sábado, 28 de maio de 2011

A época dos bibelôs
Lembro-me quando criança, que no centro da sala de visitas de minha casa ficava repleto de bonecas, vasinhos, bules, xícaras, pratos todos de louças que encantavam os meus olhos. A vontade que tinha era de brincar, de usar como brinquedo, mas a proibição era assustadora. Nem passar perto era permitido porque poderia quebrar uma dessas preciosidades. O jeito era só observar de longe e ficar com água na boca para traquinar. Naquela época era comum a sala de visita das residências haver quatro cadeiras de palinhas com capas no encosto, em algumas capas bordavam-se as iniciais do casal e na entrada da sala era posto encostado à parede uma chapeleira móvel que antigamente se usava. Era chique, pois naquela época os homens usavam chapéus. Em um dos meus aniversários infantis recebi de presente um casal de bonecos de louça, a menina e o menino, como eram lindos! Ela vestida de rosa e azul, saia rodada e um ramalhete de flores nas mãos; ele vestido de calça azul e camisa de listra amarela com as mãos para trás. Eles ornamentavam a penteadeira que existia no meu quarto. Era costume também colocar na parede prateleiras com estes enfeites em tamanho miniatura. Remexendo em minha memória, aflora uma loja que existiu na Rua São Pedro, próximo à Rua da Conceição especializada em enfeites, a maior parte composta por peças de louças e de porcelana, era a loja de seu Adalberto Gomes. O sortimento era enorme, peças lindíssimas com Romeu e Julieta, relógios, espelhos, castiçais, jarros de todos os tamanhos, andorinhas de vários tamanhos, pinguins de vários modelos  que eram colocados em cima da geladeira. Na Igreja Matriz existiu um par de jarros enormes que ornamentavam antigamente o altar de Nossa Senhora das Dores, com desenhos de paisagens. O que vemos nas lojas hoje a maior parte são enfeites de resina, e o tempo dos bibelôs já se foi, deixando-nos uma tênue lembrança que nos remonta a estes pequenos objetos caprichados de uma beleza sem par.
  
- Fui até a casa de d. Assunção Gonçalves que é aficionada por objetos antigos, miniaturas e aproveitei para bisbilhotar e expor através de fotos um pouco do seu acervo de peças antigas.

- As peças mostradas nas fotos abaixo são minhas e pertenceram à minha mãe, foram compradas na Viana Leal, famosa e tradicional loja de Recife. Mamãe viajava sempre a Recife para fazer compras de quadros pintados, da artista plástica Amália Rocha, os motivos eram paisagens ou belas japonesas que já eram encomendados com muita antecedência.













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