Foi lançado, as 19h de hoje, 23, na Livraria Novel do Cariri Shopping o livro Parabélum, de autoria de Gilmar de Carvalho. Segundo comentário feito pelo escritor Cláudio Portella, “Parabélum é um romance pós-moderno. Nele o autor alude à vida de um anti-herói, um salvador (que não salva nem a si), que é Jesus Cristo, transmutando-se depois em Lampião e Che Guevara. Mas, na verdade, é muitos outros. A esquizofrenia do herói depende da verve do narrador, dos seus questionamentos, da sua acidez. O narrador acaba se tornando o protagonista, ou vice-versa. Vou mais longe, o anti-herói é também o autor. O autor é quem atira. E atira quase sempre na hipocrisia. A grande questão desse romance pós-tudo é a semiótica da linguagem. As frases são longas, de pouca respiração, que puxam a narrativa como um jorro, quase um transe psicótico, que se desfaz em uma imagem poética. Os capítulos funcionam isolados, como contos ou até como crônicas. E é preciso estar atento à continuidade do romance, já que tudo parece funcionar bem sozinho. Como toda obra de vanguarda de valor, antecipa o que viria a ser a costura de expressões de arte/linguagem no corpo da narração. Vemos facilmente o cinema, o teatro, as histórias em quadrinhos, a psicanálise e a televisão transitando e construindo o universo do herói. A humanidade parece estar sempre precisando de heróis. O homem tem de se ver salvo dele mesmo e busca no herói o perdão dos seus pecados. Na literatura, o heroi não é menos procurado. O herói de “Parabélum” nasceu numa época difícil: a década de 1970, a mais truculenta da ditadura militar. Foram anos nada fáceis para o autor. Ele teve até de suprimir a última frase do livro. Na apresentação da nova edição, João Silvério Trevisan chama a atenção para o poético. Eu destaco a refinada crítica à burguesia, que vale para os novos-ricos de então, que teimam em assolar o sertão. Poesia e ironia andam de mãos dadas, com um “Parabélum” na outra”.
O AUTOR. Gilmar de Carvalho, mora em Fortaleza, é professor aposentado da Universidade Federal do Ceará, cidadão juazeirense, título outorgado em virtude de seus relevantes serviços prestados à divulgação da cultura juazeirense. Foi ele quem projetou para o Brasil e o mundo a literatura de cordel e a xilogravura juazeirenses, promovendo cordelistas e xilógrafos através de exposições realizadas sob sua coordenação. O livro foi editado pela Editora Armazem da Cultura e está à venda na Livraria Nobel, onde foi lançado.
Um comentário:
Amigo Renato, parabens por divulgar mais uma obra indispensável ,seria de suma importancia esforços hercúlios para oferecer a outras livrarias brasleiras, pelo menos uma em cada capital do Nordeste.Gilmar eu sou um dos seus seguidores, onde anda a cultura existe a mão do Gilmar. Iderval Reginaldo Tenório
http://www.iderval.blogspot.com
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