sábado, 28 de agosto de 2010


JUAZEIRO NOS MAPAS
A pergunta é simples: quando é mesmo que Joazeiro aparece no mapa? Ao simular a situação geográfica do sítio Joazeiro em 1827, Octávio Aires de Menezes elaborou um mapa que está apresentado abaixo. Revi raras plantas, cartas e mapas construídos entre a colonização do sul do Ceará, especialmente quando aí se fixam os Bezerra de Menezes, egressos de Sergipe e Pernambuco, até pelo menos o início do século XX. Consultei na Biblioteca Nacional (RJ), os seguintes documentos: 1. Carta da Capitania do Ceará, levantada por ordem do Governador Manoel Ignácio de Sampaio, por seu ajudante de ordem, Antonio Jozé da Silva Paulete, em 1818; 2. Carta Chorographica da Província do Ceará, com a divisão ecclesiastica e indicação da civil, e judiciária, até hoje, organizada pelo dr. Pedro Thèberge, em 1861; 3. Carta Corographica da Província do Ceará, organizada segundo os documentos existentes, sob os auspícios do ilustre cearense João Cordeiro, e pelo Bacharel e Engenheiro Civil, Antonio Gonçalves da Justa Araújo, em 1881; e 4. Província do Ceará - Carta Geographica pelo professor J. G. Dias Sobreira, de 1888. Tendo encontrado resultado positivo nas três últimas citações onde Joazeiro já aparece como povoação. Procurei refinar a busca para o período entre 1818 e 1861, exatamente porque, conforme a história oficial, dois membros da família Bezerra de Menezes (Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro e seu neto o Pe. Pedro Ribeiro da Silva) são apontados como os fundadores da povoação, a partir da qual seria, somente em 1911, o município, hoje centenário, de Juazeiro do Norte. Infelizmente não foi possível consultar: Carta corographica contendo as provincias de Alagoas, Pernanbuco, Parahiba, Rio Grande do Norte e Ceará..., publicada no Rio de Janeiro, por Heaton e Rensburg, em 1843; e Carta topographica e administrativa da provincia do Ceará erigida sobre os documentos mais modernos pelo Vcde. J. de Villiers de L'Ille Adam, gravada na lithografia Imperial de Vt. Larée, e editada no Rio de Janeiro por Firmin Didot Irmãos, Belin le Prieur e Morizot, em 1849, que são do período mencionado. A realidade é que, se os dois (Leandro e Pe. Pedro) puseram Joazeiro no mapa, coube ao outro cratense, Cícero Romão Baptista, por méritos sobejos de vida e obra, inserir este mesmo Joazeiro em diversas outras “cartas” que tornaram o burgo tão famoso. Indiscutivelmente, este trio de civilizadores assentaram as bases graduais com as quais uma simples fazenda galgou posições de povoação, vila, município, cidade e metrópole. Quando, efetivamente, a povoação de Joazeiro nasce em 15.09.1827, as descrições da tradição oral de velhos moradores e o que se encontra sobre a biografia dos fundadores permitiram que os artistas plásticos Geraldo Benigno, de Crato, e Assunção Gonçalves, de Juazeiro, nos anos 50 do século passado, colocassem em óleo sobre telas as suas concepções mostradas abaixo. Duas outras também podem ser encontradas: Agostinho Balmes Odísio, (alto relevo na Coluna da Hora - Praça Pe.Cícero), de 1937 e Marcus Jussier Sobreira de Figueiredo, óleo sobre tela, sem data (sem imagem aqui). Em todas estas criações encontramos os elementos comuns das narrativas: Capela, Engenho, Casa da família do Brigadeiro Leandro e algumas outras casas de moradores, com ligeira indicação de arruamento.

Um comentário:

Anônimo disse...

A figura mais próxima do Taboleiro Grande acho que seja a do Geraldo Benigno, pois mostra a igreja ocnstruido em um taboleiro, essa casarão proximo e a casa de farinha são tipicos da época, até porque o Brigadeiro talves tevisse uma casa grande nessa redondeza.

Prof. Renato existe algum mapa de Juazeiro entre os anos de 1872 a 1934,tempo em que o Padre Viveu em Juazeiro?

Se o Sr. tiver, teria como me enviar uma cópia? idevaniocarvalho@bol.com.br