Primeira gestão foi decisiva
Com cerca de 27 administradores, Juazeiro do Norte teve uma evolução - social e comercial - acelerada
Juazeiro do Norte Os 100 anos de Juazeiro tiveram como primeiro e maior gestor o Padre Cícero Romão Batista. Por vários anos, esteve à frente do Município e definiu o perfil do que seria a maior cidade do interior do Estado, poucas décadas depois. Foi o padrinho dos romeiros que teve a visão, em sua administração, de realizar o primeiro plano de desenvolvimento, uma espécie de diretriz que daria os rumos urbanísticos para a cidade. Juazeiro crescia mediante a sua ação transformadora. Os primeiros poços de água, ainda hoje existentes, foram feitos durante sua administração e abasteciam a cidade. Vieram ainda iluminação, escolas, exposições de artistas de Juazeiro, já nos anos 20, no Rio de Janeiro. Tudo orientado pelo sacerdote.
Um período em que eram parcos os recursos de uma administração municipal, o Padre Cícero, segundo o pesquisador Daniel Walker, dava também a sua sempre presente contribuição pessoal na construção de escolas e outros setores. "Hoje o que conhecemos de secretariado em uma administração já era modelo adotado pelo Padre Cícero que, da sua forma, contava com uma equipe de profissionais. Essas pessoas eram responsáveis pelos projetos", diz ele.
Primeiro gestor
A administração do Padre Cícero começou no dia 4 de outubro de 1911, mas o Município foi criado em 22 de julho do mesmo ano. Também assumiu outros postos importantes na política, como o de 3º vice-presidente do Estado do Ceará, em 1912. Em 16 de abril de 1926 foi eleito deputado federal na vaga do falecido Floro Bartolomeu da Costa, seu braço direito na administração municipal, que na verdade, para Walker, foi quem realmente esteve administrando a cidade, tendo como mentor o Padre Cícero. O sacerdote não chegou a assumir a vaga por conta da sua idade avançada e não ter que sair de Juazeiro.
Dr. Floro, segundo o pesquisador, prestou relevantes serviços ao Juazeiro e projetou o Município em nível nacional na política. O que não foi dado segmento pelo Padre Cícero, que administrou a cidade por longos 14 anos como intendente, como eram denominados os prefeitos na época. Ele foi nomeado pelo então presidente do Estado do Ceará, Antônio Nogueira Acciolly. Mas a cidade ainda teve como intendentes André de Figueiredo, em 1912, e José Bezerra de Menezes, em 1913, chegando a ser deposto, em seguida, com o início da revolução no último mês do ano. E foi deste período até 1927 que Padre Cícero continuou como prefeito, entregando o cargo para o quinto intendente, José Eleutério de Figueiredo, que continuou por dois anos administrando Juazeiro. A era dos interventores é iniciada na cidade. José Geraldo da Cruz foi o primeiro deles, em 1930.
Estudos
Para o escritor e historiador Raimundo Araújo, seguir os caminhos da trajetória de desenvolvimento da cidade, mediante as administrações que se seguiram, faz parte de seus estudos quanto ao processo de evolução de Juazeiro. Em seu escritório, uma galeria de fotos compõe a história dos cerca de 27 administradores que passaram pelo Município. Na Galeria Benjamim Abraão faltam apenas cinco fotos para completar o quadro administrativo de todos os tempos. Ao apontar para cada um deles, o destaque ao que fez e deixou como marca para a cidade centenária.
O escritor traz à lembrança o que, segundo ele, poucos sabem em Juazeiro. Ele afirma que o dr. Floro chegou a ser o 1º presidente da Câmara Municipal. Araújo, um forte defensor da história da cidade, é primo da beata Maria Araújo, protagonista do sangramento da hóstia ofertada pelo Padre Cícero, em 1889. O conhecido milagre mudou os rumos de Juazeiro e fez do "Padim" o prefeito dos prefeitos. Ele está nos equipamentos históricos e figura em uma dos maiores estátuas erigidas no Brasil, na Serra do Horto. Lá de cima, na terra da religiosidade popular, nos lares e comércio, sua imagem é indispensável.
LEGADO
"Quando eu morrer é que essa cidade vai crescer"
Na terra que teve o prefeito com o maior número de mandatos, que não foi o Padre Cícero, com os seus 14 anos de gestão, mas José André de Figueiredo, com longos 27 anos, a maior obra veio somente nos anos de chumbo, onde reinava a Ditadura Militar no Brasil. Para o escritor Raimundo Araújo, o então prefeito Mauro Sampaio, neste período, conseguiu deixar, o que é a maior obra da cidade, a estátua de 25 metros do Padre Cícero, no Horto.
Em termos de grandes líderes, Araújo destaca a presença do prefeito Antônio Conserva Feitosa. "Na verdade, não se podia contar muito com os prefeitos, já que os recursos eram poucos, mas os maiores investimentos em obras vieram mesmo a partir das décadas de 60 e 70", diz ele. Os prefeitos mais recentes da história da cidade conseguiram ter uma oportunidade melhor, segundo ele, para planejar dentro dessa grande abertura de desenvolvimento que Juazeiro tem hoje.
Ele cita administradores como Carlos Cruz, Raimundo Macedo, Mauro Sampaio, Manoel Salviano e, o atual, Manoel Santana. Só que, ressalta o escritor, o investimento privado anda a passos largos e bem adiante dos investimentos do setor público.
Projeção
É na obra de construção da estátua que Juazeiro do Norte tem uma projeção muito maior. Com isso, se consolida o santuário com o feito de reconhecimento, até com a adoração dos milhões de romeiros que afluem todos os dias do ano ao Município e tem como um dos lugares sagrados o Horto.
Outro destaque de obra importante, dentro desse patamar, de acordo com Raimundo Araújo, é o Memorial Padre Cícero, feito há mais de 20 anos. No local estão objetos históricos do sacerdote, bibliografia, e se tornou referência de encontro de estudiosos e eventos voltados para o padre. São obras que marcam e fortalecem a presença do primeiro prefeito da cidade. Ambas acabaram de passar por reformas para os festejos dos cem anos da cidade.
Primeiro prefeito
Raimundo Araújo destaca a importância do Padre Cícero como o primeiro prefeito de Juazeiro. "Ai de Juazeiro se ele não fosse o primeiro. E foi por uma contingência. Não pôde escapar. Ele percebeu isso como um homem inteligente e muito lúcido, mesmo sendo de Igreja", salienta.
Para o escritor, o sacerdote era um homem com uma inteligência superior e acima de todos. Era diferente. E lembra de uma frase do Padre que se consolida: "Quando eu morrer é que essa cidade vai crescer". Não houve quem impedisse esse rumo. Que segue.
Um período em que eram parcos os recursos de uma administração municipal, o Padre Cícero, segundo o pesquisador Daniel Walker, dava também a sua sempre presente contribuição pessoal na construção de escolas e outros setores. "Hoje o que conhecemos de secretariado em uma administração já era modelo adotado pelo Padre Cícero que, da sua forma, contava com uma equipe de profissionais. Essas pessoas eram responsáveis pelos projetos", diz ele.
Primeiro gestor
A administração do Padre Cícero começou no dia 4 de outubro de 1911, mas o Município foi criado em 22 de julho do mesmo ano. Também assumiu outros postos importantes na política, como o de 3º vice-presidente do Estado do Ceará, em 1912. Em 16 de abril de 1926 foi eleito deputado federal na vaga do falecido Floro Bartolomeu da Costa, seu braço direito na administração municipal, que na verdade, para Walker, foi quem realmente esteve administrando a cidade, tendo como mentor o Padre Cícero. O sacerdote não chegou a assumir a vaga por conta da sua idade avançada e não ter que sair de Juazeiro.
Dr. Floro, segundo o pesquisador, prestou relevantes serviços ao Juazeiro e projetou o Município em nível nacional na política. O que não foi dado segmento pelo Padre Cícero, que administrou a cidade por longos 14 anos como intendente, como eram denominados os prefeitos na época. Ele foi nomeado pelo então presidente do Estado do Ceará, Antônio Nogueira Acciolly. Mas a cidade ainda teve como intendentes André de Figueiredo, em 1912, e José Bezerra de Menezes, em 1913, chegando a ser deposto, em seguida, com o início da revolução no último mês do ano. E foi deste período até 1927 que Padre Cícero continuou como prefeito, entregando o cargo para o quinto intendente, José Eleutério de Figueiredo, que continuou por dois anos administrando Juazeiro. A era dos interventores é iniciada na cidade. José Geraldo da Cruz foi o primeiro deles, em 1930.
Estudos
Para o escritor e historiador Raimundo Araújo, seguir os caminhos da trajetória de desenvolvimento da cidade, mediante as administrações que se seguiram, faz parte de seus estudos quanto ao processo de evolução de Juazeiro. Em seu escritório, uma galeria de fotos compõe a história dos cerca de 27 administradores que passaram pelo Município. Na Galeria Benjamim Abraão faltam apenas cinco fotos para completar o quadro administrativo de todos os tempos. Ao apontar para cada um deles, o destaque ao que fez e deixou como marca para a cidade centenária.
O escritor traz à lembrança o que, segundo ele, poucos sabem em Juazeiro. Ele afirma que o dr. Floro chegou a ser o 1º presidente da Câmara Municipal. Araújo, um forte defensor da história da cidade, é primo da beata Maria Araújo, protagonista do sangramento da hóstia ofertada pelo Padre Cícero, em 1889. O conhecido milagre mudou os rumos de Juazeiro e fez do "Padim" o prefeito dos prefeitos. Ele está nos equipamentos históricos e figura em uma dos maiores estátuas erigidas no Brasil, na Serra do Horto. Lá de cima, na terra da religiosidade popular, nos lares e comércio, sua imagem é indispensável.
LEGADO
"Quando eu morrer é que essa cidade vai crescer"
Na terra que teve o prefeito com o maior número de mandatos, que não foi o Padre Cícero, com os seus 14 anos de gestão, mas José André de Figueiredo, com longos 27 anos, a maior obra veio somente nos anos de chumbo, onde reinava a Ditadura Militar no Brasil. Para o escritor Raimundo Araújo, o então prefeito Mauro Sampaio, neste período, conseguiu deixar, o que é a maior obra da cidade, a estátua de 25 metros do Padre Cícero, no Horto.
Em termos de grandes líderes, Araújo destaca a presença do prefeito Antônio Conserva Feitosa. "Na verdade, não se podia contar muito com os prefeitos, já que os recursos eram poucos, mas os maiores investimentos em obras vieram mesmo a partir das décadas de 60 e 70", diz ele. Os prefeitos mais recentes da história da cidade conseguiram ter uma oportunidade melhor, segundo ele, para planejar dentro dessa grande abertura de desenvolvimento que Juazeiro tem hoje.
Ele cita administradores como Carlos Cruz, Raimundo Macedo, Mauro Sampaio, Manoel Salviano e, o atual, Manoel Santana. Só que, ressalta o escritor, o investimento privado anda a passos largos e bem adiante dos investimentos do setor público.
Projeção
É na obra de construção da estátua que Juazeiro do Norte tem uma projeção muito maior. Com isso, se consolida o santuário com o feito de reconhecimento, até com a adoração dos milhões de romeiros que afluem todos os dias do ano ao Município e tem como um dos lugares sagrados o Horto.
Outro destaque de obra importante, dentro desse patamar, de acordo com Raimundo Araújo, é o Memorial Padre Cícero, feito há mais de 20 anos. No local estão objetos históricos do sacerdote, bibliografia, e se tornou referência de encontro de estudiosos e eventos voltados para o padre. São obras que marcam e fortalecem a presença do primeiro prefeito da cidade. Ambas acabaram de passar por reformas para os festejos dos cem anos da cidade.
Primeiro prefeito
Raimundo Araújo destaca a importância do Padre Cícero como o primeiro prefeito de Juazeiro. "Ai de Juazeiro se ele não fosse o primeiro. E foi por uma contingência. Não pôde escapar. Ele percebeu isso como um homem inteligente e muito lúcido, mesmo sendo de Igreja", salienta.
Para o escritor, o sacerdote era um homem com uma inteligência superior e acima de todos. Era diferente. E lembra de uma frase do Padre que se consolida: "Quando eu morrer é que essa cidade vai crescer". Não houve quem impedisse esse rumo. Que segue.
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