quinta-feira, 31 de março de 2011

 

ANIVERSÁRIO DE NASCIMENTO

Padre Cícero é vetor de desenvolvimento em Juazeiro do Norte

24.03.2012


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Mercado imobiliário residencial, comercial e de terrenos atestam crescimento da terra do 'Padim' que começou como uma pequena vila
FOTO: ELIZÂNGELA SANTOS
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De vila a metrópole, Juazeiro do Norte acompanha história de um dos seus maiores empreendedores

Juazeiro do Norte. A cidade amanhece em festa. O dia é de feriado para festejar o "Padim" . Hoje, comemora-se os 168 anos de nascimento do Padre Cícero Romão Batista. Às 5 horas, uma salva de fogos anuncia a data, e uma multidão se reúne de frente à capela do Socorro, para participar da missa de aniversário celebrada pelo bispo diocesano, dom Fernando Panico. Os fiéis seguem a tradição de acender velas e depositar flores em uma estátua na Praça do Socorro, durante o dia. No fim da tarde, mais uma manifestação de fé que sai da Sociedade Padre Cícero, no Centro, em direção à praça do Socorro. Uma reverência do romeiro que tem crescido nos últimos anos, segundo a Secretaria de Turismo e Romaria da cidade.

Identidade

Segundo o secretário, José Carlos dos Santos, o Padre Cícero é o grande responsável de transformar uma vila em metrópole, em 100 anos de existência. O sacerdote foi o primeiro prefeito da cidade e até hoje exerce influência, no seu contexto de desenvolvimento. Para José Carlos, as romarias são exemplo disso, por preservarem a identidade de Juazeiro do Norte, hoje o segundo maior centro de peregrinação do Brasil e o primeiro do Nordeste.

Há 30 anos, foi iniciada a Semana Padre Cícero. Organizada pela Secretaria, a programação passa a ter um caráter popular. "E não queremos interferir nessa característica, porque é uma forma de gratidão do povo de Juazeiro", diz o secretário. Isso porque as realizações, a exemplo do bolo do Padre Cícero e a seresta realizados na noite de ontem, com os parabéns cantado pela comunidade, acontece com iniciativa popular. E essa colaboração ocorre até mesmo com os romeiros de outros Estados.

Um grupo de 40 pessoas, por exemplo, veio da cidade de Palmares, em Alagoas, e tem lugar cativo entre os participantes do aniversário. Todos os anos, os romeiros trazem um bolo para comemorar a data de aniversário. Desde o fim de semana que eles se encontram na cidade.

As comemorações terminam somente amanhã, com a Corrida Padre Cícero, saindo da Praça da Sé, no Crato, até o Centro de Juazeiro do Norte. São quase dois mil participantes no percurso, de vários Estados brasileiros.

A semana também contou com lançamentos de obras, a exemplo do livro do poeta Pedro Bandeira, lançado na quinta-feira, no Memorial Padre Cícero, com o título "O Poeta Pedro Bandeira Mostra Juazeiro ao Mundo", organizado pelo escritor Franco Barbosa. O V Fórum Padre Cícero, encerrado ontem, levantou um dos principais temas que marca a relação entre Padre Cícero, Juazeiro e o desenvolvimento da cidade, voltado para a fé e trabalho.

Crescimento

O secretário destaca a visão multidimensional do Padre Cícero, dentro desse processo de progresso e desenvolvimento que se apresenta hoje na cidade. "Ele é o grande responsável pelo desenvolvimento econômico, social e cultural", diz. Acrescenta, ainda, que os fatores que levaram a cidade ao crescimento estão relacionados a capacidade do sacerdote de potencializar nas pessoas o trabalho, a partir de suas vocações. E isso, segundo ele, aconteceu durante os momentos que sucederam, principalmente o milagre, em 1889, em que levas de pessoas chegavam à cidade, atraídas pela mística da fé que Juazeiro tomava.

Padre Cícero morreu aos 90 anos, no dia 20 de julho, que hoje é uma data tradicional no calendário da cidade. Esse dia chega a atrair mais romeiros, e tem uma característica diferenciada, já que envolve a participação maior de fiéis de outros Estados. "Hoje é uma data de reconhecimento maior do próprio morador da cidade, que vai fazer o seus agradecimentos", afirma.

O Padre Cícero, em virtude da sua capacidade de atrair pessoas para Juazeiro, segundo José Carlos, se tornou, além de uma liderança, um ícone. Ele destaca o processo das romarias, crescente na cidade. "Hoje mesmo temos romeiros na cidade e essa visitação é contínua", diz. A vinda dos fiéis para a cidade tem consequências diretas no processo de desenvolvimento da região.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Juazeiro, Michel Araújo, afirma que as grandes romarias influenciam o comércio de forma considerável. Mesmo movimentando o setor informal amplamente, segundo Araújo, o dinheiro fica dentro da cidade e circula.

"Podemos falar do Padre Cícero, primeiro como grande idealizador da cidade", diz ele. O dirigente lojista ressalta a proximidade do próprio empreendedor da cidade com o "Padim". É comum se ver nas lojas da cidade imagens do sacerdote.

Michel Araújo, mesmo enfatizando a importância do religioso, como influenciador do processo de desenvolvimento econômico, destaca as romarias e sua relevância na religiosidade do povo nordestino. E vai mais além, quando destaca esse papel influente do sacerdote no contexto regional.

Daniel Walker afirma que, em vida, o Padre Cícero já comemorava em sua residência o aniversário, com grande participação popular. Após a sua morte, as pessoas continuaram comemorando. Para o historiador, as romarias têm um número maior de pessoas, por ser outra forma de expressão, que se caracteriza pela saudade. No dia da missa de aniversário, há a presença de romeiros. São mais funcionários públicos, aposentados, já que a grande maioria dos devotos são das áreas rurais nordestinas.

Ele recorda de sua infância, a prática de soltar balões na noite de aniversário, abolida por conta dos riscos de incêndio. O show pirotécnico continua. O bolo gigante, coordenado por Mãe Cicinha, e feito de forma coletiva, é cortado no dia 23. Uma festa que acontece no bairro Socorro, nas proximidades da Capela, acompanhada da seresta.

Semana

168 anos de nascimento do Padre Cícero são comemorados em Juazeiro do Nordeste desde o último domingo. Festa prossegue até amanhã no Município

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTE
R

 


 

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA DO CENTRO CULTURAL BNB

Dia 12, terça-feira

Artes Integradas – CURSO DE APRECIAÇÃO DE ARTE
15h O Processo de Criação no Cinema. Facilitadora: Ana Patrícia. 180min
Literatura/Biblioteca - BIBLIOTECA VIRTUAL
18h Noções Básicas de Utilização da Internet. Instrutor: Isaac de Morais. 180min.
Artes Integradas – OFICINA DE CANTO CORAL
19h Oficina de Canto Coral, direção musical de Joacy Cordeiro (Barbalha) 120min
Música – Rock Cordel Especial
19h30 Alegoria da Caverna (Fortaleza-CE). 60min.
 
Dia 13, quarta-feira
Artes Integradas – CURSO DE APRECIAÇÃO DE ARTE
15h O Processo de Criação no Cinema.
Facilitadora: Ana Patrícia. 180min
Literatura/Biblioteca - BIBLIOTECA VIRTUAL
18h Noções Básicas de Utilização da Internet. Instrutor: Isaac de Morais. 180min.
Artes Integradas – OFICINA DE CANTO CORAL
19h Oficina de Canto Coral, direção musical de Joacy Cordeiro (Barbalha) 120min
Música – Rock Cordel Especial
19h30 Megahertz (Teresina – PI). 60min.
 
Dia 14, quinta-feira
Artes Integradas – CURSO DE APRECIAÇÃO DE ARTE
15h O Processo de Criação no Cinema. Facilitadora: Ana Patrícia. 180min
Literatura/Biblioteca - BIBLIOTECA VIRTUAL
18h Noções Básicas de Utilização da Internet. Instrutor: Isaac de Morais. 180min.
Artes Integradas – OFICINA DE CANTO CORAL
19h Oficina de Canto Coral, direção musical de Joacy Cordeiro (Barbalha) 120min
Música – Rock Cordel Especial
19h30 Clamus (Fortaleza-CE). 60min.
 
Dia 15, sexta-feira
Artes Integradas – CURSO DE APRECIAÇÃO DE ARTE
15h O Processo de Criação no Cinema. Facilitadora: Ana Patrícia. 180min.
História e Patrimônio – NOVAS IDEIAS
13h Rumo aos Museus: Visita ao Museu Vivo da Colina do Horto.
Literatura/Biblioteca - BIBLIOTECA VIRTUAL
18h Noções Básicas de Utilização da Internet. Instrutor: Isaac de Morais. 180min.
Arte Retirante – CINEMA - CURTAS
O Lapso entre o Silêncio e a Fala
Local: Auditório da RFSSA-Crato-Ce. Curador: Franklin Lacerda.
19h Falar Dói. . Dir. Julia Teles, Fic, Cor, 2007, 8´min.
19h08 Silêncio por Favor! Dir. Filipe Matzembacher, Doc, Cor, 2009, 7min.
Música – Rock Cordel Especial
19h30 Érika Machado (Belo Horizonte-MG). 60min.
 
Dia 16, Sábado
Atividades Infantis
13h Bibliotequinha Virtual: Softwares e Jogos Educativos. Instrutora: Jozeane Rodrigues. 120 min.
13h30 Sessão Curumim: Na Pista Do Apito. Direção: Daniel Chaia. Duração: 13 min
13h45 Sessão Curumim: O Homem Que Bota Ovo. Direção: Rafael Conde. Duração: 13min.
14h Construindo Histórias: Desenhando o Centenário de Juazeiro. Elizabete Pacheco–Juazeiro do Norte–CE. 60min
15h Bibliotequinha Virtual: Softwares e Jogos Recreativos: Instrutor: Dalânio Almeida. 120 min.
15h Teatro Infantil - Dona Patinha Vai Ser Miss. Direção: Flávio Rocha. 60min.
16h Oficina de Arte: Brinquedos Populares. Cia Tê-Tê-Rê-Te-Tê. (Juazeiro do Norte-CE) 60min
16h Recreação de Férias. Local: Praça Padre Cícero. 60min.
17h Teatro Infantil - Dona Patinha Vai Ser Miss. Direção: Flávio Rocha. 60min.
Cinema
100 Canal
17h30 Romaria. 06'40'' min.
CineCafé
Mediador: Elvis Pinheiro
17h30 Quero Ser John Malkovitch (Being John Malkovich, Dir. Spike Jonze, EUA, 1999) 112min.

Justiça determina que aeroporto de Juazeiro do Norte seja administrado pela União

A decisão judicial atende pedido feito pelo Ministério Público Federal no Ceará (BANCO DE DADOS / O POVO)

A decisão judicial atende pedido feito pelo Ministério Público Federal no Ceará (BANCO DE DADOS / O POVO)

 

A Justiça Federal determinou que a União, de forma direta ou através da Infraero, assuma imediatamente a administração e operação do Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes, localizado em Juazeiro do Norte. A decisão judicial atende pedido feito pelo Ministério Público Federal no Ceará (MPF/CE), por meio de ação civil pública proposta pela Procuradoria da República no Município de Juazeiro do Norte. As informações são do MPF.

 

"Essa decisão deve contribuir efetivamente para garantir o funcionamento do aeroporto e melhorar a infraestrutura", avalia o procurador da República Rômulo Moreira Conrado, autor da ação civil pública juntamente com o procurador da República Rafael Ribeiro Rayol.

 

Entenda o impasse

 A administração, manutenção, operação e exploração desse aeroporto estavam sob a responsabilidade do Governo do Ceará, de acordo com o que ficou estabelecido em convênio assinado com a Infraero em 2000. Ocorre que a administração estadual não teria cumprido com as obrigações e a Infraero não demonstrava interesse em assumir a administração enquanto o acordo não fosse respeitado.

 De acordo com a Infraero, o descumprimento se deu "notadamente" quanto às obras relacionadas à pista de pousos e decolagens. Além disso, metas estabelecidas, como a promoção de condições de operacionalidade e segurança na infraestrutura de pavimentos, foram apenas parcialmente realizadas. 


O impasse trouxe prejuízos aos usuários, operadores e consumidores do serviço de transporte aéreo. "Havia um risco de paralisação das atividades", ressalta Conrado. Esse risco foi reconhecido pelo juiz federal Tiago José Brasileiro Franco ao tomar a decisão de determinar a União que assumisse a administração do aeroporto. 

Infraero deve instalar módulos operacionais em 30 dias 

Ainda de acordo com a decisão judicial, a Infraero deverá iniciar, no prazo máximo de 30 dias, a instalação módulos operacionais provisórios no Aeroporto de Juazeiro do Norte. Para o Ministério Público Federal, esse medida vai assegurar o funcionamento do aeroporto e permitirá a prestação de serviço adequado aos usuários, segundo padrões mínimos de conforto e segurança. 
Os módulos operacionais já foram adquiridos pela Infraero por meio de processo licitatório. O descumprimento do prazo implicará na fixação de multa diária, como está previsto na decisão judicial 
"A precarização da infraestrutura" do aeroporto, como reconheceu o juiz federal Tiago José Brasileiro Franco, tem impedido a criação de novos voos e a chegada de companhias aéreas ao município

 

Redação O POVO Online

 


 

 

 

Blitze coibem ocupação ilegal de espaço público


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Fiscalização feita pelo Ministério Público, Polícia Militar e Prefeitura de Juazeiro recolheu cadeiras e demais equipamentos de bares e restaurantes que estavam em local público 
FOTOS: CHINÊS

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Churrasqueiras também foram apreendidas durante a blitz nas ruas de Juazeiro do Norte na noite de quinta-feira

Mesas, cadeiras e churrasqueiras foram apreendidas em fiscalização de bares em ruas de Juazeiro

Juazeiro do Norte. Uma ação anunciada desde o ano passado começa a se cumprir, depois de recomendação e trabalho educativo. A desocupação dos espaços públicos por parte do comércio informal, bares e restaurantes da cidade de Juazeiro, além de outros pontos comerciais, começou na noite desta quinta-feira, na Praça Padre Cícero e áreas próximas e, ontem, na Avenida Castelo Branco. A ação foi desencadeada pelo Ministério Público, por meio da 2ª Promotoria, com a parceria das Secretarias Municipais de Segurança, Finanças, Meio Ambiente, Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária. Caso não haja cumprimento da ação, o Ministério Público poderá entrar com ação civil pública contra o Município e os comerciantes reincidentes.

A recomendação ocorreu em abril do ano passado, com mais 180 dias para a adequação. Alguns estabelecimentos resolveram cumprir, mas a maioria continuou ocupando os espaços público, o que o promotor José Carlos Félix da Silva considerou um abuso, além do descumprimento do Código de Postura e Lei Orgânica do Município e do Código de Trânsito federal.

A maior parte dos bares ocupa os espaços das ruas, em torno da Praça Padre Cícero, na Rua São Francisco, por volta das 18 horas. E foi após esse horário que o promotor, juntamente com as secretarias e órgãos fiscalizadores decidiram agir. Para José Carlos Félix, essa foi uma atitude mais enérgica, já que foram movidos outros órgãos fiscalizadores, que estão não apenas verificando os espaços ocupados, mas questões relacionadas à alimentação, alvarás, situação das instalações, entre outros pontos.

A ação do Ministério Público, segundo o promotor, se dá pela inércia da administração não ter cumprido anteriormente a fiscalização para a retirada do comércio nos espaços públicos. A situação, com o crescimento acelerado da cidade, tem se agravado e colocado em risco a própria população.

Apreensão

Na ação realizada no primeiro dia, foram apreendidas mesas, cadeiras e churrasqueiras a carvão e gás, que funcionavam nas calçadas. No Bairro Lagoa Seca, outro ponto onde a situação era considerada crítica, os bares e lanchonetes, além dos trailers, desocuparam os espaços públicos no primeiro período da recomendação.

O prazo foi dado, segundo o promotor, por entender que isso acabou se tornando algo quase cultural na cidade. Muitos comerciantes solicitaram mais uma prazo para se adequar à nova realidade, tendo que reduzir os seus espaços de comercialização. Foram dados mais três meses. O prazo foi encerrado em fevereiro deste ano.

Além da distribuição de panfletos educativos, foi realizada audiência pública na cidade. Spots com mensagens educativas foram veiculadas na rádios e em carros de som. Nesta fase coercitiva, exigimos do Estado e do Município o apoio necessário para realizar a retirada. "Vamos continuar não só agora, mas em outros momentos, para coibir os excessos. Mesmo sabendo que não vamos acabar com esses abusos", diz o promotor.

Em muitos casos, os comerciantes saem dos espaços das calçadas, invadindo as ruas, até a calçada do outro lado da rua. "Pessoas até se organizaram, e, dentro dos seis meses, como não houve fiscalização, voltaram e até alugaram estabelecimentos vizinhos para ampliar esses espaços de ocupação irregular", afirma. Esse trabalho vale para todos os comerciantes que estão ocupando indevidamente os espaços públicos da cidade. A própria Prefeitura vai notificar as pessoas e, em seguida, caso não seja cumprida a adequação, haverá a punição dos reincidentes, com multas que podem ir de R$ 300 a R$ 20 mil. Todos os que tiveram as cadeiras e mesas retiradas dos espaços públicos, além das churrasqueiras, foram autuados e irão pagar multa. Segundo o promotor, vários fatores elevam o valor da multa.

"Nós queremos é fazer uma conscientização, e se não for possível, vamos entrar com uma ação civil pública, contra a o Município e aqueles comerciantes reincidentes", destaca. O trabalho está sendo registrado com fotografias e os nomes de todos os proprietários dos estabelecimentos. A ação para os reincidentes poderá resultar até em cassação de alvarás de funcionamento desses pontos comerciais.

Enquete 
Polêmica

"Podemos dizer que houve uma inércia do Município. Mas agora a Prefeitura dá apoio, com os órgãos competentes" José Carlos Félix da Silva, Promotor

"Sem mesas nas ruas, acaba o movimento dos bares, e eu fico prejudicado. Muita gente queria estar no campo livre" João Faustino da Silva, Comerciante

"Vejo que a cidade está se modernizando. Tem cidade grande que evolui nessa questão de liberar os espaços públicos" Geraldo Prereira da Silva, Comerciante

Elizângela santos
Repórter - Diário do Nordeste

MAIS INFORMAÇÕES 
Ministério Público, 2ª Promotoria da Justiça Civil, Av. Marcionília, 800, Lagoa Seca, Juazeiro do Norte
Telefone: (88): 3566.4124

Pode ser uma bênção a sensibilidade

artística?

Ronaldo Correia de Brito
Do Recife (PE)

 

Quando havia feiras de rua semelhantes às da Idade Média, em Crato e Juazeiro do Norte, as duas cidades eram tomadas por artesãos: ceramistas, flandeiros, tecelões, moveleiros, celeiros, pessoas que trabalhavam o couro, a palha do buriti e do babaçu, o agave e a lã vegetal. A região ainda não fora invadida pelos plásticos, eletro-eletrônicos vindos do Paraguai, nem pelas quinquilharias importadas da China.

Havia artistas populares que viviam de trabalhos manuais, de utilidade na vida diária, como potes, quartinhas, panelas, colchões, arreios e cordas. As cidades mudaram e esse artesanato perdeu sua razão de existir. Com a proliferação das motos, diminuíram os cavalos e os fabricantes de celas. As panelas de alumínio, os plásticos e acrílicos ganharam a concorrência com os utensílios de barro, que se transformaram em objetos decorativos.

O que era útil perdeu a função. Para que fabricar caixotes de madeira e malas de armazenar rapadura, se não existem mais engenhos nem consumo de rapadura como antigamente? A história do homem pode ser acompanhada pelo que fabrica ou deixa de fabricar. Máquinas de datilografia viraram peças de museu, da mesma maneira que vitrolas e câmeras super-8. Vez por outra encontram um novo uso para o que foi encostado. Os DJ reinventaram um jeito de tocar os discos de vinil.

Todo esse preâmbulo para falar de uma ceramista de Juazeiro do Norte, conhecida pelo nome de Ciça do Barro Cru, pois não levava ao forno os objetos de sua criação, deixando-os secar ao sol. Conheci-a quando fazia ponto de venda junto a um canal, construído pela prefeitura do Crato para conter as águas do rio Granjeiro. Ela se apresentava como boa parte das romeiras do Padre Cícero: vestido de algodão colorido com pregas, cintura alta e cobrindo o joelho. Um chapéu de palha na cabeça, guarda-sol, cabelo com bastante óleo de coco, preso por marrafas, lábios pintados de vermelho e faces com bolas de ruge carmim.

Sentava num caixote de madeira, o mesmo em que transportava sua arte. A vida meio rural e meio urbana do Cariri era representada em mulheres costurando, fazendo renda, homens com enxada no ombro, burrinhos, lagartixas com rabo de borracha, pavões com calda de papel laminado e areia prateada, rádios, panelas, galinhas, papagaios, não havendo uma única coisa que o freguês imaginasse que Ciça não fosse capaz de executar para ele. Contemporânea, incorporava ao barro o lixo urbano, isso que hoje chamam de reciclagem. Performática, criava cenas, ambientes e falas para seus personagens. Ousada nas cores, nos materiais, nas invenções.

Certo dia, cheguei para comprar. Vi a cerâmica de uma mulher faltando uma perna, apoiada numa muleta, com uma trouxa de roupa na cabeça própria das lavadeiras, e um menino no braço, mamando. Perguntei quem era a figura. - É uma infeliz, me respondeu. O marido deixou ela com um menino de peito, e a coitada ganha a vida lavando roupa. Sustenta a família com esse ganho pouco. Como se não bastasse, foi atropelada por um carro e perdeu uma perna. Não é mesmo uma desgraça?

E se pôs a chorar. Tentei consolá-la e perguntei se era alguma conhecida, mas ela respondeu que não. Imaginara a história. Grandes artistas criam um mundo e mergulham nele. Correm o risco de uma esquizofrenia com a realidade. Mas isso nunca aconteceu com Ciça, felizmente. Também não me vendeu a cerâmica. Se pudesse, não venderia uma única peça de sua criação, me falou quando propus a compra. O dinheiro que pagavam era bem pouco. Melhor ficar com tudo guardado, mesmo que passasse fome.

Sem chances de concorrer com os utilitários, o bom barro sobreviveu como arte, graças às Ciças e outros artistas populares. As panelas de barro... As panelas de barro? Vocês conhecem os últimos lançamentos em teflon? E as de aço? As de aço...

 

Ronaldo Correia de Brito é médico e escritor. Escreveu FacaLivro dos Homens e Galiléia.

 

Fale com Ronaldo Correia de Brito: ronaldo_correia@terra.com.br

Homenagem merecida

Em boa hora, a AFAJ homenageou DR. Valdetário, Orlando Bezerra e Luiz Casimiro. Três nomes, três profissões diferentes, três grandes homens, três grandes juazeirenses. Cada um, em suas atividades, deram tudo de si, para o engrandecimento de Juazeiro. Grande Juiz, grande Prefeito, grande Comerciante. Três exemplos de pessoas a serem seguidas por todos nós que queremos o bem de Juazeiro. Dr Valdetário (grande Juiz). Orlando Bezerra (grande Prefeito). Luiz Casimiro (homem de idéias brilhantes, que o digam aqueles que conviveram com ele, como eu). Vamos também reverencia-los. Juazeiro Merece.
Por Maurício Xavier
www.juazeiromerece.blogspot.com

Prefeitura instala mais uma academia popular em Juazeiro do Norte

A Prefeitura de Juazeiro do Norte, através da Secretaria de Esportes e Juventude, instalará mais uma academia popular no município, agora, na Praça do Socorro, ao lado da Escola Padre Cícero. Segundo o secretário de Esporte e Juventude, Aurélio Matias, até esta quinta-feira, 31, uma equipe de trabalho iniciará a instalação, no local.

Academia Popular Juazeiro do Norte

Até o final do ano, Juazeiro do Norte deverá contar com 10 academias populares.

A academia popular tem proporcionado à população de Juazeiro uma prática esportiva saudável, com a orientação e acompanhamento de professores de Educação Física, pagos pela Prefeitura. Hoje, o município dispõe de 3 academias. Mas, o Governo Municipal pretende completar as 10 academias, até o final do ano.

Fonte: Secretaria de Esportes e Juventude de Juazeiro do Norte


quarta-feira, 30 de março de 2011

Wolney Oliveira - Religião e religiosidade no cinema .

O mote do Cine Ceará para este ano foi dado por causa dos 100 anos de emancipação política de Juazeiro do Norte, terra do Padre Cícero. A homenagem à cidade, neste caso por um Festival de Cinema, está justificada pela enorme produção cinematográfica de curtas e longas metragens em torno dos temas que de lá são oriundos.

É de 1925 o primeiro filme sobre Juazeiro e Padre Cícero. Chamava-se Joaseiro do Padre Cícero, de Adhemar Bezerra de Albuquerque. De lá para cá, muitas são as produções que se baseiam naquela realidade, sempre instigante, seja por causa do Padre Cícero, dos romeiros ou da natureza exuberante. Juazeiro é um celeiro cultural do nordeste brasileiro. Homenagem, portanto, justa e necessária.

Da filmografia sobre Juazeiro e seus personagens, uma me diz respeito particularmente: durante seis anos até 1999, filmei a história da beata Maria de Araújo que, ao lado de Padre Cícero, é das personagens mais importantes do lugar e que teve sua história apagada. Quem sabe a importância que Maria teve na constituição de Juazeiro como a “capital da fé” nordestina? Quem sabe a respeito do sangramento da hóstia que se deu em sua boca? O filme Milagre em Juazeiro conta essa história para o mundo.

Costumo dizer que, quando comecei a fazer o filme, conhecendo apenas superficialmente a história, eu não era devoto do Padre Cícero. Seis anos, dez romarias, muito estudo e muita conversa depois, me tornei devoto. Dos dois, da beata e do padre. Eu não fiz um filme, cumpri uma promessa.

Não há dúvidas de que as religiões de um modo geral e o cristianismo de modo particular forjou a nossa identidade. E o cinema, ao abordar um tema religioso, traduz a nossa realidade cultural. O Cine Ceará, promovido pela Universidade Federal do Ceará (UFC), se propõe então a discutir esse tema com a Mostra “Audio-visual e educação: religião e religiosidade no cinema”.

O tema religião se estende por todo o mundo. Em 2010, o Festival de Cannes premiou um filme que contava a história de um grupo de monges que viviam na Argélia: Des hommes et des dieux (Homens e deuses). Belíssimo. Na Itália, há o Festival “Cinema e Religione”, entre outros exemplos.

Não só o catolicismo é retratado no cinema. Acho importante o nicho de filmes transcendentais, aberto pelo Luis Eduardo Girão, com o filme Bezerra de Menezes: o Diário de um Espírito.

É muito consolador saber que se pode comunicar com com entes queridos. Essa é uma bandeira muito forte. O sincretismo religioso é latente no Brasil e, não importa se católico ou espirita, me parece que são duas faces de uma mesma moeda!


Wolney Oliveira é Cineasta e diretor do Cine Ceará (Festival Iberoamericano de Cinema)

Fonte: O Povo

Condomínios "invadem" Juazeiro

Juazeiro é hoje uma das cidades que mais cresce em construção de condominios residenciais. O imóveis são vendidos rapidamente. Abaixo mostramos quatro desses empreendimentos que estão sendo construídos pela construtora CRC de Juazeiro do Norte.  Oportunamente mostraremos outros condomínios que estão sendo construídos. O mercado imobiliário de Juazeiro está detonando! 
Condomínio Terras da Lagoa
O Condomínio Terras da Lagoa é composto de 31 unidades residenciais, condomínio horizontal, localizado em área nobre da Lagoa Seca, próximo a hospitais, faculdades e restaurantes
Condomínio Alberto Moraes
Especialmente projetada para quem quer qualidade de vida com praticidade, para desfrutar cada momento como se fosse único, o Condomínio Alberto Moraes representa o bem-estar...
Residencial Flamboyant
Com uma arquitetura concebida em estilo americano o empreendimento possui 14 unidades habitacionais, exclusivas para você. Os espaços internos foram dimensionados de maneira...
Residencial Bella Vita
O Bella Vita é um lugar do tamanho dos seus sonhos, onde sua vida vai ganhar novos ares. Varias opções de plantas e fachadas, alem de toda infra-estrutura necessária para você ter a qualidade...



Memorial Cearense recebe a mostra “Xilogravura Nordestina-Trajetória e evolução”

O Memorial da Cultura Cearense (MCC) recebe nesta quarta-feira (30) a exposição Xilogravura Nordestina-Trajetória e evolução. Com curadoria de Bené Fonteles, a mostra apresenta uma síntese de quase um século em que a xilogravura no Nordeste alcançou um notável nível de apuro estético partindo da tradição popular fundada no imaginário do povo por Mestre Noza, de Juazeiro do Norte, no Ceará. A mostra destaca ainda como o artista pernambucano Gilvan Samico vai criar e redimensionar esta escola dentro do espaço da arte contemporânea.

A xilogravura é marcada pela rica plasticidade do imaginário popular – não menos sofisticado e inteligente que a plástica da cultura erudita –, através da obra de tantos e geniais mestres xilógrafos.
O primeiro artífice da xilogravura a ser conhecido nacional e internacionalmente foi Mestre Noza em Juazeiro do Norte, Ceará. Ele foi pioneiro na popularização da técnica quando trabalhava por encomenda para a Tipografia São Francisco, que desde os anos de 1930 era a mais importante editora e impressora do Cariri. A gráfica foi depois rebatizada pelo poeta Patativa do Assaré com o nome de Lira Nordestina.

Em Juazeiro do Norte surgiram outros geniais artistas da xilogravura, a partir da década de 1940: João Pereira da Silva, Walderêdo Gonçalves, Manoel Lopes da Silva – o “Manoel Santeiro” –, Damásio Paulo, Antonio Batista da Silva, Abraão Batista e Antonio Lino da Silva. Estes mestres gravadores ensinaram a lida ou inspiraram a obra da geração seguinte na região do Cariri, entre eles Stênio Diniz, José Lourenço, João Pedro do Juazeiro, Francorli, Cícero Lourenço, Nilo, Gilberto Pereira, Cícero Vieira, Hamurabi Batista e muitos outros, quase todos vindos da oficina gráfica Lira Nordestina.

Pernambuco também foi palco de grandes mestres xilógrafos como Dila, Costa Leite, Marcelo Soares, Amaro Borges, Jerônimo Soares e J. Borges, que faz uma escola estética seguida por parentes. Há também a contribuição de Ciro Fernandes, ilustrador de refinado senso estético. Já na Paraíba, destaca-se a obra seminal de José Altino.

Outro importante artista da xilogravura nordestina é o pernambucano Gilvan Samico. Ele trabalha com uma linguagem ousada, que teve como ponto de origem o imaginário dos artistas gravadores populares do Nordeste. Samico recria e ‘transcria’ todo o fabulário nordestino e universal, utilizando de matéria poética, nunca meramente narrativa, sempre essencialmente visionária. Renova também a gravura no Brasil por meio de uma complexa forma de gravar, feita com apuro e rigor estético.
Para Ariano Suassuna, Gilvan Samico é uma extraordinária personalidade de artista erudito que, ligando-se espontaneamente às raízes da arte popular nordestina e dando-lhe uma amplitude e uma profundidade maiores, cria aquela obra que, para ele, está acima de todas no campo da gravura brasileira.  Suassuna tem Samico como herdeiro e rei da gravura popular nordestina.
  
A exposição Xilogravura Nordestina-Trajetória e evolução vai apresentar de Noza à Samico, a xilogravura que percorre do sertão à cidade uma grande e fascinante vereda: transforma o ordinário da madeira na mais extraordinária matriz imagética, criando e recriando mundos nunca gravados à memória de um Brasil Universo.

Saiba mais sobre a Xilogravura

A xilogravura consiste em gravar imagens numa madeira mole (cajá, imburana, cedro ou pinho) com instrumentos cortantes (goiva, faca, canivete, estilete, formão, buril). O desenho é feito no papel, passado para a madeira com carbono, ou desenhado diretamente na madeira. Em seguida, começa a ser talhada para finalização. Depois de gravada, a matriz recebe uma fina camada de tinta espalhada com a ajuda de um rolinho de borracha. Para fazer a impressão, basta posicionar uma folha de papel sobre a prancha entintada e fazer pressão manualmente, esfregando com uma colher ou mecanicamente, com a ajuda de uma prensa.

Presume-se que a origem remota da arte de gravar em madeira é uma contribuição milenar da cultura indiana que a usava para estamparias decorativas e religiosas. Esta técnica se espalha depois pela China e o Japão que a aperfeiçoa em sua mais perfeita e refinada forma de gravar de artistas japoneses como Hokusai e Hiroshige. Estes, vão inspirar pintores impressionistas como Claude Monet, Van Gogh e Paul Gauguin .

A primeira notícia que se tem da chegada dessa técnica no Brasil, é de 1808, com o advento da corte real portuguesa.  Os xilógrafos nordestinos são os primeiros artistas a alimentar o imaginário visual do sertanejo com imagens de sua própria cultura, ou recriadas das raras publicações vindas da Europa que chegavam desde o final do século XIX.

Os xilógrafos nordestinos ilustraram no início do século XX os novenários, os almanaques, os cordéis – que passaram por temáticas religiosas, políticas e eróticas – e colaboraram também com a publicidade por meio da execução de rótulos de bebidas, de folhetos comerciais e da criação e reprodução de marcas e logomarcas.

Serviço:
Abertura da exposição “Xilogravura Nordestina-Trajetória e evolução”, dia 30 de março, no Memorial da Cultura Cearense no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Acesso livre.
Horário de visitação: Terça a quinta, das 9 horas às 19 horas (com acesso até 18h30min). Sexta a domingo, das 14 horas às 21 horas (com acesso até 20h30min).

Assessoria de comunicação do Dragão do Mar de Arte e Cultura
Dalviane Pires (85.3488.8625 / 8733.8829)

terça-feira, 29 de março de 2011

THOMAZ FARKAS, JUAZEIRO E O CARIRI NO CINEMA

Num breve comunicado, por e-mail, Felipe Caixeta nos comunica o falecimento do húngaro Thomaz Farkas, acontecido em São Paulo, dia 25.03. De acordo com informações do www.itaucultural.org.br, transcrevemos sua biografia resumida: Thomaz Jorge Farkas (Budapeste, Hungria, 1924 - São Paulo, SP, 2011). Fotógrafo, professor, produtor e diretor de cinema. Em 1930, imigra com a família para São Paulo, onde seu pai é sócio fundador da Fotoptica, uma das primeiras lojas de equipamentos fotográficos do Brasil. Associa-se ao Foto Cine Clube Bandeirantes (FCCB) em 1942, e começa a expor em salões nacionais e internacionais. Em livros e revistas importados, conhece os trabalhos de Edward Weston (1886-1964) e Anselm Adams (1902-1984), dois expoentes da fotografia moderna norte-americana. Na década de 1940, fotografa companhias de balé, esportes, paisagens e cenas do cotidiano urbano de São Paulo e do Rio de Janeiro. Realiza, em 1949, a mostra individual Estudos Fotográficos, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), e sete imagens suas passam a integrar a coleção do Museum of Modern Art (MoMA) [Museu de Arte Moderna de Nova York]. Em 1950, com Geraldo de Barros (1923-1998), desenvolve o projeto do laboratório de fotografia no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), onde dá aulas no ano seguinte. Paralelamente, faz experimentações em cinema, freqüenta os estúdios da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, em São Bernardo do Campo, São Paulo, e inicia correspondência com o documentarista holandês Joris Ivens (1898-1989). Gradua-se em engenharia mecânica e elétrica na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) em 1953. De 1957 a 1960, fotografa a construção e a inauguração de Brasília. Após o falecimento do pai, em 1960, assume a direção da Fotoptica, cargo que ocupa até 1997. Entre 1964 e 1972, atua como produtor, patrocinador e, algumas vezes, como diretor de cinema e fotografia em documentários sobre a cultura popular no interior do Brasil no projeto conhecido como Caravana Farkas, que reúne cineastas como Eduardo Escorel (1945), Maurice Capovilla (1936), Paulo Gil Soares (1935), Geraldo Sarno (1938) e o fotógrafo Affonso Beato (1941). Os filmes são premiados em festivais dentro e fora do país, tornando-se referência para o cinema nacional. Em 1969, passa a lecionar fotografia nos Departamentos de Cinema e Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), onde desenvolve tese de doutorado sobre os métodos de realização de seus documentários. Lança a revista Fotoptica em 1970, com ensaios de fotógrafos brasileiros e internacionais, e inaugura, em 1979, a Galeria Fotoptica, pioneira na divulgação e comercialização de fotografia no país. A partir de 1990, integra o Conselho Deliberativo da Coleção Pirelli Masp de Fotografia. Assume a direção da Cinemateca Brasileira de São Paulo, em 1993. Em 1997, lança o livro Thomaz Farkas, Fotógrafo e realiza exposição homônima no Masp com trabalhos produzidos nos anos 1940 e 1950. Em 2005, a Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp) inaugura a exposição Brasil e Brasileiros no Olhar de Thomaz Farkas, que apresenta, pela primeira vez, imagens coloridas feitas nas décadas de 1960 e 1970. No ano seguinte, parte dessas fotos é reunida no livro Thomaz Farkas, Notas de Viagem.”

Num depoimento publicado no Folha da Manhã, Renato Casimiro assim escreve sobre o trabalho de Farkas: “O cinema tem sido um instrumento muito efetivo na divulgação da cultura regional, e particularmente de Juazeiro do Norte. Em Julho de 1972, eu participei, pela primeira vez, de um congresso de nível universitário. Tratava-se da Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na Universidade de São Paulo, USP. Num frio miserável, eu ficava durante o recesso das horas de almoço, procurando alguma sala para me manter aquecido. Numa destas buscas, encontrei uma programação que estava sendo dirigida por Sérgio Muniz, com a projeção de filmes documentários sobre o Nordeste brasileiro, realizados pelo produtor Thomaz Farkas. Fazia parte da seleção os seguintes títulos: Memórias do Cangaço, de Paulo Gil Soares, Jornal do Sertão, Viva Cariri, Padre Cícero, Região Cariri, Visão de Juazeiro, de Eduardo Escorel, além de outros que não recordo. Estes filmes, com duração de 20 a 40 minutos, são fascinantes documentos de uma importante fase da cultura e do desenvolvimento do Cariri, nos anos 60-70. Alguns destes filmes foram exibidos por ocasião de simpósios havidos no Memorial Pe. Cícero, uma vez que estas cópias estão disponíveis em cinematecas, como a da UFC. Eles também estão em DVD, o que facilita muito a sua exibição. Memórias do Cangaço, por exemplo, é uma retrospectiva da vida no cangaço, pelas brenhas do sertão. O ponto mais elevado do documentário é a reprodução de um pedaço do filme original de Benjamim Abraão. Por um período ele fora secretário do Pe. Cícero, ao mesmo tempo em que, assistido tecnicamente pela ABA film, em Fortaleza, realizava pequenos documentários sobre os fatos do Juazeiro. Depois, como sabemos, ele se aproximou de Lampião, certamente com a mediação do Pe. Cícero, e conseguiu realizar a proeza de filmá-lo em plena caatinga. Este filme foi muito procurado pela polícia do estado novo, e supostamente se acredita que por esta via tenha sido parcialmente destruído. Eu nunca soube exatamente como esta parte usada por Paulo Gil Soares foi encontrada, e hoje está preservada. O filme é bem feito. Benjamim, para alguns, antecipou-se à própria concepção de cinema novo, onde prevalecia uma câmara na mão e uma idéia na cabeça, segundo o guru, Glauber Rocha. O Jornal do Sertão foi realizado na gráfica de Zé Bernardo, em frente a nossa casa, na rua Santa Luzia. O documentário mostra o artesanato do cordel, composto na mão, letra por letra. Em Viva Cariri o documentário aborda a industrialização do Cariri, através do projeto Morris Azimow, da Universidade da California. Faz um apanhado das indústrias que estavam se implantando na região, desencadeando um surto de aparente progresso no Cariri. São mostrados os contrastes que a região abrigava com uma pobreza periférica das cidades principais da região. Basicamente mostrava os conflitos da cidade do Pe. Cícero, e suas romarias, e as tentativas de desenvolvimento da região. Este documentário chegou a ter versões em espanhol e inglês, e correu muitos países. Padre Cícero é um curta metragem que enfoca a figura do padrinho do Juazeiro, ai incluindo cenas autênticas da vida do Pe. Cícero, como o dia a dia de sua casa, recebendo romeiros e passeando pela rua. Região Cariri mostra a questão da agricultura e do desenvolvimento da região, com seus engenhos, artesanato e demais aspectos relevantes, principalmente o papel do Pe. Cícero na formação desta sociedade. Visão de Juazeiro apresenta a cidade onde milhares de romeiros chegam para homenagear o seu padrinho, os santos de suas devoções, bem como para o pagamento de promessas junto aos altares e casas de milagres. Em 2005, toda esta produção de Thomaz Farkas foi apresentada em quatro dias no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza, numa programação denominada Caravana Farkas, constando da exibição de 34 filmes e alguns debates com estudiosos de cultura popular.”

Azul já vende passagens para Juazeiro do Norte

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O voo será direto e sem escala, o que garantirá a ligação entre as duas cidades em cerca de três horas de viagem 
FOTO: DIVULGAÇÃO

29/3/2011 

A Azul Linhas Aéreas começou a venda de passagens para Juazeiro do Norte, com operações entre a cidade cearense e Viracopos, em Campinas, que terão início em 15 de junho, com frequência diária. O voo será direto e sem escala, o que garantirá a ligação entre as duas cidades em cerca de três horas de viagem. A rota será operada pelos jatos Embraer 190 e 195.

Neste período de lançamento da nova rota, as passagens aéreas estão com tarifas introdutórias. A rota Juazeiro do Norte - Campinas - Juazeiro do Norte inicia com preços a partir de R$ 159 o trecho (para viagens que serão realizadas entre os dias 15 e 30 de junho). Os valores estão sujeitos à disponibilidade de assentos. As reservas já começaram a ser feitas desde ontem e se estenderão até o dia oito de abril. A compra dos bilhetes pode ser feita por meio de todos os canais da Azul:no site www.voeazul.com.br; na central de atendimento 4003-1118 e nas suas lojas.

Fonte: Diário do Nordeste



segunda-feira, 28 de março de 2011

Dois sepultamentos entristecem Juazeiro

Dois sepultamentos realizados hoje pela manha, 28, deixaram a cidade entristecida. No Cemitério Parque das Flores, foi sepultado o Sr. Cesínio Luis de Brito, 66, um dos mais conhecidos representantes comerciais de Juazeiro do Norte. Ele foi também um grande líder estudantil, tendo presidido o Centro Estudantal Juazeirense e o Centro Cultural José de Alencar. Batalhou incansavelmente pelo desenvolvimento local com atuação brilhante à frente do Rotary Club, Treze Atlético Juazeirense Associação Comercial, entidades das quais foi Presidente. Também foi Diretor Geral do Juizado de Menores e Venerável da Loja Maçônica Cavalheiros Espartanos. Cesínio participou de muitas comissões criadas para reivindicar melhoramentos para Juazeiro do Norte, atividade que desempenhou com abnegação e presteza. Seu mandato de 12 anos como Presidente da Associação Comercial foi um dos mais longos e profícuos daquela entidade.

No mesmo local onde o corpo de Cesínio Luís de Brito foi velado – o Centro de Velório Anjo da Guarda – também foi velado o corpo da Sra. Huguett Lumig Telles, esposa do conhecido médico Antônio Teles, um dos mais conceituados de Juazeiro do Norte. Dona Huguett, pernambucana de nascimento, era pessoa muito amável, sempre risonha, cinéfila apreciadora de bons filmes, tendo desenvolvido intensa atividade assistencial em Juazeiro do Norte. Tinha um olhar muito caridoso para as crianças pobres para as quais distribuía enxovais de recém-nascido e não media esforços em prestar assistência aos doentes em geral. Era uma pessoa de profundo sentimento humanitarista e também muito religiosa. Dona Huguette foi sepultada no Cemitério da Afagu.

Na foto acima, dona Huguett na época do seu casamento.