensa tristeza, quando milhares de pessoas viveram visitação e velório ao corpo, as cerimônias religiosas, o cortejo e o sepultamento. Tudo mais hoje se vê numa repetição interminável a que se dedicam seus admiradores e devotos ao pé do seu túmulo na Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, um dos locais mais visitados para se prantear um líder religioso neste país. Segundo testemunho da escritora Amália Xavier de Oliveira a “morte de Padre Cícero foi edificante; morreu como justo. Poucos assistiram-lhe os últimos momentos. Estiveram presentes: o Pe. Juvenal, Drs. Belém, Elísio Figueiredo, Pio Sampaio e Mozart; Beatas Mocinha e Bichinha. Professoras Elvira Medeiros e esta que escreve - Amália Xavier; Cel. Fausto Guimarães, Antônio de Souza, que foi, seu Secretário para ler os jornais, Abdias Batista e Severino Alves nos braços de quem exalou o último suspiro. Antes de deitá-lo totalmente na cama deu-lhe, com muita ternura, um respeitoso ósculo na cabeça do seu querido padrinho.”

Para rever estas cenas do Joazeiro Antigo, vamos pôr aqui algumas imagens inéditas (colhidas na web, a partir do arquivo do prof. Ralph della Cava, hoje pertencentes à Universidade da Flórida (Gainesville) e outras mais conhecidas do arquivo do Juaonline, que revelam parte desta angústia que a cidade experimentou.