sábado, 23 de outubro de 2010





VEÍCULOS... Senhorzinho Ribeiro (Vicente Ribeiro Sobrinho) relata em suas memórias que só na década de 20 os primeiros veículos, de propriedade de juazeirenses, circularam pela cidade. Estes primeiros proprietários de automóveis eram Doroteu Sobreira da Cruz, José Geraldo da Cruz e Augusto Sobreira. Seus veículos eram da marca Ford, tipo mais conhecido como “Ford de Bigode”. Esta cena, de veículos transitando pelas nossas ruas (Foto 1) já ilustrava a publicação de Floro Bartholomeu da Costa, em 1923, provavelmente com fotos feitas no ano anterior. Não há dúvida nenhuma que ao deputado importava muito demonstrar ao sudeste o que era a terra que representava – uma estratégia de marketing com a qual colheu bons frutos, não fosse sua vida tão curta. Pe. Cícero não tinha veículo, e freqüentemente usava um cedido por alguém para dar um passeio pela cidade, ou mesmo ir de casa para a igreja (Foto 2). Meu avô, Antonio Alves Casimiro, veio de Sousa (PB), em 1922 para residir com a família em Joazeiro e trouxe veículos utilitários, caminhões adaptados, com os quais transportava gente e carga, especialmente produtos agrícolas. Floro Bartholomeu da Costa contratou meu avô para que ele transportasse os homens recrutados para o Batalhão Patriótico que combateria a Coluna Prestes, em Março de 1926, quando da passagem pelo sertão do Ceará. Meu avô e meu tio José transportou a tropa entre Joazeiro (Foto 3) e Campos Sales (Foto 4). Antes, em 11.09.1925, com a visita do então presidente José Moreira da Rocha, Joazeiro se engalanou e viu chegarem pelo menos 15 fordinhos, de proprietários de diversas cidades da região, transportando a comitiva que vinha de Missão Velha e gente de muitas partes do Cariri. Aí abaixo há uma foto em que um dos proprietários, no caso o sr. José Geraldo da Cruz, aparece encostado no veículo que transportaria o presidente do Estado e sua comitiva (Fotos 5 a 8). Logo outras famílias foram adquirindo seu transporte, como foi o caso de Sebastião Teixeira Lima (Foto 9). Com os anos, a frota foi aumentando, especialmente por conta da pavimentação das vias em pedra tosca, da necessidade crescente de transporte, incorporando novos hábitos, modelos, serviços de combustíveis e lubrificantes (Foto 10), as “sopas” e os “carros de praça”. A cidade foi se enchendo de veículos e pouca gente se preocupou com o caos que assistimos nos dias de hoje, quando muitas ruas ainda se apresentam com as larguras adequadas para as poucas “carroças” de antigamente. Os primeiros alargamentos que nossas ruas sofreram foi no entorno da Praça Al. Alexandrino (Fotos 11 e 12). Tão reduzido era o tráfego que a própria Rua São Pedro admitia dois sentidos de fluxo (Fotos 13 e 14). Nos anos 50, o charme corria por conta dos novos modelos de Jeep, principalmente o de fabricação 1954 (Foto 15). Por esta época os veículos de “passeio” começaram a ter maior importância para as viagens de menor ou maior curso. Já eram importantes os trajetos para o Caldas, Serra de São Pedro, Estação, Aeroporto de Crato, Sítios, demais cidades da região. Foi assim que surgiram os primeiros pontos de “carros de aluguel” na Praça (Foto 16). E muita gente até hoje é lembrada como “motorista de praça”. Na verdade, a alusão derivava, mais claramente, do que se queria dizer: eram motoristas que trabalhavam em pontos de “carros de aluguel”, na Praça Almirante Alexandrino de Alencar.

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