No Brasil, o processo de emancipação política dos povoados e sua transformação em município é basicamente igual. Geralmente é assim: Em dado momento, a comunidade percebe que o povoado cresceu e é chegada a hora de deixar de pagar impostos ao município-sede, pois o retorno social dos recursos remetidos nem sempre corresponde aos anseios da população. Então, alguém, não necessariamente um líder, se sente no direito de representar a coletividade e convoca a população para desencadear o movimento de independência.
Com o povoado de Juazeiro foi desse mesmo jeito. Porém, a forma de desenvolvimento do processo foi diferente, daí porque a história da independência de Juazeiro é singular.
Em 1907 o povoado estava em franco desenvolvimento e pagando pesados impostos ao Crato. Um cidadão filho da terra, rico fazendeiro, divulgou um boletim no qual convocava a população para uma reunião cívica em que a emancipação do povoado era o principal tema da pauta.
A reunião foi um fiasco! Pouca gente compareceu. Alguém aventou a hipótese de que a população, embora desejosa de ver o povoado livre, estava dividida devido a divergências ideológicas e, por isso, vez por outra se desentendia. Na verdade, a população juazeirense, ontem como hoje, é formada por dois tipos de habitantes: os filhos da terra, chamados nativos, e os adventícios, chamados genericamente de romeiros, pois para aqui vieram atraídos pelas pregações de um padre, líder carismático autêntico, e pela crença num fato que todos acreditam como sendo milagre. Este fato, basicamente, consistiu no sangramento da hóstia na boca de uma beata quando a mesma comungava, além de outros fenômenos igualmente estranhos.
O filho da terra e rico fazendeiro referido acima conseguiu a adesão de dois destemidos adventícios para engrossar as fileiras do movimento: um padre cratense fugido de sua cidade por questões políticas com o prefeito e um médico baiano com habilidade em advocacia, embora não fosse advogado formado, que para aqui veio se oferecer para resolver pendências jurídicas referentes a umas minas de cobre do padre que vivia no lugar, mas estava suspenso das ordens eclesiásticas, o líder carismático já citado. Por coincidência, os dois forasteiros também eram jornalistas.
Assim, melhor preparado, o grupo resolveu fundar um jornal, cujo objetivo seria servir de ponta-de-lança do movimento de independência do povoado.
Mas, apesar de todo o empenho o empreendimento não crescia da forma desejada. Algumas razões impediam-no: o fazendeiro rico não se dava bem com o prefeito do município-sede e os adventícios chamados romeiros se achavam discriminados pela população nativa.
Era preciso, então, o surgimento de um fato novo, porém forte o suficiente para esquentar os ânimos da população e capaz de deixar todos com os nervos à flor da pele, prontos para fazer valer a reivindicação tão justa.
E, por incrível que pareça, em vez de um apenas, surgiram três. Um atentado de morte contra o médico baiano; uma frase insultuosa ao povo juazeirense proferida no Crato durante uma visita pastoral do bispo auxiliar de Fortaleza, por um padre da comitiva e finalmente, a determinação desastrosa do prefeito cratense que ameaçou de forma ostensiva usar a força policial para receber os impostos atrasados, que os contribuintes resolveram não pagar mais. A ordem do prefeito era severa: em caso de resistência, bala!
Pronto, estava criado o ambiente propício para o líder carismático do lugar agir. Ele até então se encontrava receoso, pois era adepto da política da boa vizinhança, e também não queria se indispor com o prefeito cratense, seu amigo, cujo pai havia contribuído de forma bastante efetiva para sua ordenação. E como se não bastasse, era ele próprio um cratense da gema.
A situação era dramática e clamava por uma decisão imediata, pois um conflito armado estava prestes a ocorrer.
O líder carismático, o padre dos romeiros, estava num dilema: honrar sua naturalidade cratense ou defender a terra que adotou, optando, assim, pela cidadania juazeirense.
Com a frase pronunciada em tom enérgico - “Sou filho do Crato, mas Juazeiro é meu filho” -, o líder carismático desfraldou finalmente a bandeira de independência, e o povoado se tornou livre.
Esta história narrada desta forma, em rápidas pinceladas, é importante demais para terminar aqui. Precisa, portanto, ser contada com mais detalhes. E somente agora, cerca de cem anos após o fato ter acontecido, surge um livro para tratar exclusivamente dele: HISTÓRIA DA INDEPENDÊNCIA DE JUAZEIRO DO NORTE, de Daniel Walker.
4 comentários:
boa ideia de fazer um blog falando qualquer informação sobre juazeiro,principalmente pra quem estuda.
O JUAZEIRO ESTÁ MIITO BBBBBBBBBBBBBBBOOOOOOOOOOOOOOMMMMMMMMMMMMMM
EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE Q BOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM
ESSSSSSSSSSSSSAAAAAAAAAA HISTORIA E BOA DE D++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
ADOREIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
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