Autora: Maria de Fátima Gomes
Sobral – Ce Abril\2008
Com todo amor que dedico
À querida Juazeiro
Conto a história da cidade
Que acolhe o romeiro
Cantando os seus louvores
A Santa Virgem das Dores
Durante o ano inteiro
No estado do Ceará
Fica na região sul
Desbravada por herdeiros
Do líder Caramuru
Que um escravo conduziu
Aos índios Cariris uniu
Contra a tribo Cariús
A Fazenda Tabuleiro
Foi doada ao Brigadeiro
Próxima ao Rio Salgadinho
Havia três juazeiro
Um triângulo eles formavam
Os feirantes se abrigavam
De um modo hospitaleiro
O Brigadeiro construiu
Sua casa na fazenda
Os mocambos se espalharam
Como se fossem uma prenda
Casa de farinha depois
Roçado de milho e arroz
Aumentando mais a renda
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Fundamentada a cidade
Veio toda construção
Da Capela da Mãe das Dores
Para dar-lhe a bênção
Com seu desenvolvimento
Rápido foi o crescimento,
Comercio e população
A capelinha era desejo
Do citado brigadeiro
O capelão foi seu neto,
O Padre Pedro Ribeiro
Trouxeram de Portugal
A imagem Paroquial
Do Santuário de Juazeiro
Sem ter apego o Padre
Pra capelinha doou
Todo o seu patrimônio
Que de sua mãe herdou
Confirmando que o Brigadeiro
É o precursor de Juazeiro
Mas, o Padim é fundador
No Seminário de Olinda
Pe. Pedro se ordenou
Voltando para a Fazenda
À família ajudou
Aos escravos foi ensinar
A rezar e trabalhar
Novo estilo semeou
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Entre escravos e senhores
Bagunça não permitia
Era muito rigoroso
Muita coisa proibia:
Arma, samba e cachaça
Do céu recebendo a graça
O povo lhe obedecia
Ao mudar para outro plano
Aos escravos deu alforria
Mas sempre que precisava
À capelinha servia
Sem cobrar numerário
Fiéis ao missionário
Pelos favores que devia
Depois que ocorreu o óbito
Quatro capelães passaram
Para assumir o ofício
Dificuldades encontraram
Muitos de seus habitantes
Com vícios extravagantes
Das rezas se dissertaram
O terceiro capelão
Foi o primeiro professor
Naquela povoação
Uma escilnha instalou
E quando foi transferido
Deixou um amigo querido
Que seus méritos adotou
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O povoado cresceu
Ligeiro e desordenado
Os descendentes de escravos
Cada vez mais desastrado
Precisando de contensão
O professor Semeão
Tinha plano elaborado
Havia se ordenado
O Padre Cícero Romão
A província se encontrava
Sem ter nenhum capelão
O educador foi ao Crato
Da situação fez relato
E ao Padre apelação
Para a missa do galo
Naquela noite de Natal
O Padre Cícero feliz
Com afeto paternal
Mostrou sua docilidade
Também tinha habilidade
Para trabalho social
Gostou bem daquela gente
Apesar de ignorante
Pregou a homilia
Com discurso cativante
A convite do amigo
Fixou ali seu abrigo
Morador mais importante
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Sendo o sexto capelão
Da casa da Mãe das Dores
Se posicionava com firmeza
Convertendo os pecadores
O povoado era pequeno
Trinta casas mais ou menos
De escravos e senhores
O Pe. Cícero encontrou
Tudo muito bagunçado
Recebeu como provação
Para isto foi preparado
Era muito paciente
Agindo severamente
O povo recuperado
Foi através do trabalho
Deste líder religioso
Juazeiro ficou conhecido
Pelo fato milagroso
A igreja com indignação
Causando a expulsão
Do Levita virtuoso
Enquanto o Bispo perseguia
O Reverendíssimo Capelão
Do povo mais aumentava
Por ele, a admiração.
Julgado desobediente
Esteve sempre presente
Confortando o povão
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Depois deste fenômeno
Mudou todo o Sertão
O “cabôco” desanimado
Queria consolação
Procurava Juazeiro
Se tornando um Romeiro
Pra receber a benção
O Pe. com seu carisma
Dava conselho e carinho
Todos que o procurava
Adotava como Padrinho
Atraía o emigrante
Chegando como retirante
Construía ali seu ninho
O Padim desiludido
Com sua reabilitação
Encaminhava atividade
Em prol da população
Totalmente desamparada
Toda bem canalizada
Para esta região
Para a Serra do Araripe
O Padre recomendava
A terra era muito fértil
Mandioca cultivava
Aumentou a plantação
De cana, milho e feijão
Todo Cariri lucrava
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O desenvolvimento agrícola
Mudou a povoação
O comércio teve impulso
Aumento a produção
O sacerdote queria
Conquistar autonomia
Do Crato, a libertação
Feita uma coligação
Com mais dois emigrantes
Um, Floro Bartolomeu
Tinha experiência bastante
Outro, Pe Alencar Peixoto,
Polêmico como garoto
Causava conflito constante
A primeira atitude
Foi bloquear a tributação
O prefeito de Crato aflito
Pediu a compreensão
Já estava no orçamento
Fez promessa, juramento,
De um plano de ação
Chegando no outro ano
A Assembléia foi reunida
E a emancipação
Por ele foi esquecida
Sem nenhuma complacência
Deu-se a independência
Em passeata recebida
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A notícia correu rápido
Por toda a região
Como faísca elétrica
Causou grande sensação
O Crato inconformado
Foi logo derrotado
Naquela situação
Em atenção aos amigos
Um pedido foi aceito
Padre Cícero foi nomeado
Do município, prefeito
Em pacto de amizade
Combateu a criminalidade
Com moral e direito
Eu aqui tentei mostrar
Os fatores determinantes
Do progresso desta cidade
Onde a fé importante
Por um fato milagroso
O turismo religioso
Atrai muitos visitantes
Juazeiro se destacou
Como um lugar sagrado
Das cidades do interior
É a maior do Estado
Os cem anos de história
Gravados em nossa memória
Serão sempre relembrados.
A AUTORA
Maria de Fatima Gomes, nascida no dia 12 de fevereiro de 1953, na cidade de Farias Brito-Ceará. Aos 14 anos veio para Juazeiro, para estudar. Iniciou seus estudos no Orfanato Jesus Maria José. Fez o Ginásio na Escola Normal Rural e o Normal Pedagógico no Centro Educacional Prof. Moreira de Sousa em 1974. É formada em Pedagogia pela Urca com especialização
Um comentário:
Parabéns a Fátima por esse passeio pela história de nossa terra.
Entretanto, faço-lhe uma cobrança: volte a escrever sobre o Juazeiro.
Fernando Maia
(marbravil@hotmail.com)
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