juazeiro por ai... Renato Casimiro
Recebi com bastante atraso a notícia do falecimento de um querido amigo, Hélio Germano. Tomei um susto enorme, porque já era a notificação de uma missa de sétimo dia, acontecida em Araripe. Francisco Hélio Germano Correia era filho de Cícera Germano Correia (Juazeiro do Norte, *19.10.1931 / +01.05.1989) e de José Correia Filho. Graduou-se em Física pela Universidade Federal do Ceará, em 1974. Após a graduação, colaborou com o Departamento de Física da UFC ministrando a disciplina de Física Geral II. Fez curso de Especialização em Física, na área específica de Mecânica Quântica. Por concurso público, ingressou no magistério superior na UFC, como auxiliar de ensino, em 1975. Sua experiência docente também se estendeu ao Colégio Cearense Sagrado Coração, dos Irmãos Maristas em Fortaleza, lecionando Física na escola secundária, à Universidade de Fortaleza (UNIFOR) como professor da matéria Eletricidade e Magnetismo II. Entre 1979 e 1981, como Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) fez o seu curso de Mestrado em Física, na Universidade Federal do Ceará, defendendo a dissertação sob o título Estudos de Cristais Halogenetos Alcalinos Impurificados com Íons Cianetos e Divalentes, sob a orientação do prof. Dr. José Evangelista de Carvalho Moreira. Quando me transferi do Departamento de Biologia para o de Tecnologia de Alimentos, me encontrei já com a vigência do Parecer 432, do Ministério da Educação (Conselheiro Antonio Fagundes de Sousa), de 08.06.1984, notivado pelo Processo 5518/83 que requeria o Reconhecimento do Curso de Engenharia de Alimentos, da UFC. No corpo daquela papelada tive o prazer de encontrar a qualificação e a aprovação de Hélio Germano para ministrar as disciplinas de Física Geral II, Resistência dos Materiais e Grafostática. Mas, afinal, o vi poucas vezes. Por esta época, Hélio já estava se vinculando à Universidade Regional do Cariri, cujo enquadramento funcional o levaria à condição de Professor Titular, em regime de Dedicação Exclusiva. E aí também assumiria funções de Direção e administração junto ao Centro de Ciências e Tecnologia, Departamento de Ciências Físicas e Biológicas, como Chefe do Setor de Projetos da Asseplan. Desenvolveria também, na URCA, serviços técnicos especializados, com muito empenho para a montagem de Laboratórios Didáticos de Física e Microscopia. Na URCA também foi ótimo colaborador, durante o reitorado do prof. José Teodoro Soares, tendo inclusive ocupado a função de Pró-Reitor de Planejamento. Depois desta fase, pouco soube das caminhadas do amigo. Soube apenas que, afastado da Universidade, Hélio Germano foi colaborador de seu irmão Humberto Germano, à frente da prefeitura municipal de Araripe. Um dia me contaram da sua infelicidade, pois acometido de um câncer, já passara pelos traumáticos caminhos cirúrgicos e atenções de quimio e radioterapia. Eram notícias angustiantes de uma morte anunciada. Nesses tempo me lembrei por diversas vezes do amigo de minha infância e juventude, como eu residente na rua São José, nas relações muito próximas de nossas famílias e nos encontros e passeios que adorávamos fazer às terras de Manoel Germano, quando a velha Lagoa Seca não era senão a extensa manga do pasto de um plantel maravilhoso de bovinos do seu avô. Aos domingos, como nesta foto que lhes mostro, de 1962, Flávio Germano Magalhães (hoje residente em Teresina-PI), Hélio e eu descíamos em nossas bicicletas a rampa da Lagoa Seca, que ainda nem tinha asfalto, até chegarmos ao recém fundado Instituto Gonzaga (hoje Hospital Santo Inácio), onde uma piscina enorme nos aguardava para banhos deliciosos. Será sempre por imagens como estas que lembrarei do amigo que partiu antes do combinado. A ele, nossa gratidão, pelo trabalho, exemplo e vida dedicada.
Um comentário:
Agradeço em nome de toda a familia Germano Correia, ao Blog do Juazeiro e ao Renato Casimiro pela bela homenagem prestada ao meu pai!
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