Brincadeiras de crianças no meu tempo
Na leitura dos jornais recentes descobri o dia em que se comemora o Teatro - 27 de março -, e isto me fez voltar ao tempo de criança e relembrar os Dramas, uma espécie de brincadeira doméstica a qual muito apreciava. A brincadeira normalmente era praticada no dia do aniversário de alguém da turma ou no período de férias escolares. Primeiro se escolhia o local para a apresentação da peça, ou seja, o palco. Quando se realizava drama em nossa casa, geralmente o palco era improvisado na sala de visita ou no quarto de dormir. A gente colocava uma corda ou barbante pregado com prego na parede ou armador e por cima jogava um lençol. Cadeiras eram postas na frente da empanada para acomodar a plateia. O horário habitual era às 7:00 da noite, e não 19h como se diz hoje em dia. O Drama trazia apresentação de peças como “João e Maria”, a “Bela adormecida” etc. Antes da apresentação aconteciam os ensaios, as crianças mais desinibidas eram selecionadas para os papeis principais. Constava também um número ou mais de música, desfiles de misses, a escolha da misse simpatia, misse elegante, misse Juazeiro, misse Crato etc. Depois de tudo resolvido e ensaiado, copiava-se no papel a programação que ficava assim: 1º número, música , o nome da canção e o nome do candidato; – 2º número, peça teatral; – 3º número, desfile das misses;– 4º número, discurso de parabéns – 5º número, jogral, aprendido na Escola. Nesta brincadeira de Drama não era permitido a entrada dos meninos, e por isso meus irmãos e primos ficavam furiosos e ficavam o tempo todo infernizando a nossa brincadeira. Antes do início da encenação o apresentador puxava o lençol que servia de cortina e dizia assim: “Silêncio, o espetáculo já vai começar”. Todos prontos em cena daí começava a chamada para a apresentação. Os aplausos, os gritos e assobios surgiam. Algumas atrizes (meninas) ficavam enraivecidas e encabuladas e não queriam mais se apresentar, mas o diretor, no caso eu, as repreendia e exigia que assumissem suas responsabilidades, dizendo: “Você aceitou agora tem que ir”. E assim a resistência caía por terra e o desejo de brilhar era mais forte, e então a arte cênica fluía. Nestas noites de dramatização íamos dormir um pouco mais tarde, pois o costume imposto por nossos pais era deitar às 7:30 da noite. Quando o Drama era em comemoração ao aniversário de alguém da patota, havia distribuição de presente ao aniversariante, geralmente bem simples como um sabonete Gessy ou Lifebuoy, embalado com papel de seda, uma caixa de lápis de cores, bombons ou chicletes, porque a grana era bem minguada. É bom que se diga que aí, sim, eram brincadeiras sadias que nos divertiam demais, e nos levavam para cama esbanjando felicidade.
A foto acima mostra um cenário usado na realização dos dramas e as de baixo os sabonetes citados no texto em suas embalagens da época. E-MAILS RECEBIDOS
- Amiga Tereza e amigo Daniel: Fiquei feliz quando foi abordado a nossa querida feirinha da Rua São Pedro e a minha queirida Irani e dona Laura, sem esquecer do seu filho que muito andou pela pracinha do Socorro. Chumbo era o seu apelido, foi meu amigo de iinfância depois de adulto sumiu, estive com Irani quando recordamos muitas coisas boas, estes ícones sem muita leitura fazem de Juazeiro uma metrópole diferente. Quantas vezes,0eu, Jorge Marques e Zé Balbino não íamos comprar amendoim, bolo de puba, cocada lá em dona Laura. Agora fui surpreendido com esta memória dos tempos de criança, a fotografia com a Bandeira do Brasil lá no Grupo Padre Cícero, o Globo terrestre e um número revelando a série que cursava, fiz da minha um grande quadro e coloquei em várias salas de minha pequena Clínica em Salvador que é uma pequena réplica do Juazeiro em fotografias e histórias. Tenho com auto estima estas homenagens feitas aos grandes Juazeirenses. Nestas postadas fotos lá está o meu irmão João, baluarte desta Associação que vigora até os dias de hoje em Fortaleza, trazendo união e proporcionando belos encontros, altos bate-papos e boas lembranças de cada detalhe da nossa Juazeiro. De parabéns a comunidade Juazeirense, de parabéns Daniel Walker que com esforço e dedicação consegue agregar toda uma comunidade. Um abraço forte do amigo e o mais Juazeirense dos Juazeirenses que vivem noutras plagas. Eu, Iderval Reginaldo Tenório, Salvador, BA.
acessem o blog. http://www.iderval.blogspot.com
Resposta: Dr. Iderval, é tão gostoso reviver tempos e épocas vividos. Continue participando e enviando novidades acatarei as sugestões com muito prazer.
- Sempre leio o seu artigo de recordações. Vendo as fotos das crianças, lembrei-me que alguns pais faziam uma pirâmide de latas de leite Ninho e colocavam a criança perto. Acho que era para mostrar que a criança era saudável pela alimentação da Nestlé. Continue recordando para o nosso cérebro não enferrujar. Beijos, Tereza Fátima, Juazeiro,CE.
Resposta: Oi Tereza Fátima, sabe vi muito destas fotos. Tem fundamento a sua argumentação, com certeza os pais queriam mostrar que os filhos alimentados com os produtos Nestlé gozavam de mais saúde. Alimenta o nosso ego saber que a nossa coluna está trazendo benefícios para a memória e para as emoções.
Resposta: Oi Tereza Fátima, sabe vi muito destas fotos. Tem fundamento a sua argumentação, com certeza os pais queriam mostrar que os filhos alimentados com os produtos Nestlé gozavam de mais saúde. Alimenta o nosso ego saber que a nossa coluna está trazendo benefícios para a memória e para as emoções.
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