O HOMEM: JOSÉ MARROCOS
Professor José Joaquim Telles Marrocos. Foi um dos maiores intelectuais e humanistas que o Cariri já teve. Natural do Crato, filho do padre João Marrocos, estudou no Seminário da Prainha, em Fortaleza, mas não conseguiu se ordenar (foi expulso). Foi educador, fundou escolas em Crato e em Juazeiro. Jornalista destemido que muito contribuiu para a abolição da escravidão no Brasil, com destacada atuação no Rio de Janeiro, onde escreveu no jornal abolicionista Gazeta de Notícias, atuando ao lado dos famosos abolicionistas José do Patrocínio e Carlos de Laet. Em Fortaleza escreveu artigos inflamados no jornal O Libertador, protegido sob o pseudônimo de Wilberforce. Em Juazeiro foi grande defensor e principal arauto dos milagres ocorridos em 1889, quando a hóstia sangrou na boca da beata Maria de Araújo. Portanto, Marrocos tinha razões de sobra para se contrariar por não ter sido convidado para compor a equipe fundadora do jornal O Rebate. Faleceu em Juazeiro no dia 14 de agosto de 1910.
O FATO:
19 DE JULHO DE 1909. Um dia após a inauguração do jornal O Rebate, o professor José Marrocos (que nesta época não estava em Juazeiro) magoado por não ter sido convidado para participar da inauguração do jornal, envia carta ao Padre Cícero dizendo entre outras coisas que:
“Todo o sábado (17 de julho de 1909) passei à espera da participação da festa inaugural da imprensa do Joaseiro: queria selar com minha humilde assistência o novo progresso d'uma terra, que sempre foi de minha estima, e por cuja prosperidade trabalhei o pouco que me foi possível. Esperei em vão e desapontado senão muito contrariado assumi outros compromissos... Em todo caso muito senti não ter testemunhado o novo progresso do Joaseiro: mas creia-me que não sou nem posso ser-lhe indiferente e daqui mesmo exclamo: Viva o Joaseiro!” (Fonte: História da Independência de Juazeiro do Norte, de Daniel Walker)
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