domingo, 31 de outubro de 2010
Documentários divulgam dez festas folclóricas do Brasil: Juazeiro presente
As festas juninas são parte da coleção que servirá para atrair turistas para as várias regiões do país.
O objetivo do projeto "Tradições Brasil" é estimular a inclusão dessas festas populares nas estratégias de comercialização dos destinos turísticos. "Nossa intenção é fazer com que os operadores percebam a riqueza dessas expressões culturais e trabalhem esses atrativos para incrementar o turismo no país. Esses produtos podem oferecer um outro olhar sobre o destino porque eles mostram a cara do Brasil", explica Cristina Gomide, do Ministério do Turismo.
Segundo Rani Ribeiro, que integra a equipe de produção dos documentários, o processo de preparação das gravações inclui uma pesquisa prévia detalhada sobre manifestações folclóricas, aspectos gastronômicos e culturais, crenças, música e dança das festas populares selecionadas para a coleção, além da identificação dos atrativos turísticos regionais.
De Brasília
Com informações do MTur
Fonte|: http://www.vermelho.org.br
MONSENHOR MURILO DE SÁ BARRETO - 80 ANOS
Nesta dato, se estivesse vivo, Monsenhor Murilo de Sá Barreto estaria comemorando seus 80 anos de nascimento. Mas a data não foi esquecida entre seu vasto circulo de amigos e admiradores espalhados por todo o Brasil. Os romeiros que estão na cidade visitaram o seu túmulo, na Capela do Encontro, dentro da Basílica Santuário de Nossa Senhora das Dores onde ele foi vigário até morrer, em 4 de dezembro de 2005. Diversas missas em sua homenagem estão sendo celebradas nas igrejas de Juazeiro. Seu túmulo está repleto de flores depositadas por amigos da cidade e de romeiros vindos de todo o Nordeste.
sábado, 30 de outubro de 2010
FABRICA DE RELOGIOS DOS SALESIANOS
É claro que as gerações atuais não sabem, mas em Juazeiro do Norte já existiu uma fábrica de relógios de propriedade dos padres salesianos, cujo prédio é mostrado na foto acima. Funcionava na Rua Padre Cícero, logo no início da ladeira. O pioneiro nesse ramo em nossa cidade foi co conhecido Mestre Pelúsio Correia de Macedo que ingressou no ramo graças ao incentivo recebido do Padre Cícero.
Este fato é muito bem contado por Walter Barbosa no seu livro Padre Cícero Pessoas, Fotos e Fatos conforme transcirção abaixo:
FÁBRICA DE RELÓGIOS
A casa do Reverendo estava calma. Não apresentava aquela movimentação de pessoas que iam e vinham. Alguns amigos se encontravam, como sempre, sentados à mesa na larga sala-de-jantar. Dentre esses, estava um homem de baixa estatura, cor branca, calmo, externando no seu semblante, qualidades que possuiu até desaparecer do convívio terráqueo: - honestidade, inteligência, amor ao trabalho, sinceridade e uma humildade sem par.
Quebrando o silêncio que envolvia aquele ambiente, falou aquele homem:
- Meu padrinho, vim atender ao seu chamado.
Sentado à cabeceira da comprida mesa, entregando o seu
cajado a uma das domésticas, o Padre Cícero dirigiu o olhar ao seu interlocutor, o Mestre Pelúsio Correia de Macedo.
- Sim, senhor... eu precisava há muito falar com você,
mas o tempo me tem sido pouco. As horas passam que não as
percebo. Antes, porém, me diga como vão os meninos e a comadre Antônia (refere-se a sua esposa).
- Todos bem.
- Seu camaradinha, eu lhe mandei chamar, para lhe propor um negócio: Juazeiro está crescendo, mas o seu crescimento não está sendo coordenado. Eu não disponho de tempo para realizar empreendimentos, a fim de dar condições de subsistência a esse povo. E é constrangido que vejo tudo isso acontecer .
Dando um suspiro profundo, continuou: - Não disponho
de meios... Pensei, e cheguei à conclusão de que vou precisar
do trabalho e de uma porção de gente que pode me ajudar; por
isso eu o escolhi. ,
- Estou às ordens do senhor... Se achar que posso ser
útil em alguma coisa...
- Como não. Olha, Pelúsio, é condoído que vejo essa
criançada crescendo, sem ter um ofício. Já estou encaminhando uns para aprenderem a arte de sapateiro, pois é uma arte que sempre dá, todo mundo precisa andar calçado; outros, encaminhei para ourivesaria, a fim de se tornarem bons artífices, c agora, desejo montar uma fábrica de relógios...
- Meu padrinho, e onde vai ser essa fábrica?
- Aqui em Juazeiro.
- E onde o senhor vai mandar buscar os engenheiros
para fazê-la funcionar?
- Aqui em Juazeiro.
- Em Juazeiro?
- Sim, homem de Deus. O engenheiro que escolhi foi
você. A fábrica vai ser dirigida pelo meu bom amigo e afilhado .
- Mas, meu padrinho, eu nunca tive a menor noção de
tal coisa.
- Pelúsio, para você não há problema. Temos que montar essa fábrica de relógios monumentais, a fim de servir de escola ou aprendizado para uma parte dessa rapaziada.
- Mas, meu padrinho, como é que eu posso fazer uma coisa que nunca fiz?
- Fazendo a primeira vez. Olhe, vou mandar comprar um despertador. Quando esse chegar, você o desmonta, veja como funcionam as suas peças, estude-as. Depois você as montará. Quando isso acontecer, já se tem meio caminho andado para
se implantar uma fábrica de relógios na nossa Juazeiro.
- Mas meu padrinho, e como vou fabricar essas peças?
- Seu camarada, você usa o mesmo processo dos ourives. Faz fundição em areia. Quanto às ligas dos metais, essas, os livros ensinam.
Outras orientações foram dadas àquele homem, que, desde aquele momento, firmara um pacto com o seu protetor de montar uma fábrica de relógios e sinos monumentais.
O trabalho foi intenso. A orientação recebida foi posta em prática. O Padre sempre visitava a nova indústria, que começava a chamar a atenção de todos. Poucos criam no sucesso. Mas o trabalho edificante daquele homem, dentro de pouco tempo, atingia os objetivos.
Começaram a ser fabricadas as peças, as quais depois de um polimento aprimorado, começaram a ser montadas. E o primeiro relógio foi montado, conseguindo fabricação perfeita.
Todos vinham olhar de perto aquele engenho, produto da inteligência de um homem sertanejo, que sem recursos técnicos, conseguiu fazê-lo, atendendo ao pedido do seu padrinho que desejava uma fábrica de relógios.
No dia do aniversário do seu protetor, o relógio lhe foi ofertado como presente, e para surpresa de todos, o cronômetro não registrava somente horas, mas minutos, dia, mês, ano e fases da lua.
Por ser uma realização de tamanha importância, este relógio ainda hoje se encontra funcionando na Coluna da Hora da cidade de Juazeiro do Norte, comprovando a cada minuto que passa, a sua idade e valia.
Na foto: o jornalista Walter Barbosa e Mestere Pelúsio na sua oficina.
TENA.Vicentina Tavares Noca Lima é seu nome completo, mas ela desde criança é mais conhecida como Tena. O apelido, como geralmente ocorre, nasceu dentro do ambiente doméstico. Seus irmãos a chamavam de Tina (forma abreviada de Vicentina), mas o caçula, Edmilson, tinha na época um pequeno problema na fala (era fanho) e não conseguia falar Tina , como os ouros irmãos. Só conseguia pronunciar Tena. Aí todos terminaram adotando o novo apelido e isso dura até hoje. Tena é professora lotada atualmente no Centro de Multiuso do Centro Educacional Professor Moreira de Sousa, onde iniciou sua carreira de magistério. Nasceu em Porteiras, Ceará, mas ainda jovem veio morar em Juazeiro do Norte. É licenciada em História e está fazendo uma pós-graduação. Tena é viúva do conhecido radialista Jussier Lima.
OS ATOS FINAIS E A LEI 1028.Ao celebrarmos o Centenário do Município de Juazeiro do Norte é inevitável que nos lembremos de muitos nomes de pessoas que por seus cargos e funções, mas também pela sua cidadania, estiveram à frente do movimento, especialmente entre 1909 e 1911. Na esfera do poder, os atos finais foram a proclamação da Lei 1028, através da aprovação na Assembleia Legislativa e sanção pelo chefe do Governo Estadual. Quatro pessoas nestas duas instâncias foram as mais importantes: os deputados estaduais Floro Bartholomeu da Costa e Belisário Cícero Alexandrino (Floro era o representante legal da proposta da sociedade juazeirense e Belisário era o presidente do poder legislativo); Antonio Pinto Nogueira Accioly e José Lino da Justa (Accioly era o Presidente do Estado do Ceará e José Lino da Justa era o seu Secretário de Interior).
Floro Bartholomeu da Costa era natural da Bahia, faleceu a 08.03.1926, no Rio de Janeiro (RJ), com as honras de General do Exército. Médico. Clinicou, durante muito tempo, nos sertões de seu estado natal. Em 1908 veio para Juazeiro do Norte (CE), atraído pela fama das minas da área do Coxá. Foi um dos defensores do Padre Cícero, na questão judiciária que este moveu contra outros pretendentes às referidas minas. Dr. Floro, com seu tato e inteligência foi o orientador político do Padre Cícero, quando este se envolveu nas malhas da política partidária. Foi o único que soube inspirar-lhe absoluta confiança. Os diretores do Partido Republicano Conservador, do Rio de Janeiro, encontraram nele o Chefe supremo da rebelião de Juazeiro. Ao chegar ao Cariri, o Dr. Floro era amável, conversador, gostava de contar e ouvir boas anedotas. Com as lutas, foi aos poucos se transformando, até tornar-se extremamente irascível. Rompeu com o Presidente Franco Rabelo, e convocou a Assembleia Legislativa, instalando-a em Juazeiro e elegendo-se seu presidente, fazendo-se reconhecer como Chefe do Governo; depois, marchando sobre a capital, de vitória em vitória, chegou à intervenção federal. A façanha aumentou-lhe o prestígio, que só declinou um pouco no governo do Coronel Benjamim Barroso, com quem também rompeu, mas sem resultado político prático. Foi eleito Deputado Federal em mais de uma legislatura, pronunciando na Câmara diversos discursos de caráter político, em defesa do Padre Cícero, enfeixando-os em volume. Desde que voltou ao Ceará, os seus dias estavam contados, pois ele não era mais aquele homem tranqüilo, porém forte, de palavra serena e veemente na tribuna. Transformou¬se, outrossim, numa pilha de nervos. Por ocasião da marcha da Coluna Prestes pelo Nordeste, ele foi incumbido pelo Governo Federal de defender o sul do Ceará, e, seu papel, bem ou mal desempenhado, evitou a invasão do Cariri pelos revoltosos. Naquele tempo, todos foram testemunhas do quanto a fama de Juazeiro do Norte calou no ânimo de Carlos Prestes e seus companheiros. Obteve como recompensa, por este feito, as honras de General do Exército, com as quais morreu.
Belisário Cícero Alexandrino era filho de Francisco José Alexandrino e de Rita Alexandrino. Nasceu a 20.04.1845, em Icó (CE), e faleceu em Fortaleza. Advogado. Fixou residência na então Vila da Telha, hoje Iguatu (CE), em 1856, com a família, dedicando-se à profissão de advogado (1865), provisionando-se em 1872 pela Relação de Pernambuco. Foi Promotor de Justiça; Delegado de Higiene; Inspetor Escolar; Vereador; Presidente da Câmara; Intendente; Tenente-coronel do 44º Batalhão de Infantaria de Iguatu (CE), da Guarda Nacional. Com a extinção desse, foi nomeado Coronel Comandante da 8ª Brigada. Presidiu a Assembléia no antigo regime (de 1900 a 1912), sendo incontestavelmente notável a sua atuação na tribuna parlamentar, principalmente no biênio 1888-1889, quando era o único deputado da facção liberal Acioli. Por ocasião da seca de 1877-1879, prestou relevantes serviços à população iguatuense e dos municípios vizinhos, com a abertura de uma farmácia, em 1878, para o que obteve a necessária licença da Junta de Higiene do Rio de Janeiro. Como Intendente de Iguatu (CE), foi deposto por um movimento popular, no Governo Franco Rabelo, abandonando a cidade sob disfarce, pois criara contra si uma situação a que não pôde enfrentar, vindo, então, a residir em Fortaleza (CE). Quando da passagem de seu centenário de nascimento, foi inaugurado o seu retrato a óleo no Palácio do Governo do Estado, dando o jornal “Correio do Ceará”, uma edição especial, comemorativa, onde se encontram dados completos sobre a vida de tão eminente figura da política, de excepcional prestígio no Estado do Ceará.
Após a aprovação na Assembléia, neste mesmo dia a lei foi encaminhada ao poder executivo, recebendo, incontinenti, as assinaturas do Presidente Accioly e do Secretário José Lino. Com data de 22.07.1911 nascia, também graças a estes quatro homens, o novo município de Joazeiro. Quem eram eles? Recapitulemos isto com a base de dados da própria Assembléia Estadual do Ceará.
Antonio Pinto Nogueira Accioly era filho do Coronel José Pinto Nogueira e de Ana Pinto Nogueira (família de descendência italiana, de troncos Achiolli). Nasceu a 11.10.1840, em Icó (CE), e faleceu a 04.04.1921, no Rio de Janeiro(RJ). Era casado com a filha do Senador Pompeu, D. Maria Tereza de Sousa Acioli. Comendador. Bacharelou-se em Direito e em Letras pela Academia de Letras de Pernambuco, em 1864. Foi Promotor Público de Icó e de Saboeiro; Juiz Municipal de Baturité e Fortaleza; Substituto da comarca especial de Fortaleza (1871). Não era, porém, a Magistratura a carreira que o destino lhe acenava com as mais risonhas esperanças, e sim, a Política, que o sagrou um dos chefes de maior prestígio no antigo e no novo regime, dan¬do-lhe uma cadeira na Câmara dos Deputados Gerais (1880), e a escolha de Senador (1889), após valente pleito eleitoral, cheio de complicações e surpresas. Foi o 1º Vice-presidente do Estado, Senador Federal por duas vezes; Presidente do Estado, em substi¬tuição ao Coronel José Freire Bezerril Fontenele, e de novo em substituição ao Dr. Pedro Borges (1904), e reconduzido ao cargo em 1908; Presidente da grande Convenção em que foi escolhido e aclamado o Dr. Rodrigues Alves, como candidato à Presidência da República. Governou o Ceará durante 20 anos, isto é, de 1892 até 24.02.1912. Vitorioso o movimento político pró-Franco Rabelo, foi forçado a deixar a presidência, embarcando para o Rio de Janeiro, recolhendo-se à vida privada. A República fê-lo Presidente do Congresso Estadual reunido após a deposição do General Clarindo de Queiroz. Foi a maior figura política do Ceará no 1º vintênio da República, vindo já em pleno destaque do regime monárquico. Apesar de relativamente ilustrado, na concepção literária e intelectual do termo, era dotado de uma acuidade de espírito que superava as demais, e possuidor de tino político raramente encontrado em chefes de partidos no País. Reuniu em suas mãos a maior soma de poderes que um homem público jamais reuniu no norte, e acusado, por todos os meios, por seus adversários e inimigos, de desonestidade administrativa, delapidação do dinheiro público, etc. Então, foi deposto pelas armas e a multidão insuflada incendiou as propriedades dos Aciolis, em Fortaleza, inclusive a Fábrica de Tecidos da família Pompeu (herança que havia recebido por parte da família da esposa). Embo¬ra haja cometido excessos como governante, o bem que praticou no governo foi bem maior do que as injúrias que lhe imputaram seus inimigos, pois, eles mesmos o proclamaram por ocasião da celebração do seu centenário de nascimento, solenemente comemorado pelo Instituto do Ceará, no Auditorium da Escola Normal, a 11 de outubro de 1940. O Governo Imperial, em atenção aos serviços prestados à causa pública, outorgou-lhe a Comenda da Ordem da Rosa. Foi o último Senador da Monarquia.
José Lino da Justa era filho de José Antônio da Justa e de Joana Teófilo Costa da Justa. Nasceu a 23.09.1863, na Serra de Aratanha, Pacatuba (CE). Farmacêutico e Médico. Formado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Bahia, em 1889. Foi Diretor da Inspetoria de Higiene do Estado e Secretário de Interior (por nomeação do Presi¬dente Nogueira Acioli); Chefe de Polícia (de março a junho de 1914); Deputado Federal (eleito em mais de uma legislatura); Membro da Academia Cearense de Letras e do Instituto do Ceará; Presidente e orador do Centro Literário rival da «Padaria Espiritual»; Secretário do Clube Acadêmico Abolicionista 24 de maio, de Salvador; Fundador, juntamente com Justiniano de Serpa e Álvaro Mendes, do jornal “Diário do Ceará”; Colaborador do jornal político “O Norte”, de Fortaleza-CE, durante e após o governo José Clarindo. Retirou-se para o sul, em exercício de sua profissão médica, pelos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, fazendo parte da redação do jornal “O Cachoeirense”, de Cachoeiro do Itapemirim. Resolveu abandonar totalmente a política, recolhendo-se, a seguir, à vida privada. Foi orador do mais alto quilate, sendo digno de nota o discurso pronunciado em 24.05.1900, por oca¬sião da inauguração da estátua do General Sampaio, em Fortaleza, e o versando “A religião católica como vínculo da unidade e grandeza territorial do Brasil”. Sua bagagem literária foi sobremodo importante, porém esparsa, em grande parte, pela imprensa do Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo.
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Documentários divulgam dez festas folclóricas do Brasil: Juazeiro presente
A fé e o folclore do povo brasileiro viraram filme. O Ministério do Turismo criou uma coleção de dez documentários sobre grandes festas culturais que viraram atrações turísticas do país. As seis primeiras produções já foram finalizadas e tiveram sua primeira exibição pública durante a Feira das Américas – Abav 2010. As gravações continuam na próxima semana em Juazeiro do Norte (CE), durante a Romaria do Padre Cícero. Até março, a coleção estará completa, com 10 festas populares documentadas.
As festas juninas são parte da coleção que servirá para atrair turistas para as várias regiões do país.
Segundo Rani Ribeiro, que integra a equipe de produção dos documentários, o processo de preparação das gravações inclui uma pesquisa prévia detalhada sobre manifestações folclóricas, aspectos gastronômicos e culturais, crenças, música e dança das festas populares selecionadas para a coleção, além da identificação dos atrativos turísticos regionais.
De Brasília
Com informações do MTur
http://www.vermelho.org.br
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Tradição vai falar sobre a cidade de Juazeiro e encomenda samba-enredo
SRZD-Carnavalesco | Carnavalesco | 24/10/2010 13h58
A Tradição já tem enredo e samba-enredo para o carnaval de 2011. A escola do Campinho vai falar sobre a cidade de Juazeiro do Norte, no Ceará com o enredo "Juazeiro do Norte, terra de oração e trabalho. 100 anos de Fé, Poder e Tradição". O tema receberá o apoio da prefeitura do local. A Tradição ainda desistiu de promover um concurso de samba-enredo e encomendou a um grupo de compositores paulistas escrever um samba para a escola.
- As alas de compositores já não são mais as mesmas. Antes um compositor se empenhava por sua escola, procurava estudar para escrever um samba, fazia isso por amor. Hoje, eles (compositores) participam de escolhas de sambas de várias agremiações, não têm compromisso com sua escola de origem. Os compositores muitas vezes nem aprecem na quadra. Sei que minha decisão vai causar muita polêmica, mas os grandes sambas da Tradição foram feitos assim. E eu acredito que esse será também um grande samba. Vamos fazer engrandecer o nome da nossa querida Tradição - disse o presidente Nésio Nascimento.
O nome dos compositores não foi revelado. Segundo a assessoria da escola, isso só acontecerá quando os autores autorizarem. A escola também tem um carnavalesco, mas o nome também não foi divulgado e se trata de uma artista de São Paulo, segundo a assessoria da Tradição.
Conheça a letra:
Vem, no calor da bateria
É hora de seguira procissão
Tá aí, meu querido Padim Ciço,
A nossa romaria em teu louvor
O pai desse povo tão mestiço
Seu Santo, e padrinho protetor
Um líder natural, poder de comandar
Mão firme..., Comandou a Região
Ah! Pode abrir o seu sorriso
A alma, e também o coração
Pois, na colina sagrada
Ecoa o tambor da Tradição!
Nas asas do "Condor" então voei
Em busca do que foi sua missão
Da saga nordestina que assusta
A seca que destrói as plantações
A Terra, o Homem, a Luta...
Mistérios dos poderes do sertão
O verde da vida, lá no Cariri
Cordéis e santeiros, na Sapucaí
Contrastes da história do Nordeste
Nesse patrimônio Cultural
Terra de "cabra da peste"
- "Óxente" ! É o Ceará no Carnaval!
Hoje eu sou romeiro e canto forte
Um samba de amor e devoção
À Juazeiro do Norte,
100 anos de fé e oração!
sábado, 23 de outubro de 2010
NOVO LIVRO SOBRE PADRE CÍCERO
Este estudo analisa aspectos da pastoral do Padre Cícero Romão Batista em Juazeiro do Norte-Ce. Essa abordagem histórico-religiosa visa descobrir liames entre o Padre, seus devotos e o desenvolvimento de uma ética do trabalho. Religião e trabalho aparecem vinculados, auto-sustentados e mutuamente impulsionados. O desenvolvimento econômico da cidade está vinculado ao paradigma de inventividade e foi construído sob uma pastoral social que articulava religião, trabalho e educação como forma de construir a cidadania. A orientação profissional daquela comunidade híbrida -nativos e romeiros - nessa pastoral gerou uma conduta que caracteriza um modelo original de desenvolvimento. Juazeiro hoje representa um importante polo econômico no contexto do Ceará e do Nordeste brasileiro. A despeito das sanções religiosas que interditajfem a ação pastoral do Padre Cícero, seu trabalho em prol da educação e formação profissional da população romeira continuou através de outra esfera pública - a política. Entre a religião e a cidadania essa valiosa contribuição do Padre Cícero se manifesta numa exemplar estrutura de trabalho pautado na solidariedade e cooperação.
Em homenagem ao Centenário de Juazeiro iniciamos a partir de hoje esta seção que vai publicar fotografias de prédios antigos de nossa cidade. A foto acima, uma das relíquias do Juazeiro Antigo, é do Açougue Público que funcionou na Rua Dr. Floro. O prédio está hoje completamente modificado e nele está instalada uma das unidades da Universidade Vale do Acaráu-UVA.
GRUPO TEATRAL COMPLETA 25 ANOS
Fundada em 1984 e registrada juridicamente em 1987, há mais de 20 anos que a Companhia de Teatro Livre Mente, sediada em Juazeiro do Norte - Ceará, vem desenvolvendo de maneira permanente sua crença na capacidade de transformação sociocultural do teatro. Nessas duas décadas de história, a Livre Mente destacou-se por montagens que ganharam notoriedade na Região Nordeste. Com a peça Quinze Anos Depois, em 1986, levou o nome de Juazeiro aos principais capitais nordestinas. Com As Gralhas, em 1989, demonstrou sua grande força criativa. Já com A Beata Maria do Egito, de 1989, e A Serva, de 1999, a Companha voltou-se para as suas origens e contou do maneira singular a história de Padre Cícero em Juazeiro, sendo premiada, em 2001, no Projeto Encena Brasil, do Ministério da Cultura. Em 2004, o grupo realizou uma nova montagem - o monólogo Como Vivem os Mágicos, texto de Emmanuel Nogueira, inspirado na obra do escritor mineiro Murilo Rubião. Em outubro de 2005, a Companhia, a partir de uma pesquisa da comédia de raiz tradicional popular, estreia o espetáculo Esperando Comadre Daiana, que se revela um agradável passeio pelas crenças e costumes da cultura nordestina. Com o ator e diretor Renato Dantas, revive tema sertanejo com A Trilogia Nordestina. E ainda no mesmo ano estreia, O Último Dia de Glória, vencedor do Prêmio Miryam Muniz. Portanto, ao longo desses últimos anos, vem empreendendo esforços para a democratização do acesso ao fazer cultural na Região do Cariri.
Para comemorar seus 25 anos de existência a Livre Mente está desenvolvendo o excelente projeto História de um palco Cariri, no Teatro Marquise Branca, com exposição, vídeos, espetáculos, entrega de comendas e lançamento de cordel. O encerramento será amanhã, domingo, com a seguinte programação:
17h - Espetáculo infantil Maria Roupa de palha
20h – Entrega da comenda Livrem Mente 25 anos. Agraciados: SESC, CCBNB e Geraldo Menezes Barbosa
21h – Espetáculo: Trilogia Nordestina.
MÉDICA JUAZEIRENSE É CELEBRIDADE
RICARDA SAMARA DA SILVA BEZERRA, médica nascida em Juazeiro do Norte, terra do "Padim" Cícero, no Ceará, cursou a Universidade de Pernambuco, Faculdade de Ciências Médicas em Recife/PE, tendo concluído sua graduação em julho de 1993. Médica clínica concursada pelo Estado de Pernambuco, em outubro de 1993, iniciou a caminhada profissional como plantonista no Hospital Universitário Osvaldo Cruz. Especialista em Saúde da Família, aceitou o desafio de ser uma das primeiras médicas do Programa Saúde da Família no município de Camaragibe/PE em maio de 1996 tendo permanecido nesta atividade até dezembro de 2004 quando foi convidada a assumir o cargo de Diretora de Atenção à Saúde. Desde então, a saúde coletiva camaragibense ganhou mais uma árdua defensora que, devido ao reconhecimento da sua competência e esforço pelo fortalecimento do SUS fora convidada a assumir o cargo mais importante da gestão em saúde no município de Camaragibe/PE, o de Secretária Municipal de Saúde aonde permanece até os dias atuais. Dinâmica, exímia negociadora de conflitos e determinada quanto ao alcance das suas metas recebeu em 1999 da Câmara de Vereadores de Camaragibe/PE "votos de aplausos" pelo seu grande desempenho como médica do programa Saúde da Família no loteamento Nazaré-Jardim Primavera; em maio/2008 a comenda Maurício de Nassau, concedida a instituições e personalidades nacionais e estrangeiras que, por suas qualidades des¬tacam-se no campo educacional ou prestam relevantes serviços em prol da ciência e da tecnologia, do desenvolvimento econômico e social, do esporte, do ensino ou da cultura brasileira; em julho/2008 recebeu o prêmio Moda'le no segmento Secretaria Municipal; em outubro/2008 recebeu o título de colaboradora do comandante da 10ª Brigada de Infantaria Motorizada pela valiosa colaboração no exercício avançado de operações de paz; em 2009 conquistou pela 29ª vez o prêmio Moda'le no segmento Secretaria Municipal. Vale destacar ainda outras atividades desempenhadas por esta incansável profissional como Coordenadora do Conselho Municipal de Saúde de Camaragibe no biênio 2007-2009; vice-presidente do colegiado de gestão regional da 1ª GERES (1a Gerência de Saúde) do COSEMS-PE (Conselho dos Secretários Municipais de Saúde de Pernambuco) no biênio 2007-2009; membro titular do COSEMS-PE na CIB (Comissão Intergestora Bipartite Pernambuco) no biênio 2007-2009; atualmente, Conselheira Titular do Conselho Municipal de Saúde de Camaragibe/PE e membro suplente na CIB. Atuando exclusivamente no Sistema Único de Saúde (SUS). A médica acredita que a homenagem é uma forma de destacar profissionais em todo o país que se mostram comprometidos com a profissão, com a excelência e qualidade na prestação de serviços e com a responsabilidade social que a profissão médica exige. Seu planejamento, fazer acontecer. Seu desafio, crescer na adversidade. Seu acreditar, para mudar algo é necessário conhecimento, indignação e atitude. Diante disto, desistir nunca.
VEÍCULOS... Senhorzinho Ribeiro (Vicente Ribeiro Sobrinho) relata em suas memórias que só na década de 20 os primeiros veículos, de propriedade de juazeirenses, circularam pela cidade. Estes primeiros proprietários de automóveis eram Doroteu Sobreira da Cruz, José Geraldo da Cruz e Augusto Sobreira. Seus veículos eram da marca Ford, tipo mais conhecido como “Ford de Bigode”. Esta cena, de veículos transitando pelas nossas ruas (Foto 1) já ilustrava a publicação de Floro Bartholomeu da Costa, em 1923, provavelmente com fotos feitas no ano anterior. Não há dúvida nenhuma que ao deputado importava muito demonstrar ao sudeste o que era a terra que representava – uma estratégia de marketing com a qual colheu bons frutos, não fosse sua vida tão curta. Pe. Cícero não tinha veículo, e freqüentemente usava um cedido por alguém para dar um passeio pela cidade, ou mesmo ir de casa para a igreja (Foto 2). Meu avô, Antonio Alves Casimiro, veio de Sousa (PB), em 1922 para residir com a família em Joazeiro e trouxe veículos utilitários, caminhões adaptados, com os quais transportava gente e carga, especialmente produtos agrícolas. Floro Bartholomeu da Costa contratou meu avô para que ele transportasse os homens recrutados para o Batalhão Patriótico que combateria a Coluna Prestes, em Março de 1926, quando da passagem pelo sertão do Ceará. Meu avô e meu tio José transportou a tropa entre Joazeiro (Foto 3) e Campos Sales (Foto 4). Antes, em 11.09.1925, com a visita do então presidente José Moreira da Rocha, Joazeiro se engalanou e viu chegarem pelo menos 15 fordinhos, de proprietários de diversas cidades da região, transportando a comitiva que vinha de Missão Velha e gente de muitas partes do Cariri. Aí abaixo há uma foto em que um dos proprietários, no caso o sr. José Geraldo da Cruz, aparece encostado no veículo que transportaria o presidente do Estado e sua comitiva (Fotos 5 a 8). Logo outras famílias foram adquirindo seu transporte, como foi o caso de Sebastião Teixeira Lima (Foto 9). Com os anos, a frota foi aumentando, especialmente por conta da pavimentação das vias em pedra tosca, da necessidade crescente de transporte, incorporando novos hábitos, modelos, serviços de combustíveis e lubrificantes (Foto 10), as “sopas” e os “carros de praça”. A cidade foi se enchendo de veículos e pouca gente se preocupou com o caos que assistimos nos dias de hoje, quando muitas ruas ainda se apresentam com as larguras adequadas para as poucas “carroças” de antigamente. Os primeiros alargamentos que nossas ruas sofreram foi no entorno da Praça Al. Alexandrino (Fotos 11 e 12). Tão reduzido era o tráfego que a própria Rua São Pedro admitia dois sentidos de fluxo (Fotos 13 e 14). Nos anos 50, o charme corria por conta dos novos modelos de Jeep, principalmente o de fabricação 1954 (Foto 15). Por esta época os veículos de “passeio” começaram a ter maior importância para as viagens de menor ou maior curso. Já eram importantes os trajetos para o Caldas, Serra de São Pedro, Estação, Aeroporto de Crato, Sítios, demais cidades da região. Foi assim que surgiram os primeiros pontos de “carros de aluguel” na Praça (Foto 16). E muita gente até hoje é lembrada como “motorista de praça”. Na verdade, a alusão derivava, mais claramente, do que se queria dizer: eram motoristas que trabalhavam em pontos de “carros de aluguel”, na Praça Almirante Alexandrino de Alencar.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
FALECIMENTO DO PE. AFONSO - Por Márcia Vieira Coelho
FICO TRISTE COM TODOS NÓS QUE NÃO FAZEMOS A NOSSA PARTE, EM QUANTO ISTO AS CRIAÇAS ESTÃO DESAMPARADAS A MERCÊ DOS ENDEMONIADOS DESTA TERRA DO MEU PADRE CÍCERO QUANDO ELE O PRÓPRIO PE. CICERO ENSINOU-NOS COMO UM CRISTÃO DE VERDADE DEVE AGIR.(CALDEIRÃO DO BEATO JOSÉ LOURENÇO).
O padre casado, Alfons Lonsing, mais conhecido como "Alemão" faleceu por volta das duas horas da madrugada desta terça-feira no Hospital Santo Inácio. Ele tinha 79 anos de idade e foi vítima de uma embolia pulmonar. Na tarde de sábado, o mesmo foi internado naquele hospital por conta de uma insuficiência respiratória que o levou direto para a UTI. Alemão morreu cerca de 80 horas após dar entrada apresentando ainda problemas no fêmur como se tivesse fraturado em conseqüência de alguma queda.
Juntamente com a esposa, Bernadete Lonsing, ele tocou durante anos a Fundação Caldeirão da Criança que foi o idealizador. No dia 1º de março de 2007 o trabalho de acolhimento e cuidado com crianças foi encerrado desalojando 70 crianças. O fechamento do Caldeirão, que funcionava na Rua Beato José Lourenço, 611 (Bairro Tiradentes), deixou o padre casado entristecido. Ele não escondia o amor que nutria pelas crianças e sua única intenção era garantir um futuro digno para estas.
Em 2001 conseguiu recursos para construir um novo dormitório com capacidade para 38 camas. Naquele ano, o caldeirão da criança tinha 140 internos recebendo alimentação, ensino, atendimento médico, calçados, roupas e participando de atividades esportivas sempre com o olhar atento do casal. As dificuldades eram imensas com as despesas e débitos, pois, em determinado momento, chegou a ostentar um quadro com 20 funcionários. A recompensa, como dizia o presidente da Fundação, era ver a formatura de crianças, antes sem rumo e desamparadas, que ali foram acolhidas.
Muitos conseguiram se formar e, hoje, ganham a vida com dignidade. "Se a divina providência não nos ajudasse, a situação aqui estava mais grave", dizia sempre Alfons Lonsing que, em 2004, cuidava de 94 crianças. Na época, segundo observou, apenas 12 eram visitadas por parentes e cerca de 60% apresentavam algum tipo de doença. Naquele ano, ele revelou que o custeio mensal do Caldeirão da criança era da ordem de R$ 22 mil.
sábado, 16 de outubro de 2010
CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA PARA PADRE MURILO
Realizou-se no dia 15 passado, Dia do Professor, o V Encontro de Ex-alunas da Escola Normal de Juazeiro e do Padre Francisco Murilo de Sá Barreto. Este evento teve início em 15 de outubro de 2005, ainda com Padre Murilo vivo, e foi idealizado por sua ex-aluna,a professora Gorete Couto. O encontro consta da celebreção de missa, mas depois da morte de Padre Murilo, em 4 de dezembro de 2005, passou a ter também uma visita ao seu túmulo onde são depositadas flores em sinal de saudade. Esta é mais demonstração de afeto para manter sempre viva a sua lembrança. Gorete também é responsável pela realização, no dia 4 de cada mês, da reza do terço de Monsenhor Murilo, evento que passou a ocorrer depois de sua morte. As fotos mostram momentos do evento da celebração realizada no último dia 15 no Santuário Basílica de Nossa Senhora das Dores.
FACULDADE DE MEDICINA ABRE ESPAÇO PARA ESTUDO DA RELIGIOSIDADE POPULAR
- Congregar num ambiente acadêmico, todos os que, na região ou fora dela, pesquisam ou pesquisaram sobre temas que tangenciam a Religião de modo geral e de Juazeiro do Norte de modo particular;
- Possibilitar a continuação dos estudos desses pesquisadores promovendo, entre eles, a comunicação e a colaboração mútua;
- Garantir um ambiente para a permanência e divulgação das descobertas, das informações e idéias, seja através de cursos, palestras, congressos, seminários, publicações seja, se não principalmente, pela formação de novos pesquisadores;
- Promover a formação sistemática dos estudiosos em cursos de especialização (curto prazo), mestrado e doutorado (médio prazo);
- Facilitar a pesquisa da Religião no “laboratório à céu aberto que é Juazeiro do Norte”, como dizia o saudoso Padre Murilo, a todos os que, do Brasil e fora dele, o procuram em busca de elementos teóricos e documentação histórica para levar adiante seus estudos;
- Ser um ponto de irradiação para acesso dos pesquisadores a outros Centros de Pesquisa que possuem documentação concernente, especialmente, à história de Juazeiro, como o Departamento Histórico da Diocese de Crato, o Centro de Psicologia da Religião, a biblioteca da UFC e da URCA;
- Constituir, em conjunto com todas as Instituições de Ensino Superior da Região, mormente com a Universidade mãe – UFC – um Centro de Estudos de referência para o desenvolvimento de pesquisas científicas, especialmente e não exclusivamente, em religiosidade popular;
- Cooperar com organismos da Sociedade Civil e Eclesiástica no sentido de ajudar a compreender situações e problemas inerentes ao campo de estudos da Religião.
Ontem, 14, foi realizada a primeira reunião à qual comapreceram representações acadêmicas de diversas instituições de ensino superior do Cariri.
- O Caldas. Quantas vezes Murilo foi ao Caldas? Impossível contar. Para ele era umA festa. Destas viagens escreveria em janeiro de 1954 que “é sempre aquele pedacinho quieto, bom, amigo, saudável e rico, onde se agrupam os que se enfadam e cansam, mas que recebe também os que precisam de um repouso sem calor, com banho e quietude. Salve o Caldas. (...) Um paraíso. Não há aquele calor, aquela quentura de Barbalha, mas uma boa temporada onde folga o espírito com o alimento corporal e espiritual”. Naquelas férias de 1954, na casa de Heloisa Coelho (“...hospitaleira e sumamente delicada...”), ele aproveitara ao máximo os banhos, os passeios, o contato com gente adorável, como Neli Sobreira, e não deixaria de falar das frutas que colhia pelos sítios. Anos adiante Murilo comprou uma casa por lá. No alto do morro, o Caldas continuava sendo um refúgio.
- No tempo de Dona Olindina, fiel governanta da casa, as pessoas eram atendidas na porta interna, e uma parte era de vidro permitindo que logo se visse o interior. Na época de romaria havia pouco sossego, porque a ordem era atender a todos. Depois, foi necessário, até por questões de segurança, limitar e a porta fechada passou a ser a da calçada. Observei algumas vezes que romeiros marcavam cerrado para flagrar o vigário numa saidinha e assim puxar uma conversa, pedir uma benção para suas compras de produtos religiosos (“-Padre, benza meus “troços”). Numa dessas conversas na porta da casa paroquial, em tempo de romaria, entre o vigário e um grupo de romeiros de Alagoas, lhe perguntaram: - Padre, como foi isso que o senhor veio parar aqui no Juazeiro? No que respondeu: “Olhe, o padre velho (Mons. Lima) não podia mais, e aí eu fiquei agüentando o “banzeiro” de lá pra cá, até hoje.”
- Faz pouco tempo, já agora depois de sua morte, puseram na boca de algumas pessoas a certeza de que falavam como amigos de Pe. Murilo. O flagrante era dizer de coisas que jamais sairiam de sua mente e do recôndito de sua alma. Assim me pareceu. Quem eram, realmente, seus amigos, seus benfeitores além da família? O que era amizade para ele? Para realçar o seu sentimento, apelava para a parábola do bom samaritano. “Por mim, passaram também levitas e sacerdotes inclementes que quando não me tiraram do caminho, passaram sem nada me ousar fazer. Sei quais são... mas por mim também passaram bons samaritanos que lançaram sobre mim os olhos de sua caridade e tornaram-se ardentes batalhadores do bem, arrostando até inúmeros sacrifícios, contanto que se cumprisse o mandato do Mestre: Ide e fazei vós o mesmo.”
- A morte no discurso de Murilo de Sá Barreto era uma provação, como ele escreveria a respeito do infausto de 30.06.1953 (“...notícia trágica para quem,como eu tenho um coração tão avesso à melancolia...”). Foi nesse dia que sua avó, dona Vicência, faleceu (“...foi viver na eterna mansão dos justos...”). Murilo tinha passado as férias de meio de ano em Barbalha e acabara de retornar ao Seminário de Fortaleza. A notícia lhe chegara com alguma demora e só em meados de julho ele registra a notícia e o choque que sofrera. Vicência Correia de Oliveira era a sua avó materna, portanto, mãe de Laudelina Correia de Sá Barreto. No registro, a última mensagem: “...Leve consigo a expressão sincera de meu amor, de minha gratidão. Amei-a porque fui sempre uma ocasião de seu amor manifestado, um instrumento de sua delicadeza.”
- Numa entrevista, Pe. Murilo foi indagado sobre Frei Damião como possível sucessor do padre Cícero. Como ele explicava isto? Para ele, “A mentalidade do povo é a seguinte: a ação de Deus se manifestou em Jesus Cristo muito fortemente. Jesus Cristo então teve um sucessor, alguém que pregou como ele pregou, para o nordestino mais próximo. Esse alguém seria padre Cícero. Padre Cícero seria alguém que continuasse esse mesmo ponto de vista porque há uma eternidade nessa palavra. Então, essa pessoa seria Frei Damião. Também Frei Damião começou a pregar imediatamente depois da mudança do padre Cícero, como o romeiro fala. Padre Cícero morreu em trinta e quatro e ele começou a missionar em trinta e seis aqui no Juazeiro. É bem possível que depois de Frei Damião outro surja...”
Nota: Por e-mail, Déborah de Sá Barreto cALLOU me corrige quanto a grafia de estórias. É que eu ainda estava preso à verificação que fiz na edição de 1988 do Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Segundo ela, agora só existe história ou História. Então, na medida que for lembrando essas “passagens”, provavelmente vocês ainda continuarão lendo as histórias do Murilo. Muito grato por sua leitura atenta e os votos cordiais.(Renato Casimiro)
PREFEITO CONVOCA SOCIEDADE PARA IMPULSIONAR FESTA DO CENTENÁRIO
O pontapé visando a articulação das entidades representativas da sociedade em nome da festa pelos 100 anos de Juazeiro do Norte foi dado em uma reunião ampla realizada na manhã desta sexta-feira no gabinete do prefeito Manoel Santana. Ele próprio coordenou a iniciativa com a participação de membros da Comissão Organizadora do Centenário que instituiu há quase dois anos e o Conselho da Cidade. A meta, conforme disse, é erguer a estima de todos envolvendo-os nos preparativos para os eventos.
Outros projetos são os marcos de identidade centenária se constituindo pequenos monumentos para serem construídos em pontos estratégicos. Ao todo são projetos com R$ 10 milhões previstos e uma parte já repassada ao município por força do apoio concedido pelo Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a partir do apelo feito pelo deputado federal José Nobre Guimarães. O prefeito avisou ainda que está lutando por recursos para a construção do anel viário.
O Coordenador Executivo da Comissão e Secretário de Turismo e Romarias, José Carlos dos Santos, fez uma exposição sobre os eventos já relacionados para o Centenário citando, inclusive, a parte cultural como a reedição e edição de cerca de 100 livros, realização de uma seminário para discutir o futuro de Juazeiro, exibição de filmes e vídeos e muitas outras atividades. Ele disse que o pensamento é transformar por completo o mês de julho de 2011 em festa.
Eventos como Semana do Padre Cícero, Juaforró, desfiles, atividades do SESC, Centro Cultural do BNB e todos os outros de diversas entidades devem ostentar relação direta com os 100 anos de Juazeiro. O Capitão Agra Filho, relações públicas do 2º BPM, elogiou a idéia da caravana, enquanto o representante do Lions, Antonio Avartanhas de Souza, disse da intenção do clube em editar um livro em comemoração ao Centenário de Juazeiro.
Ele defendeu maior integração de todos os segmentos em prol de uma grande festa seguindo a sugestão do médico Edgar Ferreira apelando para que todos vistam a camisa do Centenário. Outra sugestão foi a adesivagem de carros com a logomarca oficial. Já o diretor da Faculdade Leão Sampaio, Jaime Romero, defendeu a veiculação de um vídeo institucional sobre Juazeiro do Norte mostrando a religiosidade, o comércio e a força do ensino superior a fim de projetar mais a cidade por diversos pontos do país.(Demontier Tenório)
Foto clicada por ocasião de uma festa de aniversário de João Barbosa, diretor comercial da Rádio Progresso, que aparece em pé à direita ao lado da filha Sâmia. Da esquerda para a direita, em pé, Tarcísio. Sentados, Wilton Bezerra, Jussiê Cunha, Foguinho, Arnaldo Bezerra e Francisco Alexandre (Foto enviada por Wilton Bezerra)
RELANÇAMENTO DO FILME DE PADRE CÍCERO
O município de Juazeiro, do Norte completa cem anos no dia 22 de julho de 2011. Em homenagem ao povo de Juazeiro e aos milhares de peregrinos que visitam a terra do Padre Cícero, será relançado, em DVD, o primeiro longa-metragem de ficção sobre o famoso sacerdote. Padre Cícero – Os Milagres de Juazeiro mostra aspectos da vida do jovem Cícero no Seminário, sua chegada a Juazeiro, tendo como enfoque central a reação da igreja que condenou o religioso por acreditar no fenômeno ocorrido na Semana Santa de 1889, quando a hóstia transformou-se em sangue ao ser ministrada a comunhão para a beata Maria de Araújo. O filme mostra o processo de condenação do Padre Cícero, proibido de exercer suas funções sacerdotais, mas, mesmo assim, transformou-se posteriormente numa das mais importantes personalidades religiosas do Brasil. O modo de ser da população da zona rural, seus costumes e crenças estão presentes no filme, que também retrata a paisagem da época, o que reforça o caráter histórico da obra. Além de narrar a história de. Pe, Cícero, o filme retrata um pouco da cultura regional. A fé e a religiosidade ganham destaque diante das dificuldades enfrentadas pela população nordestina que, quando faltava comida e água, ainda tinha forças para rezar.
Lançado comercialmente no Nordeste, pelo Grupo Severiano Ribeiro em 1976, sob a direção de Hélder Martins, o filme Padre Cícero – Os Milagres de Juazeiro obteve prêmio nacional de figurino pela Associação Paulista de Críticos de Arte – SP (APCA). No elenco, atores de renome como José Lewgoy, Nildo Parente, Dirce Migliaccio, Rodolfo Arena, Manfredo Colassanti, Cristina Aché, dentre outros e, como protagonistas, Jofre Soares (Padre Cícero) e Ana Miranda (beata Maria de Araújo).
Para a divulgação do projeto, serão realizadas as seguintes atividades: Produção de releases e press-kit do filme para a imprensa (impressa, tv e rádio – nas capitais e interior dos estados onde o DVD será distribuído; Criação de uma conta nas principais redes sociais para divulgar a obra em meio digital e difundir a cultura da religiosidade nordestina na web; Manutenção de um blog com informações do filme como histórico, pequeno perfil dos atores-protagonistas e trailer, endereços de pontos de venda fixos, área de links indicados para os apoiadores do projeto e notícias sobre a distribuição do filme pelos estados do Nordeste; Visitas à imprensa local, principalmente em Rádios, para divulgação do filme e relato do projeto, aproveitando a grande popularidade dessa mídia na região.
Este projeto desenvolverá suas ações em quinze cidades nordestinas: Juazeiro do Norte(CE), Rio Largo (AL), União dos Palmares (AL), Pilar (AL), Palmeira dos Índios (AL), Surubim (PE), João Alfredo (PE), Limoeiro (PE), São Gonçalo da Mata (PE), Vicência (PE), Orobó (PE), Santa Rita (PB), Bayeux (PB), Macaíba (RN) e São Gonçalo do Amarante (RN). Este projeto está sendo realizado por Morais Distribuição Cinematográfica, com apoio do Banco do Nordeste do Brasil, através do seu Programa BNB de Cultura, 2011. (Renato Casimiro, de Fortaleza)
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
ZÉ MENEZES
"Sou bonito, sou rico, moro perto, toco bem, tenho telefone... porém tenho um grande defeito: sou muito modesto!". A frase revela o bom humor e a vitalidade de um dos maiores nomes da produção musical brasileira: Zé Menezes, autor de diversos sucessos, como a trilha sonora de abertura do programa "Os Trapalhões", entre outros. Aos 89 anos de idade, o violonista, guitarrista, compositor e arranjador - em plena atividade criativa - lança seu último CD: Autoral Nova Bossa. Virtuose, o artista, cuja carreira confunde-se com a história da música popular brasileira no século XX, chega ao palco da CAIXA Cultural Brasília na quarta-feira (13), às 20h, acompanhado de Daniela Spielmann (flauta / sax soprano), Marcos Nimrichter (piano / acordeom), Marcello Gonçalves (violão de 7 Cordas), Jorge Helder (baixo) e Márcio Bahia (bateria).
Biografia
Nascido em 1921, na pequena Jardim (CE), aos 8 anos José Menezes de França já tocava profissionalmente no cinema de Juazeiro do Norte. Foi ao cavaquinho que o menino se apresentou diante do Padre Cícero. O padroeiro abençoou o início de uma carreira que viria a se tornar uma das mais frutíferas e longevas da música brasileira.Não demoraria muito para que o violonista da Ceará Rádio Clube passasse a ocupar posição de destaque nas rádios cariocas. Em 1947, foi contratado pela Rádio Nacional. A partir daí, seu trabalho, como arranjador, compositor e instrumentista, o colocaria na linha de frente da produção musical no país. Entre seus parceiros, estão nomes como Radamés Gnatalli, Elizeth Cardoso, Ângela Maria, Gilberto Milfont, Miúcha e Tom Jobim.A experiência, como produtor musical, nos tempos do rádio, de certa forma, familiarizou o músico ao ambiente da TV. A partir da década de 70, trabalhando na Rede Globo, Zé Menezes emplacou trilhas e vinhetas que, até hoje, ocupam a memória auditiva popular: são dele os temas de "Chico City", "Viva o Gordo" e - o mais famoso - "Os Trapalhões".
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Livro de Arthur Veríssimo reúne imagens e palavras sobre a Índia e fala sobre Juazeiro
No prefácio, o autor revela que o interesse pela cultura hindu vem do berço. A mãe, Zezé Tavares, era entusiasta de ioga, e, por consequência, desde pequeno ele sempre teve um interesse estético e espiritual pela Índia. Ainda assim, os conhecimentos adquiridos à distância se provaram pouco importantes quando o viajante chegou ao solo indiano. "As informações que a gente tem de livros, de fotografias, de filmes, tudo isso fica impregnado na gente. Quando fiz a primeira viagem, tudo desmoronou. Desde a preparação, você já fica completamente magnetizado pelo local. No momento que pisei no aeroporto de Nova Délhi, me recordo claramente, entrei realmente num tsunami da cultura indiana", compartilha.
O festival Khumba Mela foi, para ele, algo extasiante. No início de 2001, Veríssimo acompanhou uma grande massa de 70 milhões de pessoas, vindas de todos os cantos do país e do planeta. Celebrado a cada 12 anos, em quatro cidades diferentes, a "megarrave", como define o autor, reúne gente em busca de purificação nas águas dos rios Ganges, Yamuna e Saraswati, e é digna de menção no Guinness World Records (o livro dos recordes), como a maior aglomeração religiosa do mundo. As cidades Allahabad, Ujjain, Hardiwar e Nassik, são os lugares em que caíram as quatro gotas do néctar da imortalidade, disputado por deuses e demônios. O mito que origina o Khumba Mela ganhou a população indiana, que, em Mumbai, estende as narrativas míticas para o terreno urbano, com as festividades para o deus Ganesh.
E mesmo gente anônima, que anda pelo caos organizado das ruas das cidades indianas, não deixa de exibir uma riqueza de cores, indumentárias e elementos de um temperamento e de uma expressão cultural pouco familiar aos ocidentais. Veríssimo faz questão de compartilhar um pouco do que viu, ouviu e sentiu em Karma Pop. "Você mergulha num ambiente de milhares de deuses, manifestações nas árvores, entre cruzamento de rios, numa colina, numa caverna, centenas de milhares de templos. Você desenvolve faro para diferenciar coques de cabelo, as pinturas, os tipos de robe. E é evidente no Brasil, a tal da globalização com a sua espiritualidade. Os coqueiros, a juventude com brincos, o ganesh nas tatuagens. O meu entender da fé em similar em qualquer parte. A festa do Juazeiro do Norte, de Padre Cícero, representa o Khumba Mela no Brasil. A mesma magnitude. Existe uma conexão orgânica dessas manifestações", filosofa.
Karma Pop
De Arthur Veríssimo. Editora Master Books,
138 páginas. R$ 120.
sábado, 9 de outubro de 2010
JUAZEIRO SEM DEPUTADO ESTADUAL
Sesi apresenta a mostra Meu Padim - Nossa Fé entre 11 e 29 deste mês
Evento é uma homenagem a Padre Cícero e tem entrada gratuita
Agência BOM DIA
A mostra Meu Padim – Nossa Fé é composta por 16 fotos coloridas que retratam as emoções desencadeadas pela fé, simplicidade e dedicação deste povo que não deixa de comparecer em massa ao evento que ocorre todos os anos desde a morte do Padre Cícero.
A exposição, que ficará em cartaz de 11 a 29 de outubro, estará aberta à visitação pública gratuita de segunda-feira a sábado, no Sesi Bauru.
O fotógrafo Carlos Alberto Nogueira lança o olhar não só sobre os romeiros, mas também sobre as alegorias e objetos espontaneamente produzidos por eles, sempre carregados com o colorido, a criatividade e simplicidade espontânea, própria do povo do nordeste.
Todas as fotos foram feitas em Juazeiro do Norte durante a romaria do Padre Cícero em novembro de 2006.
De acordo com Nogueira, sua intenção é captar as emoções puras e verdadeiras do fiel para transportar o observador até o sertão do Cariri. "E fazer com que ele sinta a fé e a dedicação deste povo, que não mede esforços para estar ali ao lado da memória do Padim", completa.
SERVIÇO:
Exposição Fotográfica Meu Padim – Nossa Fé
Local: SESI Bauru – Rua Rubens Arruda, 8-50 – Altos da Cidade
Datas e horários: de 11 a 29/10/2010 – de segunda a sexta-feira, das 8h às 19h, aos sábados, das 9h às 11h e das 13h30 às 17h, exceto feriados.
Informações: (14) 3234-7171
Entrada: franca
NOSSA SENHORA DE FÁTIMA...
Entre 1951 e 1954, Juazeiro do Norte viveu três ocasiões de reverência a Nossa Senhora de Fátima. A primeira foi a da construção de uma capela (Foto 1). O terreno que ficava na então Rua Nova (Av. Dr. Floro), hoje ocupado por uma residência, em frente à rua Izabel da Luz era antigamente o primeiro cemitério da cidade. Amália Xavier em suas memórias (inéditas) lembra que aí havia uma capelinha eregida pelo primeiro capelão, Pe. Pedro Ribeiro da Silva, demolida em 22.01.1939 (Fotos 2 e 3). No seu interior foram enterrados o Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro e sua mulher Rosa Josefa do Sacramento. A decisão de construir sobre este cemitério veio da decisão da saúde pública, para evitar problemas sanitários, pela exposição de restos mortais ali presentes, pelo afundamento do terreno. Lamentavelmente, nesta ocasião, não houve o devido esclarecimento para que se fizesse a exumação dos ossos do casal fundador de Joazeiro, bem como de outros que ali estavam, de importantes famílias do marco inicial da povoação. Interessante observar que, como diz Amália, a imagem de N.S. das Dores (uma preciosidade) que estava nesta capelinha foi levada para o Arco da Rua Pe. Cícero, para marcar a passagem da imagem peregrina de Fátima. O terreno pertencia ao patrimônio da Igreja Matriz. Então, Amália Xavier, diretora do Ginásio Sta. Terezinha, que funcionava ao lado, assumiu o compromisso perante o Diocesano, de construir uma capela para uso das alunas do Ginásio. Em 10.04.1951 acontece o lançamento da pedra fundamental. Em 13.05.1953 o bispo D. Francisco benzeu a nova Capela, agora em honra de Nossa Senhora de Fátima, cuja imagem chegou a Juazeiro, neste mesmo dia 13 e desfilou pela cidade em carro andor preparado para o evento. A imagem foi colocada do altar-mor, cujo patrocínio financeiro se deu por doação do casal Maria e Angelo de Almeida (Foto 4). Num segundo momento, a imagem da virgem peregrina de Fátima chegou a Juazeiro do Norte na tarde do dia 14.11.1953. Era conduzida pelo sacerdote português Pe. Demontiez. O trânsito da imagem entre o Salesiano e a Matriz foi uma apoteose (Fotos 5 a 11). Como o Arco, já referido, tinha sido construído pelo prefeito José Monteiro de Macedo para marcar esta visita, ainda em 1952 (a peregrinação tinha sido suspensa) aquele momento foi também a inauguração deste marco. A imagem foi visitada na Matriz. Em seguida foi para a Capela do Ginásio, já mencionada. No dia seguinte seguiu viagem pelo Brasil. A terceira ocasião foi verificada quando da recepção de uma imagem, vinda de Fátima (Fotos 12 e 13), e que se destinava ao altar-mor do Santuário que o vigário Mons. José Alves de Lima desejava construir, numa concepção arquitetônica arrojadíssima, com três naves superpostas, onde seriam colocadas Nossa Senhora de Fátima, Coração Imaculado de Maria e Nossa Senhora das Dores. Recentemente tivemos acesso às plantas deste templo e podemos dizer que seria um grande monumento à fé do povo por tão devoção. Seria necessário um terreno, mínimo de uns 6 hectares para a sua construção. Certamente alguns devem lembrar que neste início de década de 50 isto começou a acontecer num terreno que fica hoje em frente ao Senai, no parque Triângulo
Na fila do meio, da esquerda para direita:Audísio Neri, Aguinaldo Carlos de Sousa, Ângelo Leal, Valdemar Lima, Oliveiro Alves Fontes e Gerônimo Freire. Na última fila: Cesínio Luís de Brito, Paiva e Edilson Sobreira.
Ao ensejo da publicação desta foto, prestamos uma homenagem póstuma a Edilson Sobreira, que faleceu na última quinta-feira em Fortaleza e foi sepultado ontem em nossa cidade. Edilson morreu aos 75 anos. Era funcionário aposentado do Banco do Brasil, pessoa muito bem conceituada em Juazeiro, onde tinha vasto círculo de amizade. Sua morte deixa um lugar vazio na Praça Padre Cícero onde costumava frequentar para batepapo com os amigos. (Renato Casimiro)