Uma das grandes figuras da história desta cidade é o cel. Francisco Néri da Costa Morato.Ele já foi alvo de matéria no Juaonline, mas agora retorna, pois seu filho, Dr. Francisco NÉri, acaba de nos fornecer importantes subsídios para ampliar a biografia deste ilustre juazeirense. Cel. Francisco Néri da Costa Morato participou do memorável movimento cívico da independência de Juazeiro, a que aderiu em primeira hora – diga-se de passagem –, não como qualquer do povo a ser incluído “entre outros”, mas como um dos líderes ou próceres, assim citado pela professora Amália Xavier. Foi, sim, coletor estadual, mas com a diferença de haver sido o primeiro coletor estadual de Juazeiro, motivo pelo qual muito provavelmente não integrou o Conselho Municipal da Vila – ao lado de parceiros de luta como João Bezerra de Menezes, José Eleutério de Figueiredo, Manuel Vitorino e Cincinato Silva –, já que a coletoria foi instalada no mesmo ano em que foi empossado o Conselho (ver Homens e Fatos na História de Juazeiro, de Fátima Menezes e Generosa Alencar). Qualificação para isso ele tinha, pois aprimorou seus estudos com o célebre professor José Marrocos e adquirira razoável preparo intelectual por meio de intensa leitura. Foi assim que ocupou os três poderes da República, na terra de Padre Cícero. Além do mais, detinha a patente de coronel da Guarda Nacional. Antes de ser prefeito (nomeado) e vereador, ele exerceu a judicatura no cargo de Juiz Federal substituto. Trata da nomeação dele como Suplente de Juiz Federal substituto, cargo que desempenhou na década de trinta, conforme o testemunho do Sr. Expedito Pereira, de saudosa memória, cujo pai, Sr. Vicente Pereira, e, depois, ele próprio, foram titulares do Cartório do 1º Ofício, pelo expediente do qual tramitaram questões submetidas ao dito juízo. No entanto, é bom esclarecer que sua atividade principal não foi de comerciante, Ele Foi, antes de tudo, produtor rural. Quando, em 1934, um grupo de proprietários rurais juazeirenses, incentivados pelo então Juiz municipal Plácido Castelo, criou a cooperativa de crédito que originou o Banco do Juazeiro S.A. – mais tarde transformado no portentoso BIC – ele foi o primeiro presidente da vetusta instituição creditícia. Ele, Dirceu Inácio de Figueiredo e Antônio Gonçalves Pita, pela ordem, presidiram a pioneira entidade creditícia em referência De igual sorte, Francisco Néri da Costa Morato integrou o grupo de fundadores (subscritores de ações) do Instituto Educacional e da Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte. Por isso que, quando faleceu, em 1957, alunos e alunas da referida escola acompanharam-lhe o cortejo fúnebre envergando a farda de gala. Como se pode facilmente depreender das considerações acima, o nome desse autêntico filho da terra – nascido no sítio São José, próximo da divisa com o Crato, mas no nosso lado – inscreve-se entre os grandes benfeitores de Juazeiro, e, embora pouco citado, está na designação de rua e grupo escolar da Cidade; gravado em importante monumento: a Coluna da Hora da Praça Padre Cícero – erigida em sua administração – e também na lápide sob a qual repousam os restos mortais do Patriarca, “per omnia saecula saeculorum”. Meu pai era de 1872. Quando ele se casou com minha mãe já tinha sessenta anos e ela apenas vinte e cinco. Ela era sobrinha legítima da primeira mulher dele: Júlia, mãe de Zé Néri. Todos oriundos das Malvas. Nos anos cinquenta (ele viveu até 1957, sempre muito lúcido), nossa casa era visitada constantemente pelos parentes próximos, a maioria de sexagenários e septuagenários. Assim, as histórias do final do séc. XIX e início do séc. XX eram o prato de todo dia lá em casa. Como sempre fui muito curioso, ficava horas a fio escutando os adultos e depois me entregava à imaginação para desvender o que não havia entendido muito bem. Por isso, às vezes, até entrava nas conversas em busca de esclarecimentos. Este é o motivo por que consigo me lembrar de algumas coisas. Não sei mais porque ainda ía fazer 13 anos quando meu pai morreu. Teria muito mais coisa a dizer, para demonstrar o encadeamento dos fatos que me levam a determinadas conclusões.
3 comentários:
Obrigado por ajudar a conhecer a história de um antepassado, pois nós brasileiros temos uma facilidade de esquecer e não repassar as informações sobre os nossos antepassados.
Doutor Francisco Neri Filho os netos de Quintino Feitosa moram em Rio Claro- SP, Quintino era casado com uma irmã do Coronel Neri, seu pai, o filho de Quintino Feitosa foi embora para São Paulo no ano de 1933 e lá casou-se e constituiu família. Por tanto eles são seus primos em segundo grau o nome de um deles é Luiz Antonio Alves Feitosa o descobri pela internet, ai se encontra a sua página eletrônica (https://www.facebook.com/luiz.feitosa.39).
Att; Nivaldo Leite Dias (Subtenente RR PMPB), primo em terceiro grau de Quintino Feitosa.
Campina Grande-Paraíba
Ola gistaria de saber se alguem tem info sobr Cicero Feitosa q inclusive tem uma rua em sua honenagem em Juazeiro desde ja agradecido . Sou Bisneto de Cicero
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