15 DE AGOSTO DE 1910. O prefeito do Crato, coronel Antônio Luís Alves Pequeno, envia telegrama a Padre Cícero nos seguintes termos:
Este telegrama foi remetido em resposta à carta que Padre Cícero endereçou ao coronel Antônio Luís solicitando seu empenho junto à Assembleia Legislativa do Ceará para que fosse apreciado o pedido de independência de Juazeiro.
16 DE AGOSTO DE 1910. Em resposta ao telegrama referido na efeméride acima, Padre Cícero escreveu:
"Ciente. Entretanto, lamento ressentido que você segunda vez não queira ajudar-me em uma obra tão meritória, que traria definitivamente a paz geral, glória de seu nome, seu triunfo sobre seus desafetos. Admira você preferir os ressentimentos de um povo não satisfeito à real simpatia de um povo agradecido, para satisfazer um capricho. Estou certo, não compreendeu bem minha carta."
17 DE AGOSTO DE 1910. O Presidente do Ceará, temendo ferir os interesses do prefeito cratense, tirou o corpo fora e, em resposta ao telegrama do Padre Cícero referido, na efeméride acima, responde:
O presidente do Ceará tranquilizou Padre Cícero, mas também não se interessou pela causa de Juazeiro como queria o Padre Cícero. Quanto a Antônio Luís, ele sequer respondeu à carta enviada pelo Padre Cícero. E assim, em face do desinteresse das autoridades pela independência de Juazeiro, o Padre foi forçado a adotar medidas mais duras, porquanto se convenceu de que por este caminho a tão sonhada emancipação política de Juazeiro não ocorreria. Estava, portanto, iminente uma sublevação popular, faltando apenas uma voz de comando. E esta, segundo o escritor Otacílio Anselmo “passado o luto decorrente da morte de José Marrocos, troou nos quatro cantos da imensa povoação”, conforme é relatado na efeméride de 30 de agosto de 1910.
Padre Cícero, em face da pouca importância dada ao seu telegrama, resolve se dirigir ao Crato a fim de entender-se pessoalmente com o coronel Antônio Luís. Inicialmente ele fez ver ao prefeito do Crato que o pedido de independência política de Juazeiro não estava sendo feito pelo seu desafeto, major Joaquim Bezerra, e sim por ele próprio, doravante o novo patrocinador da causa de Juazeiro. Mesmo assim, o coronel manteve-se irredutível. Este fato causou grande descontentamento ao Padre Cícero e aos demais membros do movimento, tendo chegado às páginas de O Rebate desta forma:
A repulsa do prefeito cratense também não agradou à população juazeirense, mas não houve manifestação ostensiva ao chefe político do Crato. Aí entrou em cena uma manifestação explícita da Comissão de Engrandecimento de Juazeiro expedindo o seguinte telegrama:
(Fonte: História da Independência de Juazeiro do Norte, de Daniel Walker)
Um comentário:
Amigo Daniel :bebendo desta fonte de sua lavra e da fonte do Lira Neto estes fatos cronificados com certeza contribuiram para o movimento de emancipação do Municipio quando sucumbiram milhares de vidas, talvez desnecessa´rias caso o diálogo e a vontade do povo Juazeirense fosse atendida.
Sou leitor ferrenho desta História,leio o seu livro e agora o documeta´rio de Lira Neto.
Obras que deveriam ser de cunho obrigatório nas escolas do Municipio- quando seria ciado uma nova DISCIPLINA no curso Ginasial. HISTÓRIA DO JUAZEIRO DO NORTE.
IdervalReginaldo Tenório http://www.iderval.blogspot.com
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