16 DE AGOSTO DE 1907. Circula um boletim conclamando a população do povoado de Juazeiro para “uma reunião cívica, sem cor política” em prol da independência do povoado de Juazeiro (ou Joaseiro como era grafado naquela época) desmembrando-se da tutela da cidade do Crato. O boletim, na verdade, o primeiro documento histórico daquele vitorioso movimento, apresentava o seguinte teor:
BOLETIM. Ao povo de Juazeiro. Domingo próximo, 18 de agosto de 1907, ao meio-dia, realizar-se-á uma reunião cívica, sem cor política, em casa do prestimoso cavalheiro major Joaquim Bezerra de Menezes, devendo tratar-se do engrandecimento desta florescente povoação. É absolutamente desnecessário declarar que a reunião, visando somente um fim patriótico, deve contar com o vosso franco e decidido apoio, pois em falando-se de melhoramento a este torrão abençoado, tão querido, fostes sempre animado pela chama de um acrisolado patriotismo. É chegado o momento de pugnarmos com alta energia e valor pela nossa elevação social, elevando Juazeiro à categoria de Município, aumentando assim a importância de toda zona do Cariri que bem merece os vossos serviços para chegar ao grau de prosperidade de que é digno. Tenhamos confiança no futuro e podemos aguardar os louros de uma esplendente vitória. À reunião. Juazeiro, 16 de agosto de 1907.
SAIBA MAIS. Há fortes indícios de que o autor do boletim acima foi mesmo o padre Alencar Peixoto, que havia chegado ao povoado há poucos dias. Assim, isto já pode ser considerado como sua primeira contribuição à causa da independência de Juazeiro. A segunda foi a fundação do jornal O Rebate.
18 DE AGOSTO DE 1907. A reunião referida no boletim acima transcrito aconteceu no dia previsto, mas certamente não teve grande repercussão porque somente no dia 18 de julho de 1909, portanto, dois anos depois, surgiu um fato realmente decisivo para dar continuidade à luta pela independência de Juazeiro, que foi a fundação do jornal O Rebate. Durante aquele período de dois anos (1907-1909) não há registro de nenhum fato importante, como reunião, passeata ou concentração pública em prol da independência de Juazeiro. Este movimento inicial contava com a participação das seguintes pessoas: Joaquim Bezerra de Menezes, João Bezerra de Menezes, José André de Figueiredo, Francisco Néri da Costa Morato, Manuel Vitorino, Cincinato Silva, padre Alencar Peixoto e outros. Padre Cícero, nesse primeiro momento, não apareceu.
SAIBA MAIS. Em sua edição de 25 de setembro de 1910, o jornal O Rebate noticiou que major Joaquim Bezerra tentou reunir, pela segunda vez, em sua casa do sítio Salgadinho, pessoas entusiasmadas com a independência do povoado. Mas o prefeito do Crato, Cel. Antônio Luís, “enviou um grupo de cangaceiros armados para terminarem a reunião”, escreveu O Rebate.
(Fonte: História da independência de Juazeiro do Norte, de Daniel Walker)
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